18 - Quando vai perceber

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Cheryl Blossom point of view

A única pessoa com quem eu conversava naquela festa era com meu pai. Era perceptível o tanto que eu não me sentia bem dentre aquelas pessoas.

Olho ao redor e tento encontrar Toni, pois a mesma não estava com Sweet pea.

– Filha? – encaro meu pai. – Está procurando alguém?

Antes que eu pudesse responder a pergunta, eu a encontro. E para minha surpresa, ela estava dançando com Scarlett.

Eu não estava com ciúmes! Eu só... Ah, que se dane!

– Não, pai! – respondo e sorrio fraco.

Suspiro e volto a olhar para as duas.

Eu estava incomodada. Eu e Toni não tínhamos nada além de sexo, mas só o fato de vê-la agarrando a cintura da minha meio irmã, já me dava náuseas.

E então eu vi a cena que, assustadoramente, me desestruturou.

– Filha, você está bem? – meu pai pergunta. – Você está pálida!

Toni e Scarlett estavam se beijando. Eu arregalei os olhos.

Olho para meu pai, tentando afastar a cena desconcertante e a dor que me causara.

– S-sim! – me levanto. – Eu tenho que ir, pai! – os olhos de Toni se encontram com os meus, quando decido olhá-los mais uma vez.

– Mas filha...

– Depois nos falamos, pai! – digo, antes dando um beijo em seu rosto e saio dali o mais rápido possível.

Meus olhos estavam ardendo. Eu queria voltar e gritar com Toni, mas eu não tinha esse direito. Eu tinha me apaixonado por ela e o meu maior medo se tornou realidade.

Quando eu já estava distante o suficiente do salão, sento na calçada, na esperança de que um táxi passasse por ali.

– Cheryl! – ouço a voz de Toni e meu coração acelera.

Ela vem até mim. Estava ofegante, como se tivesse corrido uma maratona.

– Hum? – tento me mostrar indiferente.

Eu não queria que ela soubesse dos meus sentimentos por ela e ter a certeza que ela não sentia o mesmo sentimento que eu guardava, seria humilhante.

Ela riria de mim.

– Olha, eu...

– Por favor, não me explique nada! – digo voltando à olhar algumas pedrinhas da calçada.

– Não, olha... – ela suspira pesadamente. – Aquilo não foi o que pensou. – ela toca meu ombro e eu me levanto, me afastando de seu toque.

Eu não estava com raiva dela. Eu só estava decepcionada comigo mesma por ter me apaixonada por ela com a esperança de que ela sentisse o mesmo por mim.

– Eu disse que não precisa me explicar nada! Eu só quero ir embora!

Me afasto, mas Toni segura meu rosto com as duas mãos.

– Me escuta! – ela olha nos meus olhos. – Scarlett me beijou. Eu não retribui, eu juro! – ela parecia desesperada. – Eu não quero nada com ela. Confie em mim.

– Toni por favor! Para! – tento me afastar, mas ela segura minha cintura, fazendo nossos corpos se chocarem.

– Quando vai perceber que é você que eu quero, Cheryl? – pergunta me apertando ainda mais contra si.

Meu porto seguro - ChoniOnde histórias criam vida. Descubra agora