books.

3.3K 437 151
                                    

Jennie uma vez disse a Lisa; "Parece que você gosta mais dos livros dos que das pessoas". Na verdade, não parece. Ela realmente não gosta de muita gente. Os livros não diminuem seus sonhos, não tentam escolher sua profissão, não se importam com o seu cabelo. Os traumas que as pessoas criaram, os livros curam.

Lisa acredita que todo livro que você lê, te muda em algo. Muda como você pensa, o que diz, como age ou como olha para o mundo. Se um livro não muda uma coisa em você, então ele falhou miseravelmente em ser um livro.

E ela gosta de ter um livro para cada momento, para cada lugar. Lalisa se transborda do mundo em que vive, e isso é o que ela mais ama fazer.

Ela viveu a vida curvada entre as páginas de livros.

Na ausência de relacionamentos humanos, Lisa formou laços com personagens no papel. Viveu o amor e a perda por meio de histórias gravadas na História; viveu a adolescência por associação. Seu mundo é uma rede entrelaçada de palavras, membros costurados a membros, osso a tendão, pensamentos e imagens juntos. Lalisa é um ser composto de letras, um personagem criado por meio de frases, uma imaginação formada por ficção.

Essa era Lisa.

— Ela não precisa de um psiquiatra, isso é só frescura! — a mulher gritou com o marido, e a pequena Lisa tentava fingir não ouvi-la enquanto lia O pequenos príncipe no tapete da sala.

Não é frescura! Minha filha precisa de ajuda!

Lisa ouviu um barulho de vidro se quebrando, mas ela continuou lendo.

Nossa filha! Eu também sei o que é melhor pra ela!

O homem riu da frase da mulher, não acreditava no que a própria esposa estava dizendo.

— Lisa precisa de ajuda, ela só tem 8 anos! — falou alto, batendo os punhos no balcão da mesa. — temos condição financeira para ajuda-la, e você esta negando isso a ela? Que tipo de mãe você é?

A pequena Lisa não ouviu mais nada. Quando se deu conta, notou seu pai se sentando na sua frente. Ele sorriu para ela e Lisa se sentiu segura.

Eu vou melhorar, papai?

O homem sorriu para ela, beijou a testa da menina e assentiu.

Vamos procurar ajuda e você vai ficar bem meu amor, papai promete.

Lalisa estava com medo. Ela estava bem, mas de repente sentiu medo. E ela não sabe explicar logicamente esse medo.

Seria talvez o mesmo medo que uma criança sente ao se perder da mãe num passeio na feira, e por causa da pouca idade e por ser desprovida de memórias geográficas e espaciais, não saberia discernir se a banca de peixes estava para a direita ou se a banca de doces que tanto queria ir estava para a esquerda.

Nessas ocasiões sentia-se sozinha, mesmo cercada de dezenas de pessoas, pois ela não tinha alguém que a fizesse se sentir algo no mundo.

Mas por que o medo? Se diferente da criança perdida, Lisa poderia, naquela noite, ter a presença da única pessoa que a levou em órbita.

Uma insegurança estranha e dolorosa surgia de alguma zona esquecida dentro dela, como se algo ou alguém a dissesse - ei, cuidado, não se apegue. todos que importavam te deixaram, quem iria querer ficar com alguém que foi deixada por todos?

Obsessive Compulsive Disorder ;; Chaelisa Onde histórias criam vida. Descubra agora