Emi Jaeger quer com todos os seus esforços ajudar o pai e o irmão que sempre fizeram de tudo para criá-la. Com o pai doente e o irmão trabalhando além do necessário, ela acha uma saída estudando, para participar de um projeto numa instituição, que o...
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POV's Jaegar
Acreditar em vidas passadas era comum em casa, eu não sabia se realmente acreditava. Meu pai costuma contar muitas histórias que abordam esse assunto. Meu irmão diz acreditar, ele sente isso de alguma forma, sempre revivendo sonhos como se fossem memórias, eu o invejava, meus sonhos eram apenas sobre alguma coisa na qual eu estava fixamente obcecada. Já com ele, sempre que ele encontrava alguém ou até mesmo em uma conversa, ele parecia receber uma carga, recheada de memórias passadas.
Talvez eu quisesse isso, mas não sentia que era parte de algo grande. Talvez ele tivesse feito algo grandioso ao ponto de poder receber esse tipo de estalo. Não estou sendo puxa saco do meu irmão, ele parecia o tipo de pessoa que moveria céus e terra para fazer algo. Prova disso era a forma como ele trabalhava para sustentar a casa e ainda sim conseguia ser um aluno exemplar, fala sério, Eren era muito esforçado.
Eu tinha meu irmão como exemplo, assim como ele, queria um futuro bom o suficiente para não passar novamente por esse perrengue. Nosso pai estava com um câncer no estômago, era algo avançado, então ele tratava com quimioterapia e radioterapia juntas. Obviamente nosso pai não poderia sustentar nós dois, e nossa mãe não podia fazer nada do túmulo. Pareço desrespeitosa falando assim, mas eu só estou sendo honesta.
Meu irmão não me deixava trabalhar, ele deixou a função de correr atrás de um futuro melhor, para mim. Se eu me sentia pressionada? Que nada, eu só estudava umas doze horas por dia, e não me perguntem onde arrumei tempo, porque obviamente eu perdia meu precioso sono para conseguir no mínimo o menor lugar para se estudar. Asas da Liberdade.
Talvez eu devesse explicar melhor, não é uma faculdade, mas é como se fosse. Era mais como um projeto milionário para pesquisas restritas, eram pouquíssimas vagas, e a maioria era preenchida por filhos mimados dos colaboradores. Eu queria passar, fazer pesquisas malucas e completamente sigilosas era algo que me atraía muito, mas pensar que eu teria que morar com um bando de filhinhos de papai me causava arrepios.
A instituição cuidava de toda hospedagem e comida, a presença dos alunos era o necessário para que tudo funcionasse. Era quase como estar indo para Hogwarts. Tirando tudo que havia de bom de lá e as escadas que se moviam. Talvez eu estivesse indo para Azkaban na realidade. No mais, eu gostaria de fazer algo grandioso, porque eu sentia que meu irmão havia feito isso, mesmo que em outra vida, então ele merecia receber algo em troca, mesmo sendo da patética irmã gêmea.
(...)
— Emi. Está na hora da aula. — A voz de meu pai soou em meus ouvidos e eu me remexi na cama de forma preguiçosa. Resmunguei pedindo mais uns minutinhos, mas logo levantei.
Me direcionei ao banheiro e tomei um banho rápido apenas para despertar, escovei meus dentes e coloquei o uniforme escolar. Eu odiava ter que ir à escola, o que era irônico já que eu vivia estudando, mas na escola eu só perdia tempo com matérias repetidas que eu já sabia.
