Ela não consegue superar, não consegue mudar, não consegue fazer, não consegue voltar.
Essas palavras ecoam na mente de Lisa por horas todas as noites, acontecem como um grito desesperado em um deserto. Ninguém consegue ouvi-la.
Tudo isso, todas essas coisas, os zunidos que a noite lhe proporciona, vão piorando cada vez mais o seu cansaço mental.
É como se Lisa sempre estivesse correndo agoniada de todo esse desespero e no final ela permanece no mesmo lugar. Tediosamente ela sente a dor enquanto olha para a parede branca de seu quarto, ela pensa em como os seus dias passam lentamente e rastejam minuto a minuto em seus pensamentos mais sombrios.
Ela levanta para ascender e depois apagar a luz. Logo volta a sua cama e volta a olhar a parede branca e sem graça outra vez.
Lisa não esta conseguindo mudar - algo que ela sempre quis, a sua vida toda. Ela está lutando contra si cada vez mais que tenta modificar todo o caos que a habita.
Lisa acha que ainda não aprendeu a viver neste mundo. Ela foi desprovida de desfrutar das coisas belas e boas, e agora nada a faz pulsar. Ela não aprendeu a trabalhar incansavelmente, não aprendeu nem mesmo a amar.
Lisa se perguntou aonde errou. Quando todos foram e ela ficou?
Ela olhou a droga daquela desenho outra vez. O desenho de Park Chaeyoung.
Aqueles pássaros em aquarela ganharam um lugar ao lado de sua cama, em cima da sua escrivaninha. Já fazia duas semanas e Lisa não sabia aonde colocar aquele desenho, pois ela acha que não conseguirá respirar se não olhar para ele toda noite antes de dormir.
Park Chaeyoung definitivamente era um universo lindo e profundo, cheia de pássaros em aquerela.
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Durante o dia, tudo fluia como o esperado. Park Chaeyoung acorda cedo e vai para a faculdade, vai para todas as aulas e almoçavam duas vezes para não passar fome o resto do dia. Depois da faculdade ela vai para a cafeteira onde trabalha e fica lá por 6 horas. Volta para casa, ajuda sua irmã mais nova com o dever de casa e lava a louça do jantar antes de tomar banho e ir deitar.
Ela cumpria com êxito todos os seus compromissos e afazeres.
Entretanto, quando anoitecia e fechava os seus olhos para dormir, era como se desmoronasse, era acometida por uma tristeza quase que reflexiva, pensava demais, pensava em tudo, pensava até de se esvaziar de si mesma.
Se sentia casada, tentava dormir, mas não conseguia. Ficava deitada, semiacordada, ouvindo música, como se estivesse suspensa, em um mundo totalmente vazio, mas inteiramente dela.
A questão é que Chaeyoung tinha tanto com que se preocupar. As contas estavam atrasadas e ela trabalhava feito louca para ajudar sua mãe. Ela até vendeu seu precioso piano para que pudessem pagar pelas despesas do Hospital e que seu pai estava internado. E só de pensar nele, seu estômago da voltas e voltas. Todas as vezes que alguém liga para ela Chaeyoung pensa ser do hospital, avisando que seu pai morreu.
Era desesperador e ela mal conseguia respirar.
E ainda tinha Lalisa. Ah, Lisa. Ela não era necessariamente um problema, mas também era um dos compactuantes para a insônia da Park.
Já fazia três semanas que havia lhe mandado o desenhos dos pássaros, e ela continua a evitando. Era constrangedor quando seus olhares se ebarravam nos corredores ou nas aulas de filosofia. Roseanne queria falar com ela, mas ainda não era o tempo.
Chaeyoung ainda tinha mais dois livros para ler antes de ir falar com Lalisa.
Livros? Sim. Chaeyoung teve o plano mais estúpido da terra para se aproximar da tailandesa, mas talvez desse certo. Ela precisava arriscar, não poderia viver pesando que não fez de tudo para se aproximar daquela mulher que ela mal conhecia, mas que ela sentia que poderia ser seu mundo.
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Obsessive Compulsive Disorder ;; Chaelisa
RomanceLalisa não se lembra de como a sua mente começou a fazer barulho. Talvez ela sempre tenha se sentido daquele jeito. Ela conseguia ver os germes se esgueirando por tudo que ela olhasse, ela precisava repetir as palavras e os gestos pois eles precisav...