Surge of energy before death |l.s|

|The cigarette|

–Você me prometeu que ia parar, você prometeu!–Harry esbravejou irritado, era fim de tarde e ele havia acabado de voltar da casa de um amigo, quando o encontrou fumando, novamente.

–E eu vou, eu diminui o uso, você deve ter percebido. –passou as mãos pelos cabelos, visivelmente nervoso.–Mas eu precisava, eu precisava pelo menos de um, eu acabei tendo uma discussão no trabalho, fique irritado, nervoso, e eu apenas precisava de um cigarro.– suspirou, a dor em sua voz era perceptível, ele não queria estar fazendo aquilo, está decepcionado consigo mesmo, mas é mais forte que ele. Ele começou com isso cedo, viu no cigarro um jeito de fugir dos problemas familiares, achou que não era tão ruim assim, afinal, poderia parar quando quisesse. Mas não foi isso que aconteceu, o vício o consumiu por completo, e quando ele acha que está diminuindo o uso, está apenas acelerendo ele, fumando mais rápido que antes e dando uma pausa maior, ele está apenas se enganando.

–Tudo bem, é, está tudo bem.–Harry repetia, mais para ele mesmo do que para qualquer outra pessoa, tentando não ficar nervoso e começar uma discussão que não levaria à lugar algum. –Certo, você diminuiu, mas não pode fumar um cigarro sempre que estiver irritado com alguma coisa, entende?– Chegou mais perto dele, entrando em seu espaço pessoal e segurando seu rosto com as mãos, olhando diretamente em seus olhos azuis, tão intensos e expressivos, e no momento ele expressava culpa, ele conseguia ser tão transparente que a decepção era evidente para quem quisesse ver.

–Me desculpa, eu tento, eu tentei, eu juro que eu tentei.–Louis falava se atrapalhando nas palavras, tirando as mãos de Harry de seu rosto e as segurando com as suas próprias, apertando fortemente, como se ele fosse seu porto seguro, e apenas aquele simples gesto fazia seu coração se acalmar.–É tão difícil.–Sussurrou, deixando uma lágrima solitária cair livremente por seu rosto.–Eu sei o quanto isso está me fazendo mal, eu sei, eu sei. Mas eu posso parar definitivamente a qualquer momento, eu tenho tudo sob controle.–repetia, passando uma de suas mãos por seus cabelos.–Eu não quero te deixar.– segurou seu rosto com as mãos, deixando um selinho demorado, antes de se afastar e o olhar nos olhos.–Eu não vou te deixar.–falou com convicção.