Cheryl Blossom point of view
Sinto algo quente ser prensado contra meu braço e gemo de dor. Carmen estava com um cigarro nas mãos.
– P-pare! – balbucio. – Por favor! – sinto as lágrimas quentes descerem pelo meu rosto.
– Oh, está doendo? – pergunta cinicamente. – Eu não me importo! – ela dá um sorriso frio e pega uma tesoura próximo à ela. – Sabe... – pega uma mecha do meu cabelo. — Seus cabelos são um tanto parecidos com os da sua mãe. – dá uma risada.
Corta a mexa que tinha nas mãos.
– Você é, em tudo, parecida com ela. – corta mais uma mexa. – E eu a odeio por isso!
– E-ela não veio por causa do pa-pai e sim por mim. – uma mecha de cabelo cai ao meu lado. – Então... Me deixe em paz!
Ela dá uma risada irônica.
Eu não tive a melhor reação quando descobri que minha mãe estava viva. Era doloroso saber de tudo isso. Mas Carmen, com a finalidade de me fazer sofrer ainda mais, me contou que me tirara dos braços da minha mãe quando eu tinha apenas 5 anos e que mentira sobre a morte dela, apenas para que minha mãe não se aproximasse do meu pai.
Suspiro.
Eu estava presa nesse lugar à alguns dias, que pareciam longos anos. Eu já não comia e muito menos bebia. Eu tinha medo de tudo.
Salazar, o homem que minha mãe se envolveu, é um completo louco. Mas mesmo assim, ele não me assusta como Carmen, que tem seu juízo perfeito, mas continua a fazer suas maldades por puro prazer.
Ela corta mais mechas de cabelo, os deixando curtos na altura dos ombros.
Mas não se preocupe, querida! Logo Austin chegará e acabará com seu sofrimento. – ela diz. – Pena que não estarei aqui para isso. – diz e se levanta dali.
– P-por que? Não é isso que quer?
– Sim, claro que é! – sorri. – Mas eu não sou tão idiota.
– Como assim?
– Não é nada! – estala a língua. – Até mais. – diz e ri.
Ela sai do quarto e eu desabo em lágrimas. Eu já não aguentava mais isso, eu só queria Toni. Eu não me importava com o que acontecera à dias atrás entre nós duas, só queria apenas estar em seus braços e me sentir segura.
Mas e se Toni não se importasse mais comigo?
Tento me sentar, pois minhas mãos e pés estavam amarrados. Com certa dificuldade, consigo.
Salazar não me batia, sempre vinha até o quarto e ficava acariciando meus cabelos, dizendo o quanto eu era linda e que logo eu e mamãe estaríamos juntas para ele.
Mas ao contrário dele, Carmen não media esforços em me bater e deixar marcas pelo meu corpo.
Suspiro e sinto meu estômago doer. Dias sem comer, obviamente, estavam me deixando fraca e doente. Mas eu não me importava. Só queria minha liberdade.
--×--
– Você tem que comer, querida! – Salazar diz e eu aperto meus olhos com força.
– Não estou com fome! – resmungo.
– Você é igual sua mãe. – ele sorri. – Teimosa!
– Se você... Me ama me tire daqui! – ele me olha desconfiado.
– Eu não posso fazer isso. – mexe nos meus cabelos que estavam curtos e sem vida. – Sua mãe tem que voltar pra mim. Sei que ela me ama.
– Salazar...
– Chega desse assunto! – grita. – Você não vai sair! Nunca! E assim que sua mãe voltar, vocês serão apenas minhas! Minhas!
Me encolho e suspiro pesadamente.
– O que Austin irá fazer comigo? – murmuro.
Ele dá de ombros, mas sorri.
– Austin vai te levar pra passear! – diz animado, mudando de humor drasticamente. – Carmen que me disse. Não está feliz?
Claro, Carmen não iria dizer que Austin me mataria à ele.
Provavelmente ele não permitiria, a visto que crê que sou sua filha e minha mãe logo estaria com ele, assim, podendo nos tornar uma família feliz.
Abaixo a cabeça e sinto meus olhos arderem.
– Não fique assim, filha! – levanta meu queixo, me fazendo olhá-lo.
Desvio meus olhos dos deles e logo ouço a porta ser fechada. Suspiro.
Iria ser assim? Eu iria ser morta por esse tal Austin e nunca mais veria meu pai, ou até mesmo minha mãe, que até então estava morta. Betty, a qual eu estava morrendo de saudades. E... Toni. Minha Tee-Tee. Sorrio tristemente e me encolho ainda mais.
Sinto algo gelado em minhas pernas e me afasto. Vejo então, a tesoura prateada que Carmen usara pra cortar meus cabelos. Olho para porta, com expectativa de que Salazar não passasse por ali naquele momento.
Tento pegar a tesoura com minhas mãos, mesmo que as mesmas estivessem amarradas. Com dificuldade, a pego e a abro, deixando sua lâmina afiada exposta. Começo a cortar a corda com dificuldade.
Meu coração estava acelerado e a fina camada de suor já havia se formado em minhas têmporas. A chances de Salazar flagrar tudo era grande.
Depois de alguns minutos a corda é solta e eu suspiro, sentindo as lágrimas escorrerem. Sem hesitar, começo a desamarrar as cordas dos meus pés com um auxílio da tesoura.
Pronto!
Eu estava livre daquelas cordas!
Massageio os locais e ouço a porta ser aberta. Minha respiração fica irregular e escondo a tesoura debaixo da minha coxa.
– Ei, querida! – ele trás uma bandeja com sopa e meu estômago embrulha. – Trouxe para você comer e dessa vez nada de rejeitar. Sua mãe vai ficar brava comigo se eu não cuidar de você. – sorri.
Suspiro aliviada. Ele ainda não percebera a ausência das cordas.
– Tu-tudo bem! – ele sorri e se aproxima da cama, com a sopa quente em mãos.
Sem hesitar, empurro a bandeja contra com o seu rosto, fazendo o alimento quente escorrer por seu rosto.
Ele grita de dor.
Sinto meu coração se apertar, mas não hesito em correr. A casa era velha. Continha apenas uma sala, uma cozinha, um banheiro pra lá de sujo e o quarto onde estava presa.
Corro, logo saindo da casa. Vejo carros se aproximarem da mesma e acelero meus movimentos. Com toda certeza, era Austin e companhia.
Corro para os fundos da casa, mas sinto braços me envolverem.
– ME LARGA! – grito. – ME LARGA! – as lágrimas caem e eu grito desesperadamente.
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Meu porto seguro - Choni
Fanfiction[Finalizada] Depois de ter sido assaltada e quase sequestrada, Cheryl Blossom passa a ser acompanhada por seguranças, como ordenara seu pai. O que ela não esperava era que uma linda mulher mexesse tanto com sua mente, corpo e até mesmo coração. To...