Todo mundo está terrivelmente danificado.
Estamos incrivelmente dilacerados, rasgados em pedaços. A maioria das pessoas negará o fato de que existe algo que assombra suas mentes. Por que talvez se elas não disserem, não será real. Mas na realidade, todo mundo tem seus demônios, e a única coisa que podemos fazer é oferecer as nossas partes boas e esperar que elas dancem bem com as partes ruins.
— A Chaeng chegou mãe! — Alice alertou sua mãe quando escutou o barulho da porta.
Já era 22h da noite e a Senhora Park esperava ansiosamente a volta de sua filha desde que ela e Lalisa saíram depois de passarem o dia juntas em sua casa. A mulher saiu da cozinha e foi até o corredor que separa a sala da cozinha, e observou sua filha mais velha deixar seus tênis brancos na sapateira da prota. Naquele exato momento a mulher percebeu que tinha algo em sua filha, e quando Roseanne levantou o rosto e seus cabelos loiros se espalharam por seu rosto, a mãe finalmente viu os olhos vermelhos e inchados.
Naquele momento Alice veio correndo da sala, os pés descalços, o pijama de dinossauro e os cabelos castanhos molhados. Ela também percebeu que tinha algo de errado com a irmã.
— Esta tudo bem filha? — a mãe pergunta docemente, mas Chaeyoung apenas passa por elas e sobe correndo as escadas para o segundo andar.
Alice e sua mãe se encaram, preocupadas.
— O que será que aconteceu? — a filha mais nova questiona sua mãe, preparada para subir atrás de sua irmã, mas sua mãe a impede.
— Eu vou falar com ela, fica aqui embaixo e termine suas lições.
A senhora Park consegue ouvir os soluços de sua filha enquanto sobe as escadas. Esta claro que há algo de errado com a garota, e ouvi-la chorar aumenta a preocupação da mãe.
Antes de abrir a porta do quarto de Chaeyoung, a mulher sabe que tem algo a ver com Lalisa. Por algum motivo ela tem certeza que é ela. E quando ela abre a porta do quarto e encontra sua filha encolhida na cama chorando violentamente, ela deseja imensamente que não tenha ligação com a jovem tailandesa que ela acolheu em sua casa essa tarde.
A senhora Park anda em passos calmos até a cama da filha e senta na ponta do colchão, ela acaricia as costas de Roseanne enquanto a observa soluçar sem parar.
— O que houve meu amor? — ela pergunta em um suspiro enquanto Chaeyoung desmorona. — É com Lalisa?
Chaeyoung não responde e apenas se vira para agarrar sua mãe e chorar no peito dela. A mãe suspira enquanto abraça sua filha de volta e faz padrões suaves com os dedos nas costas dela e Roseanne implora silenciosamente que a mãe a entenda.
— Isso explica tudo... — ela murmura no topo da cabeça de Chaeyoung.
Suas mãos sobem até os cabelos loiros de sua filha e a acaricia. Ela faz isso até que os soluços violentos de Roseanne se transformem em gemidos. As mãos da mãe seguram o rosto dela e o ergue para que Roseanne a olhe nos olhos. A senhora Park alisa o rosto da filha como costumava fazer quando ela era criança e se machucava.
Ela beija a testa de Chaeyoung como se fosse a única coisa que ela sabe fazer que possa ajudar a melhorar.
A australiana enterra a cabeça no peito de sua mãe e deixa o abraço suave dela a acalmar como sempre fazia. Demora muito tempo até que uma delas fale. A mãe dela quebra o silencio.
— Você quer falar sobre o que aconteceu?
Roseanne balança a cabeça, mas ela sente as palavras se empurrarem em sua garganta, querendo sair: — Eu não devia ter dito a ela. — ela sussurra. — eu estraguei tudo mãe, eu não deveria ter falado.
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Obsessive Compulsive Disorder ;; Chaelisa
RomanceLalisa não se lembra de como a sua mente começou a fazer barulho. Talvez ela sempre tenha se sentido daquele jeito. Ela conseguia ver os germes se esgueirando por tudo que ela olhasse, ela precisava repetir as palavras e os gestos pois eles precisav...