Epílogo

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Henry Cavill

Faz um ano que estou casado com a Clara e fazia três anos que éramos pais, nosso pequeno Victor Jorge já andava e falava apesar de boa parte eu não entender o que ele queria dizer, mas já sabia até mesmo tomar suas próprias decisões. "Não quero usar isso. Quero assistir isso. Não quero comer. Quero sorvete".
Ver meu filho crescer tinha se tornado a maior alegria da minha vida, em pensar que tudo isso aconteceu por causa de eu estar bêbado na festa da empresa e acabado dormindo em uma sala e então uma garota entrado naquele mesmo lugar tentando se esconder.
Não imaginava que iríamos estar aqui agora, comemorando um Natal com nossa pequena família.
Seu irmão e o namorado, sua mãe e seu pai agora casado com outra mulher. E minha mãe, meus irmãos e sobrinhos.
Tínhamos nos tornado uma família enorme.
Até mesmo a prima de Clara estava aqui, a garota que já tínhamos conversado bastante desde o último incidente alguns anos atrás, que quase atrapalhou o meu casamento e o de Clara. Ela estava conosco e seu namorado, já havia sido desculpada pela Clara e por mim, mas sempre que me via ela abaixava a cabeça, provavelmente ainda envergonhada.

- Ei, Liz. Pode pegar mais gemada pra gente, lá na cozinha? - Clara pedia e a sua prima se levantou, passando por mim que estava entrando na sala.

- Com licença. - Pediu ela mas eu a parei no caminho, a mesma ergueu o olhar para mim. - O que foi?

- Eu já te perdoei, Liz. Não precisa ficar toda amuada.

A garota se encolheu para o lado, dando de ombros.

- Mas eu errei, a Clara ficou um ano sem falar comigo, e ela é a única parente que sempre... Me tratou como gente.

- Então comece a agir como gente. - Bati minha mão em seu ombro levemente e segui meu caminho até a sala, entregando uma taça de vinho para a minha mãe e depois para a Clara que recusou.

- Não vou beber. - Ela disse, pondo uma mecha cacheados do cabelo atrás da orelha, nosso pequeno Victor estava brincando no carpete com um dos primos com o trenzinho novo.

- Você não bebeu nenhuma taça até agora. - Miguel o irmão dela disse. - Que foi, gata?! Não me diga que você é alcootra!!

- MIGUEL! - A mãe dos dois exclamou, então olhou nervosa para a minha mãe. - Desculpa, minha filha não é assim e meu filho só está brincando.

- Eu num tô não. Vai que ela realmente virou uma viciada depois de tanto...AI - Ele se virou pro seu namorado que estava beliscando sua barriga. - Isso doeu.

- Shhh...Ta doendo meu amor? Vem cá. - Daniel deitou a cabeça de Miguel em seu ombro e abraçou ele. - Desculpa, eu achei que tinha sido leve.

- Panaca. - Miguel sussurrou enquanto a família toda ria da situação menos eu.

Olhando sério para a Clara que então olhou para a minha mãe e depois para seu pai, o que ela estava escondendo?

- Clara? - Chamei mais uma vez.

Então ela suspirou.

- TÁ BOM! - Ela levantou dando um grito que chamou a atenção de todos. - Já que todo mundo aqui gosta de se intrometer na minha vida. - Começou a andar em direção a árvore de Natal, pegando uma caixa. - Eu tinha planos de contar depois, mas vocês não sabem ficar quietos né.

- Eu não disse nada. - O pai dela, Jorge, diz.

- Muito menos eu, eu fiquei caladinho. - Minha mãe disse.

- Principalmente eu. - A minha sogra também diz.

Olho para todos confusos mas pelo menos eu não era o único, nossos irmãos e amigos pareciam também não entender.

- Gente o que tá acontecendo? - Olho para a Clara, me levantando enquanto ela fica parada de frente para mim. - Amor?

- Feliz Natal. - Ela me estende a caixa com o embrulho natalino, eu pego, desconfiados. Que presente seria esse?

- Ganharam na loteria? - Perguntou Wolfie o namorado de Liz.

Abria a caixa enquanto minha mulher mandava todo mundo calar a boca. Até as crianças ficaram quietas. Termino de abrir a caixa e então dou de cara com sapatinhos pequenos na cor de rosa. Feitos de croche.
Pego os sapatinhos, minha mão tremendo.
Tento raciocinar. Ela... Ela?

- Vamos ter um bebê? - Pergunto confuso, era isso que ela queria dizer? Olho para a minha mãe e então volto o olhar a Clara que batia palminhas. - VAMOS TER OUTRO BEBÊ?

- UMA MENINA! - Clara gritou e eu larguei a caixa e os sapatinhos. Abraçando forte e erguendo-a do chão.

Minha alegria não podia ser medida e nem expressada com palavras, apenas sentida. Como a explosão de um sol ou a expansão do universo, a criação de uma nova galáxia ou a velocidade de uma estrela cadente. Era assim que eu sempre me sentia com a Clara, quando demos nosso primeiro beijo, nossa primeira noite juntos, nosso primeiro filho, nosso casamento e agora novamente ela fazia com que meu pequeno mundo pacato e sem graça se torne uma enorme galáxia.

Minha família e a família dela que agora tinha se tornado nossa, em um todo. Batia Palmas e gritava, naquele momento Liz entrou trazendo uma bandeja com as gemadas e assim fizemos um brinde com a família reunida.
Victor correndo até nós querendo se juntar naquela alegria.

- Papai! Papai! Quelo colo! - Abaixo até o mesmo o erguendo com um braço só. - Mamãe já te contou? Que vo te uma imãzinha?

- Você também já sabia?

Então ele fez o sinal de zíper com os dedos e a boca.

- Mamãe dixe pa naum conta.

Clara então segura suas bochechas gordas e beijava uma delas.

- E como um bom menino obedeceu a mamãe. - Ela diz e eu encaro ela severamente. - Oque? Ele puxou a mim.

- Santo Deus. Não basta ter você, nosso filho também tem que ir pro mal caminho?

Então Clara esfregou sua barriga ainda não inchada. - E tem mais um no forninho. - Ela diz fazendo uma cara sapeca.

Acabei dando gargalhada, iria vim mais um bebê igual a Clara, para que meu mundo fosse virado de cabeça para baixo.

- EU NÃO TÔ ATRASADA! - Alguém gritava e todos viramos a cabeça na direção da Ana segurando vários balões coloridos e um deles dizendo "É XX."

- Infelizmente me fizeram contar já. - Clara desabafa revirando os olhos.

- O que significa XX? - Minha mãe perguntou e então o pai da Clara respondeu.

- É o cromossomo femenino.

- Não seria melhor só dizer que é menina?

- Só um teste do buzzfeed pra nós dizer isso. - Clara disse e todos olham ela confusos e então olho para a minha esposa que dava de ombros, me inclinou em sua direção dando um beijo surpresa em seus lábios. - O que foi isso?

- Nada , só estou feliz. - Sussurrei e ela me beijou de volta, enquanto nossa família começava um debate e bebia gemadas.
As crianças corriam e discutiam também.

Minha casa agora era barulhenta e nunca me senti tão em paz.

   

                           FIM

O Casamento do Chefe do Meu Pai (+16)Onde histórias criam vida. Descubra agora