Razão e Emoção [REESCREVENDO]

022

In today's episode: conversation between brothers

Wonpil deixou Seungmin a sós após as demoradas horas em que passaram conversando, o garoto ainda parecia cansado e adormeceu sem nem ao menos se dar conta. Fechou a porta com todo o cuidado do mundo, enquanto que jazia uma caneca em uma das mãos, a mesma que antes tinha um chocolate quente.

O ômega desceu as escadas velhas, com degraus que rangiam irritantemente aos seus ouvidos, mas isso não foi suficiente para tirar aquele sorriso tão doce de seus lábios. Seu rosto iluminou-se ainda mais ao encontrar Soobin ainda por lá, assim que terminou de descer, pôde encontrar o garoto sentado em um dos sofás da sala, a postura ereta e completamente desconfortável; mas estava lá.

Sanha e Eunwoo estavam sentados no tapete, bem em frente à lareira, não viram quando o mais velho adentrou o cômodo.

— Então?

Soobin foi o primeiro a se manifestar, chamando a atenção dos outros dois, Sanha levantou-se rapidamente, quase tropeçando na mesinha de centro, que continha um vasinho com flores que recém colhera para a chegada de Seungmin.

— Papai! Eu pensei que conversariam até amanhã! — Sanha, dramático como sempre, gesticulava sem parar, todo aflito e ansioso por saber das novidades. E puxa, haviam tantas!

— Shh... — Fez sinal de silêncio, apontando para cima e logo passando sua mão pela cintura do ruivinho, o guiando até o sofá oposto de onde Soobin se encontrava. — Ele dormiu, acho que ainda não se recuperou totalmente, usou de muito poder e é despreparado.

— Me diga algo que eu não saiba, Wonpil — a voz fria de Soobin atravessou o ambiente caloroso e aconchegante. — E ele quer ficar aqui?

— E por qual motivo não ficaria? — Sanha replicou.

— Porque vocês são mentirosos do pior tipo.

— Nós mentimos pro bem dele, queria que a megera o matasse ou matasse o papai?

O silêncio de Soobin foi suficiente para cortar o coração de Wonpil em centenas de pedacinhos, pois o ômega sabia que o filho o rejeitava e talvez fosse assim para sempre, mas ao mesmo tempo aquecia sua alma saber que ele se importava com Seungmin ao ponto de ainda estar na casa. Sua verdadeira casa.

— Ele me ama, Soobin, e eu sei que você me odeia e tem todo o direito disso, só que-

— Esse é o seu problema! — Soobin levantou-se, já um pouco alterado. — Sempre se fazendo de coitadinho, o sofredor, o que passou por tudo de ruim na vida! Se você não tivesse sido tão imprudente, eu não teria passado por metade do que passei até aqui, eu não teria sido privado de ter minha família, de ter crescido em um lar decente!

— Foram as circunstâncias... — Wonpil tentou se justificar, mas Soobin não parecia querer entender seu lado.

— Quer seu troféu de pai do ano? Eu te entrego!

Soobin elevou as mãos, pronto para tirar seu tapa-olho e começar um embate com o próprio pai dentro da casa, mas Wonpil foi mais rápido, avançando sobre o garoto e segurando firmemente as mãos do filho.

— Você quer culpar alguém? Culpe. Mas não ouse profanar esta casa com seu ódio, aqui é um lugar sagrado pra mim e pra todas as crianças que foram abrigadas aqui. — Wonpil tinha seu rosto colado ao do filho, que respirava fortemente, como um touro prestes a atacar, e o que lhe impedia era o pai, pois querendo ou não, era mais forte e mais experiente. — Quer uma luta, Soobin? Vamos lutar! Lá fora há espaço o suficiente.