Emi Jaeger quer com todos os seus esforços ajudar o pai e o irmão que sempre fizeram de tudo para criá-la. Com o pai doente e o irmão trabalhando além do necessário, ela acha uma saída estudando, para participar de um projeto numa instituição, que o...
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POV's Jaeger
Fui com Jean até o dormitório dele e fomos direto para o quarto do maior. Eu estava envergonhada após saber de tudo que falei e fiz. Ele não tinha nada a ver com meus problemas, mas eu descontei nele por toda situação.
— Certo, nos dois sabemos que não somos melhores amigos, mas de alguma forma a gente se entende bem. Você falou muito sobre o seu pai, e chorava sempre que falava nele, aquele dia em que a gente foi pegar remédio para o Marco você não falou sobre seu pai, mas acho que acabou falando muito ontem, mas ainda sim eu não entendi. — Ele se sentou na cama e falou com calma. Suspirei derrotada ao pensar naquilo. Meu pai estava se tratando, parecia estar bem, estava sempre sorrindo e sempre dizendo como amava a mim e meu irmão, eu tinha certeza que ele estava me escondendo alguma coisa, mas eu preferia ignorar e continuar naquele faz de conta junto com ele e Eren.
— O meu pai tem câncer. Por mais que ele esteja quase sempre bem, em estou começando a sentir que ele não está, e isso não sai da minha cabeça, apesar de eu fingir que ele está bem, eu sei que ele não 'tá. Ontem eu estava com isso na cabeça, e comecei a pensar no Armin, provavelmente eu poderia ter apresentado ele como namorado para meu pai, mas eu sou covarde demais pra isso e agora ele namora uma conhecida minha, parece idiota, mas meu pai não me viu namorar, só meu viu enfiar a cara em livros e passar nessa instituição, e eu só vim parar aqui por ele, pelo plano de saúde, pelo ticket de alimentação, eu só vim para ajudar ele e meu irmão, e meu pai preza muito o que eu quero, mas eu mesma não consigo fazer o que eu quero. E eu só penso em como ele não me viu fazer nada das coisas que ele desejava. — Vomitei toda informação sobre o Jean e senti meu rosto ser molhado por algumas lágrimas que não fiz muita questão de limpar. Eu estava tão cansada de fingir que estava bem, que eu tinha certeza de que meu pai ficaria bem. Eu não tinha certeza de absolutamente nada.
— Eu não fazia ideia. Sinto muito que tenha passado por isso tudo, e ainda passe isso com seu pai, mas ele tem orgulho de você, tenho certeza. Não são todas as pessoas que abdicariam de suas vontades para ajudar a família, você é muito forte por fazer isso, com certeza mais que eu. — Ele comentou sorri fraco, e logo seu sorriso morreu com ele parando e olhando para frente como se pensasse em algo. Talvez seu irmão. — Eu tinha um irmão. Que fazia exatamente o contrário. Ele fazia tudo que queria, falava o que queria, mas sabia o que falar e quando. Ele era mais velho, então ele quem ficaria responsável pela instituição, mas ele resolveu que era mais justo fazer a vontade dele. Aquele egoísta de merda. Se matou sem pensar em como eu ficaria, em como a única figura paterna que eu tinha era ele. Eu sei que pareço um idiota as vezes, mas acho que sou só eu tentando ser como ele.
Ele falou com um sorriso nos lábios, mas sua expressão deixava clara toda tristeza que ele sentia ao dizer aquelas palavras. Ele começou a chorar, e eu acabei da mesma forma, mas ao contrário dele que começou a soluçar eu só sentia as lágrimas escorrerem pelo rosto.
— Ele era meu melhor amigo, ele quem cuidou de mim, mesmo sendo uma pessoa impulsiva ele sempre cuidou de mim muito bem, e falava que não queria que eu crescesse como ele, não é justo ele falar isso, porque ele não cresceu o suficiente e se foi! — Ele começou a se debater e socou a si mesmo algumas vezes. Me aproximei dele segurando seus pulsos e o abracei sentindo meu rosto molhar enquanto via ele chorar como uma criança.
