Herdeiro

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Era impossível alguém não conhecer uma figura tão icônica como Carlos Jeremiah Santiago na cidade. Sério, me achei meio burro por não ter percebido à ligação dos nomes antes. O pai do arrombado é maior traficante de drogas de Parnaíba e o segundo maior do estado, segundo dizem as más linguas por aí. O chefão e todos os integrantes da família Santiago são bastantes famosos em toda a região por todas as ações ilícitas na qual estão envolvidos e, claro, por todos os milhares de crimes que já cometeram com o passar do anos. Pra se ter uma noção, eles são tipo as Kardashians do crime.

Depois que Carlos falou que era filho do CJS, eu não sabia o que falar e nem como agir. Fiquei surpreendido e um tanto apreensivo porque, como ele era um dos Santiagos, corgitei que ele era alguém perigoso (okay, sei que isso foi um pouco preconceituoso da minha parte, me julgue), apesar da sua aparência de bom moço e suas atitudes idiotas comigo. E, um pensamento bem doido me ocorreu: de alguma forma, eu estava me envolvendo numa confusão enorme por está ajudando-o.

Carlos deve ter visto como o meu rosto parecia um cu fodido pois o coitado começou a se explicar.

- Ei, ei! Não se preocupa! Tu não vai se meter numa encrenca ou ter o cu arrombado ou algo tipo! Ninguém sabe que eu estou aqui, lembra?

Se ele falou aquilo pra me acalmar, Carlos falhou miseravelmente. Seria muito melhor ele ter vindo até a mim e ter quicado no me pau até eu gozar porque suas palavras me deixaram mais nervoso ainda.

- Puta que pariu! Ainda não sei o porque de ter deixado você ficar aqui! - sussurrei, trincando os dentes. - Eu deveria ter te expulsado assim que você chegou, merda!

Carlos suspirou fracamente.

- Eu sei o porque de tu ter me deixando ficar aqui, cara! - ele disse, dando um tapa na bunda com força. - Óbvio que tu achou minha bunda bonita e quer meter o teu pau no meu cuzinho!

Fiquei imóvel, o rosto impassível. O assunto era sério demais pra ser levado na brincadeira.

Vendo que sua piada sem graça não surtiu o efeito desejado sobre mim, Carlos encolheu os ombros.

- Uau! Não acredito que tu ia deixar eu morrer no relento, Samu! Que maldade! - Ele falou, fingindo estar magoado. - Tá, legal, eu sei, eu sei! Minha família é uma merda e perigosa pra cacete, mas eu não vou deixar nada acontecer contigo! Eu sempre vou lembrar da tua ajuda! E vou te recompensar, nem que seja com uma mamadinha, tá bom?

Bati minha cabeça repetidas vezes no colchão da cama, pensando no que deveria fazer. Refleti um pouco antes de fazer qualquer coisa.

Vários pensamentos surgiram nesse curto momento de reflexão, fazendo minha cabeça doer. Quando pensava em ir até ele para mandá-lo ir embora pra acabar com iss tudo de uma vez, as palavras dele ecoavam na minha cabeça, me deixando bastante confuso.

Ele não pode ser tão do mal assim! Merda, se fosse, ele não teria feito algo comigo assim que chegou? E eu também senti verdade nas suas palavras, cara. Ou é apenas o meu lado besta que sempre acredita nas pessoas?, pensei, irritado.

Eu não sei o que você faria no meu caso, mas eu resolvi dá um chance para Carlos se explicar melhor. E, dependendo do que saisse da sua boca, eu daria o próximo passo. Pode me criticar, se quiser, mas sei que se não desse uma chance para ele, eu me sentiria fodido depois por não o ter ajudado.

Com uma sensação fria no estômago, comecei a sondá-lo.

- Por quê você estava fugindo dos capangas mesmo? - questionei, cruzando meus braços sobre o peito. - Se esses caras são mesmo os capangas no seu pai, eles não são, tipo, da família? Na márfia ou sei lá o que não é assim?

O Invasor (Shortfic)Onde histórias criam vida. Descubra agora