Corrida

638 48 7
                                    

Henry Cavill

- SENHOR CAVILL! - Meu assistente gritava ao entrar em minha sala com mais informações sobre o caso do príncipe que tinha traído a esposa e a mesma ainda não sabia e estava em trabalho de parto. Fora uma daquelas ocasiões que todas as mídias no mundo inteiro estavam enviando jornalistas para investigar.

- O que houve dessa vez?

- Parece que ele a traiu com outro homem. - O rapaz dizia.

Abria um sorrisinho.

- Quem mais tem essa informação?

- Até o momento ninguém.

- Então corra para que a Roberta diga isso em rede nacional, vá! - Não podíamos deixar que outro jornal pudesse falar antes de nós.

Era nosso grande momento. A Midinews é uma rede televisiva jornalística independente, tudo o que tínhamos eram notícias desde entretenimento, política, esportes, criminal e cotidiana, competiamos com grandes emissoras mas tínhamos os melhores jornalistas do país. O legado do meu avô era forte e eu lutava para manter ele nem que precisasse sujar as mãos ao ser completamente invasivo ao tirar um homem do armário, mas talvez isso fosse bom em algum momento, eu esperava que Clara e Miguel fossem entender, não queria ouvir mais um sermão deles. Quando os dois se juntavam para falar sobre cancelamento e tudo aquilo, era exaustivo mas eu sempre cedia a eles, até mesmo cortei alguns patrocínios com marcas que de acordo com a Clara eram tudo o que o "patriarcado bilionário burguês do Brasil usava para controlar as massas".

Amo essa mulher.

Nesse momento ela devia está se divertindo com os amigos na despedida de solteira, eu iria sair com os colegas do jornal e até mesmo seu pai, o nosso âncora principal, iria. Mas com o caso do príncipe vindo a tona e uma tempestade de areia atingindo a Argentina, tive que cancelar a festa no bar e por a mão na massa.

              ***
Uma Semana após o grande furo do jornal, nossa audiência subiu e para completar meu pai tinha recebido alta do hospital e já estava se recuperando em casa, era um daqueles momentos que tudo ia bem na vida e precisava comemorar com estilo. Acordei disposto naquele final de semana, Clara estava sentada na frente da televisão da sala de estar e dando de mamar para o Victor.
Ela tinha estado muito ocupada essa semana e distante mas não queria a estressar quando eu também tinha andado ocupado, então me juntei a ela no sofá e lhe dei um beijo estalado na bochecha.

- O que vai fazer hoje?

- Nada. - Ela disse sem humor.

- Nada? Nem mesmo trabalhar? - Então podia ver ela enrijecer e Victor soltando seu mamilo e abrindo o berro, eu peguei o garoto em meus braços o acalmando. - Shhh...Papai tá aqui, tá tudo bem. - Ele se aninha pondo a cabeça em meu ombro enquanto minha linda noiva ajeitava o sutiã de amamentação.

- Peguei folga hoje, nada de mais.

- Ótimo, assim podemos ter o dia só para nós.

Ela desliga a TV e se levanta, eu a sigo até a cozinha e me sento em uma bancada enquanto ela pegava uma caneca e enchia de café.

- Não está animada?

- Quem vai olhar o Victor?

- Liguei para a Babá antes de descer.

- Você devia ter me avisado antes, Henry!

- Mas você disse que não tinha planos. - Tô confuso, Victor arrota quando dou tapinhas em suas costas.

Clara então suspira, olhando para baixo e depois abrindo um sorriso ao olhar em meu rosto pela primeira vez naquela semana.

- Desculpe, é uma ótima ideia. - Ela dá a volta na bancada e me beijava no rosto. - Eu te amo, você sabe disso né? - Ela perguntou olhando em meus olhos de forma tão triste.

Isso só me dava mais ânimo para tirar ela de casa em um passeio que vai surpreender ela!

- Eu também te amo, minha louquinha, - Lhe beijo na testa antes de dizer. - Agora vai se arrumar.

Em uns trinta minutos a Babá já tinha chegado e Clara estava lhe passando todos os cuidados com o Victor Jorge enquanto eu enchia uma cesta de piquenique, havia dito a ela que íamos para a praça mas claro que era mentira. Me despedia do nosso filho que fazia um movimento de abrir e fechar a mão enquanto nós dava "tchau".
Abria a porta do meu bentley azul escuro, um dos meus carros favoritos apesar de ter em posse um Aston Martin DB11, sou aficionado por carros, uma das minhas paixões e já havia tentado de tudo fazer a Clara desistir daquele Corolla 2016 dela mas era impossível, esperava que após o casamento ela fosse me ouvir.

Com nossas horas malucas de trabalho e com o bebê, era bom que tínhamos colocado a data do casamento o mais pra frente possível, apesar que nas férias de Julho ao qual não pegamos férias, fosse o momento mais fácil para as despedidas de solteiros. Era uma pena que a minha não deu certo mas hoje eu podia comemorar, sorria para a linda mulher de pele marrom ao meu lado, pegando na sua mão e trazendo aos meus lábios.
Ela estava desanimada e avoada naquele dia, mas vi seu semblante mudar quando estacionei o carro na vaga do estacionamento do autódromo.

- Não acredito. - Ela disse me olhando surpresa. - Você lembrou!

- Eu disse que a traria aqui quando pudesse dirigir. - Sai do carro com ela me seguindo, dando as mãos a mesma e entrelaçando os dedos, um dos meus colegas dono do lugar aparecia nos cumprimentando.

Clara havia se iluminado enquanto caminhávamos até uma das garagem com o Bruno.

- Vou dirigir um carro da Fórmula 1? - Ela perguntou quase pulando.

- Não, mas faremos uma competição de Kart. - Bruno disse lhe entregando um capacete.

- Fórmula 1? Clara! - Não consigo evitar dar uma risada, só aquela mulher para ter uma ideia maluca dessa.

- Uai? Esse não é o Bruno Dilaurent?  Tipo um dos maiores corredores da Fórmula 1?

- Aposentado. - Bruno diz piscando para a Clara e olho ameaçador para ele. Então ele dá uma tossida e me passa um capacete. - Aqui tem os macacões, e vou repassar como funciona os controles do kart.

Ele explica para nós, mas mais exatamente para a Clara, eu sempre corria de Kart quando podia ou em um carro de teste, enquanto a Clara tinha suas próprias corridas matinais, mas não fazia ultimamente. Entrei no Kart logo atrás do da Clara, ela parecia mais feliz que pinto no lixo e isso me fazia feliz também. Bruno dava a largada e a corrida começa, mas apesar de amar aquela mulher eu não iria pegar leve com ela, a corrida é tensa e após algumas voltas eu estava quase chegando na linha de largada e ela passava por mim.

Para a o kart saindo dele e gritando e pulando, não sou tão competitivo ao ponto de ficar bravo da mulher que eu amo, mas ainda assim perder dói.

Saio do kart e retiro o capacete, ela corre em minha direção pulando em meu colo e me beijando toda animada.

- VOCÊ VIU AQUELA VOLTA? - Gritava. - Vocês assim, e depois eu fiz aquilo e então a gente....

Tentava entender suas explicações enquanto ela falava se contorcendo toda e então Bruno vinha parabenizar a mesma.

- Você foi incrível. - Sussurro para ela antes do Bruno jogar elogios na minha noiva.

Deixo eles falando por um momento para por o capacete na mesa da garagem e meu celular toca na bolsa da Clara, procuro por ele e encontro o dela com uma mensagem piscando na tela, era da Ana.

Abria a mensagem por costume, podia ser algo sobre o casamento

Ana: Já conversou com o Cavill que vc traiu ele? Ou devo cancelar a reserva do casamento?

- What the hell? - Exclamo em minha língua original e meu celular continuava tocando, atendia enquanto olho na direção da Clara que acenava para mim mas eu desvio o olhar. - Alô?

- Mano. Vem pra casa, o pai não tá bem. - Ouvia a voz do Anthony

- De novo? - Pergunto

- Sim, ele piorou essa manhã, não achamos que ele vai sobreviver. Vem por favor, a mãe precisa da gente.

O Casamento do Chefe do Meu Pai (+16)Onde histórias criam vida. Descubra agora