Perguntas Profundas

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Pov's Lili:

Cole se sentou na cama e pediu pra que eu fizesse o mesmo, apoiada em seus travesseiros e sorrindo, tendo a luz da lua refletindo um pouco sobre o lado esquerdo do meu rosto. Sua mão deslizando com muita delicadeza sobre o papel

- Você pode sorrir por favor?

- Nossa... mas que jeito sério de pedir um sorriso! – Brinquei

- Concentração... Esse vai ser o desenho mais bonito que eu já fiz em toda a minha vida!

Eu dei uma risada quando ouvi isso, era muito fofo ver ele querendo que um desenho meu fosse o mais bonito que ele já fez...

- Amor, aquele desenho que você fez inspirado em uma foto, era de quem?

- Minha avó, no dia do aniversário dela, eu era bem pequeno mais tenho muitas lembranças boas desse dia. – Parou de desenhar e se focou em um ponto fixo do quarto, divagando nas memórias.

- A minha família, por ser toda italiana tem muito costume de fazer um café da tarde em comemoração ao aniversário das pessoas, cheio de coisas sabe? Uns três tipos de suco, muitos doces de quitanda, vários tipos de pão... Enfim toda aquela coisa clichê. E minha avó sempre amou essa tradição, então no dia do aniversário dela sempre teve uma felicidade enorme em fazer isso; e ainda por cima, ter um jantar a noite

- Meu Deus, que diferente, adorei isso!

- Nunca falta comemoração na casa de descendente de italiano – riu

Meus dedos estavam se tocando de forma frenética e repetitiva, quando eu resolvi fazer a pergunta sobre o outro desenho, eu talvez corresse o risco de estragar todo o clima

- Eu gostei daquela também sua e do Dylan... Era a sua mãe na foto?

- Era...- comentou baixinho afirmando com a cabeça

- Meus pais ainda estavam juntos nessa época, se não me engano... A gente tinha ido num parque passar um tempo em família sabe aquela coisa bem americana? – Senti um tom irônico e sua voz, mas decidi ignorar, não era lá um assunto que eu pudesse cobrar reações normais dele. Quando eu acreditei que ele tinha enterrado o assunto, simplesmente respirou e continuou a falar:

- Eu me lembro muito desse dia, a gente queria incluir ela em tudo, pique-esconde, balanço, gangorra, corrida... Um dos nossos momentos felizes... – Ele não tirava o olho do desenho – Naquele dia ainda parecia gostar da gente.

- Deve ser disso que Dylan sente falta – completou

Um momento de silêncio pairou no ar, Cole parecia envolto em seus pensamentos e eu não tinha muito mais o que dizer; até eu reparar seu olhar em mim

Sprouse me olhava com olho atento a todos os detalhes existentes, mesmo sabendo que era por conta do desenho que ele fazia, meu corpo não pôde deixar de sentir algo. Arrepios no peito talvez, mas era mais do que isso, parecia que Cole era uma espécie de conforto para mim, e eu apenas sentia vontade de tê-lo comigo, ou para mim, tanto fazia. Uma coisa que talvez um dia eu reflita um pouco mais e saiba uma exata palavra para isso. Mas agora eu só sinto, e gosto.

- Você é linda!

- Obrigada – sorri feliz pela fala tão espontânea

- Não, você não entendeu Lili, você é linda de verdade! Tipo, aquele linda de alma, sabe? Que só se reflete para o corpo. – Respirei pensativa

Cole largou o lápis em cima da prancheta e pegou em meu rosto

- Agora que eu estou te desenhando, pude prestar atenção em cada mínimo detalhe que faz você; que te faz estar viva aqui do meu lado, cada célula sua, cada fio de cabelo. E... Isso é a coisa mais linda que eu já vi em alguém. Lili, cada pedaço seu é encantador – seu olhar ainda continuou vidrado em mim, com absoluta admiração.

Ainda ofegante pelas palavras que eu ouvi, fiz questão de perguntar:

- É assim que os grandes artistas, aqueles que não usavam das palavras, se declaravam para as suas musas?

Cole me direcionou o olhar novamente e respondeu:

- Eu não faço a mínima ideia, mas é assim que eu me declaro para a minha.

Ele acabou o desenho uns 40 minutos depois, e o resultado ficou maravilhoso, sério, nem parecia que tinha sido feito relativamente rápido. Fiquei admirando aquilo por alguns grandes minutos e enchi meu amor de elogios...

Ficamos ali, eu encostada em seu ombro enquanto ele me abraçava, fazendo carinhos nas minhas costas:

- Sabia, que uma vez eu li num livro que um casal tem que se encarar por mais ou menos quarenta minutos, fixamente para saber que estão verdadeiramente apaixonados?

- É? – Perguntou interessado

- E fazer perguntas profundas – completei animada

Cole deu de ombros e disse:

- Não que eu já não estivesse apaixonado, mas agora fiquei com vontade de fazer as perguntas

- Eu não lembro de nenhuma... – respondi rindo e recebi um olhar de sobrancelhas arqueadas

- Você teve a audácia de comentar comigo sobre umas perguntas profundas que leu num livro, em um momento que a gente estava completamente quietos para depois me dizer que não lembra de nenhuma? – Levantou seu corpo para o lado do meu

- É... Digamos que sim. – Ri

- Só porque eu sou curioso para caralho!

- Mas já que você faz tanta questão assim, a gente pode inventar nossas próprias perguntas... – sugeri com um sorriso convincente

- Gostei da ideia! Tem alguma pergunta?

- Pergunta número um – Comecei – Qual sua lua de mel ideal?

- Num lugar histórico, sem sombra de dúvidas! – E você?

- Um lugarzinho bem calmo, sabe? Com campo de flores, uma casinha...

- Lua de mel? Eu moraria num lugar desse! – Ri de seu comentário, isso não poderia ser mais a cara do Cole

- Pergunta número dois – Qual o pensamento mais profundo que você já teve, mas que pode facilmente ser considerado besta?

- Os seres humanos simplesmente entram em máquinas gigantes, barulhentas e que as vezes soltam cheiros péssimos e se locomovem de um lugar pro outro, ainda por cima de uma forma muito natural. E ás vezes morrem ou se ferem na hora que batem essas maquinas.

- Uma boa observação, sobre um negócio muito simples, denominado, carro, Lili Reinhart... – Nós rimos juntos

- Mas, a única coisa que passou pela minha cabeça – Não pode de fato ser considerado besta, mas é maluco. Qual o conceito da imaginação? Bagulho superinteressante e muitas vezes bonito demais; mas que quando você lê um livro por exemplo, só aparecem as letras descrevendo ali, e a cabeça consegue CRIAR um cenário! Isso não entra na minha cabeça de jeito nenhum! – fez um gesto explosivo com a mão

- É.. Realmente um pensamento interessante, mas se o corpo é capaz de respirar sozinho enquanto a gente apaga o nosso corpo dormindo, eu não duvido de mais nada – ri com a lembrança de que isso realmente acontece.

- Aproveitando que a gente entro nesse assunto de imaginação – Cole começou – O que é que você imagina pra si mesma daqui uns anos?

𝐴𝑝𝑟𝑒𝑛𝑑𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑎 𝐴𝑚𝑎𝑟Onde histórias criam vida. Descubra agora