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In today's episode: the tattoo parlor


Jisang desviava das pessoas mal encaradas e de passos apressados, observando bem o lugar aonde seu irmão mais velho havia o garantido que fariam uma tatuagem de qualidade e com pessoas confiáveis.

Confiável é tudo que esse lugar não é, pensou olhando para a fachada do estúdio de tatuagem, que era iluminada por uma placa neon, com os dizeres: "moon blood".

Hyung — se dirigiu ao mais velho, que estava parado próximo ao estúdio, com as mãos no bolso do casaco com capuz que sempre usava para não ser reconhecido nas ruas —, não quero soar preconceituoso ou algo assim, e sei que já é muito nobre da sua parte me trazer aqui, mas... — Mordeu os lábios, um pouco receoso, voltando seu olhar para a fachada do estúdio nada convidativo. — Esse lugar é esquisito demais, a maioria dessas pessoas nem tem cheiro — completou.

Mark riu.

— Jisang, a maioria das pessoas aqui são vampiros, como eles teriam cheiro? — Bagunçou os fios do mais novo, como se ele fosse uma criança ingênua, e de fato parecia uma no momento. — Tatuagens são ilegais no nosso país, apenas o vampiros tem autorização para o fazer, porque as autoridades meio que os temem, entende? A maioria deles compõem o submundo.

Submundo?, Jisang pensou, um pouco espantado.

— Mas são todos amigáveis, isso te garanto, não iria te trazer aqui caso não fossem! — garantiu ao irmão, segurando os seus ombros e o passando tranquilidade. — Vamos logo.

Jisang agora entendia muita coisa, como o fato deles terem ido tão tarde da noite, e não de dia, como Jisang havia sugerido, pois não achava seguro ele e seu irmão – um ômega também – saírem pelas noites sozinhos.

Mark segurou no puxador da porta escura, abrindo-a para Jisang, que notou escadas igualmente escuras e com pequenos detalhes de led coloridos em cada degrau, as desceu receoso, ainda estava assustado. As histórias sobre vampiros costumavam ser bastante tendenciosas e assustadoras. Era até mesmo um tabu qualquer outra espécie se envolver com eles.

Notou alguns pôsteres de bandas de rock nas paredes conforme descia pelas estreitas escadas, lembrou até um pouco seu próprio quarto, também quadros com fotos de várias tatuagens, todas maravilharam os olhos do pequeno ômega rebelde.

— Sente-se ali, eu vou chamar o Jae. — Mark indicou um dos bancos em formato de caveira que ficavam de frente pra um balcão, onde uma mulher de cabelos loiros espetados mascava um chiclete e parecia mais interessada em lixar suas unhas. Arregalou levemente os olhos ao perceber aqueles famosos dentes pontiagudos entre uma mascada e outra. Céus, onde havia se metido?

Sobre sua cabeça estava um lustre no estilo gótico, as lâmpadas em formato de velas pretas com chamas tremulantes, ao seu lado uma mesinha de canto lotada de adesivos, com revistas. De certo deveria ser para os clientes folhearem enquanto esperavam, e foi o que Jisang resolveu fazer, já estava ficando ansioso.

— Primeira tatuagem, docinho?

Jisang quase deu um pulo na cadeira ao finalmente ser visto por aquela mulher, que parecia se divertir com o nervosismo alheio.

— Não se preocupe, o Jae é um dos melhores tatuadores que existem nesse país chinfrim — disse com uma vozinha enjoada, saiu detrás do balcão e caminhou lentamente até o garoto, ela trajava roupas que mais mostravam que escondiam, uma minissaia e um top com o decote pra lá de depravado. Seus braços eram lotados de tatuagens. Mas Jisang não poderia negar; ela era linda! — Filhinhos de papai como você sempre aparecem aqui pra usufruir da nossa benevolência, se tatuar e pagar de rebeldizinho, deveríamos ter algo em troca, não?

Razão e Emoção [REESCREVENDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora