Dia de cuidar

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Pov's Lili:

- Barb, você quer vir comigo no quarto? Aproveitar que eu tô aqui, ando meio ocupada com a apresentação e não passo lá a bastante tempo pra ver a moça a bastante tempo...

- Ah, pode ser... – Barbara se levantou e me seguiu até o corredor.

Estávamos aqui juntas de novo para mais uma sessão com os nossos pais. Já fazia alguns meses desde que nos conhecemos, e nossa amizade só vinha crescendo. Foi incrível conhecer Barbara e poder compartilhar um pouco dessa estranheza de ter um pai na reabilitação; mas ao mesmo tempo chorar de rir conversando de assuntos bestas.

- Oi, mocinha... Como você está hoje, hum? Não esqueci de você não. Só ando um pouco atarefada.

- Ela parece bem melhor que antes, Lil...

- O enfermeiro esses dias disse que diminuíram até a quantidade de remédios dela, que está respondendo melhor aos comandos vitais...

- Isso é incrível! Acho que ela sente o apoio que você dá pra ela... – eu sorri

Nós nos sentamos nas poltronas ao lado da cama, e começamos a conversar:

- Minha avó conseguiu convencer meu pai a me inscrever no curso de passarela – comentou com um sorriso largo

- Sério?? – Meu Deus, Barb! Isso é incrível!

- É eu estou realmente muito feliz, sempre foi meu sonho, e agora eu me sinto, pelo menos um pouquinho, mais perto dele!

- Tô torcendo por você amiga!

(...)

O ensaio durou mais ou menos três horas e meia, repassei várias vezes muitas cenas, fiquei muito feliz porque o Roberto elogiou o nosso trabalho, e ainda conversou comigo sobre o meu potencial pra faculdade. Estou muito animada!! Ele confiou muito na gente para essa peça, conseguiu contatar muitos olheiros e isso é importante demais. Mas agora, para ignorar um pouco o cansaço estou indo pra casa da Madelaine; todo mundo vai estar lá e vai ser ótimo para relaxar.

- Oii amiga!! Que bom que você chegou!! – Mads me abraçou

Todos estavam sentados em volta da mesa de centro da sala de estar, e eu me aproximei para cumprimentá-los e me sentei do lado de Austyn

- Nossa amiga, que bom que você veio! Estava com saudade.

Passamos um tempo conversando sobre coisas fúteis até perceber alguém tapar meus olhos com a mão.

- Oi amor, eu já sei que é você! – sorri

- Ah, Lil, não tem nem graça brincar com você – me deu um beijo

Cole se sentou do meu lado, encostou em meu ombro e começou a brincar com o meu cabelo

- Senti sua falta hoje... – dei um riso pelo nariz do bico que ele fez falando essa frase, afinal eu o tinha visto ontem

- Eu estava com a Barbara na maior parte do tempo, a sessão durou pouco hoje, e eu aproveitei pra ver a moça que fica lá...

- Você nunca mais falou sobre ela depois daquele dia... Como que tá indo?

- Tem melhorado bastante os reflexos dela, os enfermeiros sempre têm uma novidade pra contar, é tão contagiante! E ela parece gostar das nossas visitas. Esses dias ela até reconheceu a voz da Camila pedindo pra ela chutar enquanto o médico avaliava

- Que legal amor! – sorriu largo

Nós passamos muito tempo na casa de Mads jogando alguns jogos, jogando conversa fora, cantando, rindo e aproveitando esse tempo que a gente teve junto. É sempre assim quando a gente se reúne.

(...)

Cole estava mexendo em algumas gavetas, enquanto eu deixava meu casaco pendurado em sua porta e ia em direção a parte do armário dele que tinha algumas das minhas coisas.

- Você ainda tem desenhado, Cole?

- Tenho sim...

- Ah, é que faz tempo que você não me mostra, eu adoro ver!

- A pasta tá aqui nessa bagunça, se eu achar pego pra você ver

Bob entrou no quarto e veio correndo até mim, me enchendo de lambidas e sentindo meu cheiro freneticamente

- Ei, Bob! Que saudade que eu estava de você, carinha! – acariciei sua cabeça

Meu namorado se virou para assistir a cena que Bob estava fazendo ao me cumprimentar e soltou uma risada de felicidade

- Achei a pasta amor! – me entregou e eu me sentei em sua cama para olhar

Fui passando as folhas e tinham novos desenhos de paisagens, um desenho de Madchen com Matt, um desenho posado de Dylan, e um esboço de um desenho meu

- Você tentou me desenhar?

- É.. Eu peguei algumas fotos que eu já tinha tirado de você e passei pro papel, mas eu não gostei tanto e acabei deixando pra lá

- Falando nisso – comentou com um sorriso aberto – Bem que eu poderia te desenhar hoje né? – me deu um beijo

Eu nem sei o que esperar, o Cole é tão talentoso que eu posso criar mil imagens na cabeça de como vai ficar, e o resultado ser ainda melhor!

- Tipo... Agora?

- É, agora... – franzi os lábios

- Tudo bem, Sprouse – fiz uma brincadeirinha na voz – Pode ser agora! Mas eu preciso acabar de ver a sua pasta

Ele se afastou por alguns segundos para pegar os materiais de desenho, e eu continuei ali passando as folhas. Alguns desenhos sobre o lugar onde nosso pedido de namoro aconteceu, mas não exatamente o retrato do dia; outros rabiscos de algumas fotos e umas formas diferentes de desenho, que mesmo inacabadas eu considerei muito bonitas.

Ali também tinham algumas gravuras sobre a infância de Cole, uma foto em que ele está abraçado, com alguém que eu deduzo ser a sua avó. Era absurdamente fofo! Cole deveria ter uns três ou quatro anos nessa foto, e como era muito baixinho, estava pendurado no pescoço dela, enquanto com a outra mão, segurava um pão – interessante saber que meu namorado é doido por pão desde pequeno- e tinha sua boca suja, assim como crianças costumam ter quando comem

Eu senti vontade de esmagar aquela fotografia, e seu desenho, tamanha a fofura

A próxima página, estava do mesmo jeito, uma foto pendurada no canto com um clips e o desenho em baixo. Mas eu desci os olhos pela página chocada

Cole havia desenhado a mãe.

Ou melhor, Dylan, ele e Melanie. Os três sentados em um jardim extremamente florido e verde. Dylan fazia cara fofa de carinho para a mãe, enquanto Cole ria alto com uma bola na mão, olhando para a mãe cheio de felicidade dentro de si. Eles deveriam ter um pouco menos da idade na última foto.

Aquilo mexeu com meu coração... Ele tinha desenhado um dia feliz com mãe. E talvez, um dos únicos

Sprouse acordou meus pensamentos quando adentrou seu quarto novamente com os materiais em mãos.

- Vamos começar, amor? – deixei sua pasta de lado e lhe dei um sorriso acenando a cabeça

Apenas deixando os pensamentos ruins fluírem pra outro lado, e focando no entusiasmo do momento.

𝐴𝑝𝑟𝑒𝑛𝑑𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑎 𝐴𝑚𝑎𝑟Onde histórias criam vida. Descubra agora