solitude and solitude

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Todos os esforços feitos para evitar a solidão falharam, e falharão, porque eles são contra os princípios básicos da vida. Você precisa de algo que o ajude a esquecer a solidão. Você precisa é ficar consciente da sua solitude, que é uma realidade. E é tão belo experimentá-la, senti-la, porque ela é a sua liberdade da multidão e dos outros. Ela é sua liberdade do medo de ficar só.

Não havia nada além da escuridão, da cortina do céu acinzentado e horrendo, da admiração silenciosa delas.

Chaeyoung deu um passo para o lado, tentando discretamente ficar mais perto de Lisa. Lisa percebeu aquilo, mas ficou quieta.

Dias nublados sempre faziam Lisa se sentir tão pequena. E embora os verões fossem quase totalmente feitos de sol e calor, para ela, os verões eram como tempestades que iam e vinham. E ficava o sentimento de solidão.

— Você sempre me pareceu uma cavaleira de história, desde que te vi. — Chaeyoung disse baixinho, mas Lisa ainda se mantém quieta olhando para a rua. — Possivelmente, uma história sórdida.

Lisa quase chuta a perna dela, mas sua aversão em tocar os outros a segura. Ela vira a cabeça para olha-la e se surpreende ao notar os olhos pequenos atrás dos óculos a olhando.

Chaeyoung estava tão bonita e Lisa tenta ignorar seu estômago se remexendo como louco ao pensar em quão atraente Roseanne ficava com aquele sobretudo cinza. Lalisa não deixou de notar que Chaeyoung misturava todas as cores possíveis, não combinava em nada, chegava a ser ridículo. Mas mesmo assim, Lisa não conseguia tirar os olhos dela, porque, mesmo com aquela combinação horrenda de cores, Chaeyoung parecia combinar com todas elas.

— E você parece o sapo da Rapunzel. — ela zomba com seu rosto contorcido no mal humor usual.

Lisa não sabe como, mas ela não estava preparada para ouvir a risada escandalosa de Chaeyoung irradiar os seus sentidos. Ela não sabe como, mas a risada dela passou por todos os buraquinhos e furos do seu coração, e Lalisa se sentiu de volta a vida.

— Pascoal não é um sapo, Lisa!

Chaeyoung exclama risonha e Lisa evita olhar para ela. O tom de voz dela faz sua barriga vibrar e suas bochechas corarem.

— Eu não ligo. — ela murmura, segurando firme as alças de sua mochila e olhando para os seus tênis brancos.

Elas estão a mais de cinco minutos na calçada em frente a Universidade, e Lisa não sabe exatamente o porquê de não conseguir deixa-la, mas ela tenta não pensar nisso por agora. Ela sabe que Chaeyoung está esperando um ônibus e é estranho o fato de que ela não quer se despedir da australiana.

As duas ficaram uma hora na biblioteca. Elas fizeram rascunhos sobre o texto delas, e concordaram que quem iria lê-lo para a turma toda na próxima semana seria Chaeyoung, já que ela amava falar em público, diferente de Lisa. A tailandesa também deu a ideia de Chaeyoung fazer um quadro pequeno e simples que representasse o texto delas e Roseanne, como a verdadeira pintora que era, ficou animada com a ideia.

Em geral, elas não conversaram muito, apenas coisas sobre o trabalho de filosofia.

— Eu não entendo... — Chaeyoung diz e faz uma careta furiosa quando uma brisa gélida bagunça seus cabelos. Lisa sorri escondida, mesmo que ela não queira. — você foi gentil comigo quando saímos, mas agora está sendo grossa, tem algum motivo específico?

Ela olha para Lisa, no fundo dos olhos dela. Lalisa congela e Chaeyoung deve notar, porque a expressão dela ficou rígida e nervosa.

— É que... — Lisa pigarreia nervosamente, ela vira o rosto para olhar o outro lado da rua. — eu queria me livrar de você.

A risadinha de Chaeyoung é possívelmente a melhor coisa que Lisa já ouviu, e ela pensa que poderia fazer papel de boba sempre para fazer Chaeyoung rir.

— Então você acha que ser gentil afasta as pessoas? — ela pergunta segurando o riso, mas Lalisa não quer que ela faça aquilo.

Lisa morde os lábios e olha para o céu cinza.

— Jennie me disse que pessoas burras são legais com os outros e ninguém quer ficar perto de pessoas burras.

Chaeyoung balança a cabeça e ri contorcida. Lisa olha para ela e sente seu peito arder, ela quer rir junto com Chaeyoung, mas não sabe exatamente como fazer isso.

— Eu conheci ela. — Roseanne diz quando se recupera das risadas e Lisa não tira os olhos dela. — Jennie parece ser legal, mesmo sendo um pouco grosseira.

Quando ela termina ela se vira para olhar Lisa. Lisa não entende Park Chaeyoung porque ela não é como ninguém que já conheceu. Ela não tem ideia do que fazer, porque ela nunca esteve daquela forma.

Lalisa não sabe quanto tempo ficaram se encarando, mas ela instantaneamente se lembrou dos pássaros que Chaeyoung pintou para ela. Lisa se arrepende irrevogavelmente das palavras que disse a Chaeyoung na biblioteca, e sabe que tem que se desculpar com ela, justamente porque o desenho dela a fez chorar, mesmo ela não sabendo exatamente o porquê.

— Sobre o desenho... — ela pigarreia e desvia os olhos. Chaeyoung também desvia o olhar porque ela realmente ficou triste com o comentário de Lisa. — Eu menti.

Chayeoung instantaneamente a olha, mas Lisa ainda mantém seus olhos distantes.

— O que?

— Eu gostei que você tenha pintado aqueles pássaros para mim, Chaeyoung. — Lisa suspira e a olha. — seu desenho está na minha escrivaninha, e sinceramente... eu não consigo tira-lo de lá, e nem quero porque eu preciso olhar para ele antes de dormir.

Chaeyoung solta o ar pela boca e seus olhos estão perdidos nas palavras que Lisa lhe disse. Ela não sabe o porquê fez aquilo, mas mesmo assim ela se aproxima de Lisa e segura a manga do sobretudo bege dela com as pontas dos dedos.

Lalisa não se afasta e ela se sente estranha por não fazer isso. Se fosse qualquer outra pessoa, Lisa estaria se esperneando.

Suas mãos quase se tocam, mas Lisa ainda tem medo o suficiente para não deixar que aquilo aconteça. Ela sente quando Chaeyoung aperta sua manga e ela quase estica a mão para tocar a dela.

Ela não sabe o que está acontecendo até que ela nota um ônibus aparecendo no final da rua, então ela se distancia de Chaeyoung e pigarreia nervosa. Lisa sabe que possívelmente aquele era o ônibus de Chayeoung, já que não passa muitos ônibus por lá.

Elas não dizem mais nada. Lisa observa Chaeyoung subindo no ônibus, e pela janela suja ela acompanha os passos de Chaeyoung até o último banco, do lado da janela.

Roseanne também a olha pelo vidro e Lisa se sente presa a ela como uma mosca para o mel. Os lábios de Chaeyoung se contraem em um sorriso e Lisa quase entra dentro daquele ônibus cheio de germes para ficar com ela.

Mas já era tarde de mais para ela fazer aquilo. O ônibus já havia ido embora.

não chegue tão perto, é escuro aqui dentro.
é onde meus demônios se escondem.

...

eu tão feliz com esse capítulo, é tão relaxante escrever essa história😭😭✋

Obsessive Compulsive Disorder ;; Chaelisa Onde histórias criam vida. Descubra agora