Memórias

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Pov's Lili

Nesses últimos dias eu mantive a rotina da minha vida, o que incluía visitar Mel no hospital, sim, ela tinha tido tamanha evolução nesse tempo todo que já conseguia pronunciar o próprio apelido. E agora aos poucos estavam tentando arrancar algumas informações sobre a vida pessoal dela. Há muito tempo que ela estava no Centro e eles não podiam tê-la lá por muito tempo. Então, a evolução do quadro dela era muito bem-vinda. Meu pai, continua vindo em todas as reuniões da reabilitação aos sábados, o que tem melhorado muito a nossa vida e trazido muito mais calma para a família.

Já são quase quatro da tarde, e só agora eu tive tempo de vir visitar Mel, como de costume em todas as quintas-feiras, tenho feito muitas pesquisas sobre a minha futura profissão, já que esse momento decisivo bateu na minha porta, ensaiado as últimas vezes para a peça e, quando tenho tempo, coisa que ele também não tem tido muito, fico com o Cole.

- Oi Mel, como você está hoje? – Ela levantou o polegar sutilmente dizendo um breve ''bem'', para mim, qunado uma das enfermeiras adentra o quarto

- Oi Lili, boa tarde! Que bom que você chegou, nós já vamos começar os testes do dia, não é, Mel?

Para incentivar o processo de melhora dela, a equipe sempre fazia coisas simples com ela, exercícios motores, de fala, e principalmente perguntas para recapitularem a memória.

- Qual seu nome?

- Mel – respondeu com uma quase imperceptível dificuldade

- Mel, qual é o meu nome? – A enfermeira perguntou

- Ju-lie

- Isso!

- Você ainda tem tido aquelas vagas lembranças, que contou pra gente uma vez?

- Ás vezes sim...

- Você consegue me contar o que lembra?

- E... Eu... Não consigo me lem-bra muito bem, mas eram os meus

- Isso, Mel! Você tá indo bem... – incentivei segurando sua mão

- Meus filhos, eles... – A sua lembrança parece ter acabado por aí, mas mesmo assim eu e Julie fizemos questão de parabeniza-la, e começamos a fazer os exercícios motores. Ás vezes assim ainda conseguimos tirar mais alguma coisa dela, agindo naturalmente no funcionamento do corpo e a mudança de foco.

(...)

Eu nem tinha saído da porta do centro de reabilitação, em direção a casa de Cole, quando ouço uma buzina irritante e prolongada perto de mim

- Oii – Sprouse coloca o rosto com uma expressão brincalhona no rosto, estava indo pra onde?

- Ai que susto! Tô indo pra sua casa ué, aliás seu pai deixou você sair com o carro dele de novo, é?

- Meu velho confia em mim, relaxa! Entra aí...

- Não era mais fácil ter só me esperado chegar lá? – Cumprimentei com um selinho – Ou a saudade é tão grande assim?

- Nós não vamos pra minha casa, quero te levar num lugar... Aliás, você está com fome?

- Um pouquinho...

- Como eu sou um ótimo namorado, e já sabia da sua resposta, eu comprei esse Milk Shake e essas bolachinhas de chocolate que você gosta... – Me entregou

- Obrigada amor! Não precisava... – Ele murmurou algo sobre os meus olhos brilharem mais quando eu olho pra comida, do que quando eu olho pra ele e a gente continuou o caminho

- Como é que você acha esses lugares tão estupidamente bonitos, hein?

- Segredo meu e de Deus – piscou

Parecia com um jardim encantado, digno de histórias de fantasia e lugares mágicos, aquela com certeza é a grama mais verde que eu já vi em toda a minha vida, flores com tons claros por todos os cantos da forma mais delicada impossível. Era como um paraíso

- A gente não tem se visto com tanta frequência como antes, então eu decidi fazer o que a gente sempre fez pra passar um tempo juntos – Se sentou ao meu lado, com a câmera no pescoço

- Eu ainda estou encantada com esse lugar, parece coisa de filme...

Cole se levantou e ficou com sua câmera apontada pra mim, e eu simplesmente aproveitava a vista e a energia que aquele lugar me proporcionava

- Me ensina? – Sprouse abaixou a sua câmera e eu pude ver a expressão de dúvida em seu rosto

- Te ensinar o que?

- A tirar foto, você faz isso tão rápido que eu nunca entendi – Ele deu um sorriso bobo e me chamou pra perto dele, e me abraçou por trás, já que a câmera estava em seu pescoço

- Pega – me entregou a câmera, e eu mirei nas flores espalhadas pelo local – Agora você aperta o botão de foco, aonde quer que fique mais aparente e clica

Cole mexeu em alguns outros botões e conseguiu me mostrar o resultado da foto que eu tirei, e sinceramente? Nada mal... Então eu continuei clicando tudo o que eu achava bonito e ele parecia se divertir com isso também, porque ficava me dando dicas de como focar melhor meu olhar na hora do ''clique'', e me mostrando coisas pra apontar a lente

- Não é divertido? – sorriu pra mim – e eu respondi com um pulinho alegre, tentando fazer algumas fotos dele sorrindo

- Você pode parar de fazer isso? Está roubando meu privilégio, eu tiro as fotos e você modela pra isso

- Mas agora que eu aprendi a mexer nessa coisa, não consigo mais parar!

- Amor, acabei de lembrar de uma coisa pra te falar enquanto você saltita por ai com a minha câmera

- Pode dizer – continuei tirando fotos e mais fotos

- Meus pais estão pensando em passar um fim de semana no chalé da minha avó, e pediram pra eu te convidar

- Você quer que eu vá?

- Claro que sim, eu só falei que foram os meus pais que te chamaram, porque eles puxam seu saco e ficariam ofendidos se eu não dissesse que a ideia foi deles – dei risada

- É claro que eu vou! Amo o seus pais, ainda bem que eles lembraram de mim

- Boatos de que você passa mais tempo com a minha mãe do que comigo

- Rá, rá – forcei uma risada – boatos confirmados

Cole, veio em direção a mim e enlaçou os seus braços no meu pescoço, me olhando com uma carinha boba, o sol do fim da tarde refletia em seus olhos verdes azulados, o que fazia ele ficar mais bonito do que nunca. Aproveitei que a câmera ainda estava pendurada no meu pescoço e dei um clique

- Você realmente se empolgou com isso né, Lili?

- Mas voltando ao assunto, bom pra mim que você aceitou. Finalmente a gente vai poder passar mais tempo junto – me beijou

- Porque tá me olhando com essa cara, amor? – balancei a câmera

- Só dessa vez, e porque você sempre aceita quando eu te peço

- EBA!! – Eu só não sei se vão ficar tão boas quanto as suas

Sprouse, deu um sorriso tímido no começo, mas conforme eu dava uma ideia ele simplesmente obedecia, dando corda pra minha criatividade.

Ficamos ali até anoitecer, ele me ensinado cada vez mais coisas pra fotografar melhor, tentando, e ele se divertindo com a minha falta de habilidade em alguns momentos. E depois, deitamos na grama juntos e olhamos as fotos, uma por uma. A maioria delas ficou ótima modéstia parte, e outras renderam alguns momentos engraçados... Não poderia ter sido melhor!

𝐴𝑝𝑟𝑒𝑛𝑑𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑎 𝐴𝑚𝑎𝑟Onde histórias criam vida. Descubra agora