Capítulo 1 - Demônios

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- Tenho uma coisa nova para você hoje.

O sorriso de Kiba era repleto de malícia e segundas intenções.

- Não estou interessada. – Hinata respondeu sem um pingo de animação na voz, enquanto colocava o copo na frente do moreno e despejava a bebida em seguida. – Mais alguma coisa?

- Não seja tão careta, Hina. – Ele revirou os olhos. – São os novos brinquedos do próprio Orochi... – Ele voltou a sorrir tirando um pequeno saquinho com pílulas de dentro do bolso da jaqueta. – Essa belezinha vai deixar a gente acordado a noite inteira.

- Você conhece a política de uso de drogas aqui. – Ela respondeu quase mecanicamente, sabendo que deveria ser a centésima vez que explicava a mesma coisa para o Inuzuka. Kiba se tornava um porre quando estava chapado, embora frequentemente isso acontecesse quando estava na companhia de Hinata. – Nada de usá-las em expediente. Orochimaru me mandaria embora se soubesse que estou usando uma de suas drogas junto com um playboyzinho de merda durante meu horário de serviço.

- Assim você me ofende, Hinatinha. – Ele disse tentando forçar uma careta de mágoa, mas que logo se desfez em uma gargalhada.

- Kiba, vá procurar outra garota para passar a noite com você. Eu estou trabalhando, porra!

- Eu comprei tudo isso porque queria usar com você, você sabe que nos divertimos melhor juntos. – Ele a olhou de cima a baixo sem nenhum pudor no olhar. – Não tem nenhuma outra garota aqui tão gostosa quanto você.

- Não me importa. Nós dois sabemos que você teria comprado tudo isso independentemente de ter me visto aqui essa noite ou não.

- Você me conhece tão bem, Hinata... – Ele virou a bebida que estava no copo. – Mas eu também te conheço... Sabe que eu te daria tudo que tenho aqui de graça e que, se não aceitar meus presentes, vai ter que trabalhar muito mais que isso para poder manter seus vícios... Orochimaru está subindo os preços e pelo que sei ele não dá desconto para funcionários.

- Não seja tão estúpido. – Ela se aproximou dele no balcão. – Você nunca me deu nada de graça, eu que sempre fiz por merecer.

- E faz muito bem, diga-se de passagem. – Ele sorriu malicioso mais uma vez. – Podemos considerar o que temos como uma troca de favores então. Ou uma espécie de amizade colorida, talvez?

Naquele momento Hinata se perguntou se ficava tão irritante assim quando estava bêbada, ela não tinha resposta para isso ainda, mas precisava se concentrar em outra coisa: tirar Kiba dali antes que ele assustasse seus clientes.

- Nós não temos nada. O ponto é: eu posso usar ou beber o que eu quiser, quando quiser, porque mesmo que eu não compre nada você está sempre aqui, pronto para me dar qualquer coisa que eu pedir. Tudo porque você está chapado o tempo todo e aposto que nem se lembra quando foi a última vez que esteve sóbrio o suficiente para poder reclamar de todas as vezes que eu te xinguei só na última hora que esteve aqui, ocupando lugar no meu bar.

"Você é um lixo, Kiba, e não passa disso."

- Eu até ficaria magoado com isso, mas como você disse, eu estou chapado demais para me importar. – Ele se levantou do banco. – Me procure quando estiver a fim de dormir com um homem de verdade ou de se divertir com algum entorpecente. Pode ser para fazer os dois juntos se quiser, você e eu sabemos bem como é bom fazer essa mistura.

Hinata revirou os olhos vendo-o sumir na multidão caótica de pessoas na pista de dança da boate e suspirou percebendo que a noite só havia começado. Um novo cliente se aproximou do bar e ela colocou um sorriso sedutor nos lábios ao ir até ele.

O Pecado do AnjoOnde histórias criam vida. Descubra agora