01 - nova segurança

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Cheryl Blossom point of view

- Não é preciso tudo isso, pai! Não preciso de seguranças! - digo pela milésima vez.

- Mas é uma ingrata mesmo! - Carmen, minha madrasta, diz.

- Carmen, por favor! - meu pai massageia as têmporas. - Cheryl, esse assunto não está em discussão. Você terá seguranças, nem que seja ao menos um em cada período.

- Mas...

- Sabe que eu quero apenas sua segurança, filha! - me encara e eu suspiro.

Entro em meu antigo quarto e me jogo na cama. Não posso negar que eu vivo em perigo constante, afinal meu pai é um delegado.

Há dois dias, meu pai foi me buscar na faculdade e me livrou de um assalto. Desde então, ele insiste no assunto de me ver cercada por homens estranhos e rabugentos.

Scarlett, minha irmã, por parte de pai, vive cercada por seguranças. Sim, ela adora chamar atenção! E o pior lado disso tudo é que acham que eu sou como ela, fútil, mimada e vazia. Mas eu não sou assim, as pessoas apenas não me conhecem o suficiente.

Minha mãe morreu quando eu tinha 5 anos e adivinhem só, meu pai, Clifford Blossom, traiu minha mãe Penélope Blossom com Carmen. Ambos eram casados. Claro que traição é algo errado, mas isso não diminuía o meu desejo de conhecer a minha mãe.

Desde sua morte, vim morar com meu pai, que não me negou. Ele me amou como um verdadeiro pai, para a infelicidade de Scarlett e Carmen.

Pelo que sei, minha mãe não sabia que meu pai traia ela. Palavras da tia Alice. Então, meu pai tinha uma grande parcela de culpa.

Isso é sempre motivo de humilhações e desfeitas. Elas me odeiam e fazem da minha vida um inferno.

Arrumo meu cabelo e desço as escadas. Carmen e Scarlett que antes riam de alguma coisa, se calam no mesmo instante em que me vêem descendo.

- Sempre estraga prazeres! - Scarlett resmunga, olhando duas longas unhas pintadas de vermelho.

Não dou ouvidos e vou me despedir do meu pai.

- Já contratei! - me abraça. - Sabe que é para seu bem, não sabe?

- Eu sei, pai!

- Vão te buscar na faculdade amanhã. - assinto.

--×--

Chego em meu apartamento e me jogo no sofá.

Não tinha nada de muito interessante em minha rotina. Bom, assim diriam outras pessoas. Prefiro um bom livro e um filme para ocupar o meu tempo. Eu realmente preferia trocar uma noite de festa por uma maratona de séries.

Respiro fundo e pego meu celular, discando o número de Minerva, minha namorada.

- Alô? - diz com a voz sonolenta.

- Oi, te acordei?

- Não, não. Como você tá?

- Bem, só um pouco cansada. A faculdade está exigindo muito de mim. - resmungo, soltando uma risada. - E você?

- Bem, estou ótimo! - ri baixinho. - É, hum, amor, eu vou desligar. Se der, eu passo aí no seu apartamento, tá bem? - suspiro.

- Tudo bem.

- Não vai ficar chateada, não é, gata?

- Claro que não! - solto uma risada fraca. - Bom, então até mais. Eu amo você.

- Uhum, até! - desliga a chamada.

Suspiro e jogo o celular ao meu lado.

--×--

- Até que enfim você chegou! - Betty resmunga me fazendo rir.

- Nem vem! Não estou tão atrasada assim! - ela revira os olhos.

- E o seu novo segurança? - pergunta enquanto andamos em direção à sala.

- Ele virá me buscar hoje! - resmungo. - Não consegui convencer meu pai de desistir dessa ideia.

- Será que é um daqueles caras gatos e musculosos, com cara de mau? - ela sorri maliciosa. - Bem que você poderia tirar uma casquinha.

- Para com isso, Berry! - rio. - Você sabe que tenho a Minerva.

Ela revira os olhos.

- Sabe que eu odeio essa babaca da sua namorada, não sabe?

- Não começa! - digo, me sentando em umas das cadeiras.

Ela bufa e o professor começa a aula.

Betty definitivamente odeia Minerva.

Elizabeth era minha única amiga. Não que eu não fosse uma pessoa sociável, as pessoas apenas me evitavam. E, bom, eu sabia um dos motivos.

Scarlett, como já dito, não passava de uma garota vazia. E uma das suas principais funções era infernizar a minha vida. Por isso vivia espalhando boatos sobre mim.

Um desses boatos os quais ela já inventou, foi que eu havia transado com a maioria dos garotos da sua sala. As pessoas passaram a me olhar de um modo diferente, sem contar que surgiram convites inusitados de alguns garotos durante certo tempo. Bom, eu não ligava muito para o que ela dizia sobre mim. As pessoas poderiam não me conhecer, mas eu me conhecia. E já era o suficiente.

O final da aula chegou rápido. Eu estava ainda tão irritada pelo fato de que eu iria ser acompanhada por seguranças.

- Se o seu segurança for um pedaço de mau caminho, Che, por favor, o agarre. - Betty pisca para mim e eu lhe lanço o dedo do meio. - Essas suas demonstrações de amor realmente me emocionam. - coloca a mão no peito.

- Tchau, Betty! - rio e ela me lança um beijo no ar.

Ando devagar até os portões da universidade e respiro fundo olhando para os lados.

Como eu vou saber quem é o babaca do meu segurança, senhor?

- Senhorita Blossom? - suspiro ouvindo uma voz feminina atrás de mim.

Me viro para encará-la e arrega-lo levemente os olhos.

Engulo em seco.

Ela tinha a pele levemente bronzeada e os cabelos castanhos. Seus olhos eram castanho claro e sua boca carnuda chamava a atenção. Sem contar sua postura imponente e séria.

- Sou eu.

Ela sorri, parecendo perceber meu nervosismo.

Não dá para negar o quanto era uma mulher bonita.

- Sou a sua nova segurança!

Meu porto seguro - ChoniOnde histórias criam vida. Descubra agora