XXIX

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(cerca de 1 mês depois)

Hoje faz 6 meses e meio que Chloe pisou naquela ilha, quase 7 meses... Parecia muito, mas para ela o tempo parecia voar. Lucifer e Michael estavam um pouco mais próximos apesar do Lucifer não querer confiar totalmente nele outra vez. Michael foi mais agradável com Chloe e ela praticamente nunca o via para além das refeições por isso eram bons avanços.

Foi ao escritório encontrar o Lucifer, mas ele não estava lá então percorreu o corredor para o seu quarto. Também não estava. Ele nem lhe deixou nenhum bilhete a dizer que ia sair.

"Maze? Onde está o Lucifer?" Pergunta-lhe quando a encontra.

"O Sr. Lucifer está lá fora a cortar lenha."

"Lá fora?"

"Sim, no pátio."

"Vou vê-lo." Era um dia de muito calor e ficou admirada por ele ter saído para cortar lenha, pegou num leque antes de sair e caminhou pela arcada do palacete para o pátio na parte traseira que era mais abrigado. Árvores altas faziam sombra e o calor era suportável. Então ela viu-o, estava junto à árvore maior com um grande monte já cortado e ainda outro tanto para cortar, mas o que a surpreendeu e a fez arfar foi o facto de ele estar sem camisa.

As bochechas rosaram imediatamente e usou o leque para se acalmar... não era adequado para uma dama ver um homem em tronco nu. Eu tenho de ir embora.

"Chloe!" Ele chamou-a limpando o suor da testa. Lá se foi o meu plano de fuga sorrateira.

Sorriu enquanto se aproximava. Calma... Chloe já tinha partilhado a cama com ele e também não tinha camisa. A diferença era que ela não podia ver na escuridão ou com a luz fraca. Agora tinha uma imagem para juntar à sensação dos seus músculos fortes a envolverem-na. "A Maze disse-me que estavas aqui. Não sabia que cortavas lenha."

Ele continuou a empilhar os troncos que tinha acabado de corta. "Sim, às vezes faço-o para libertar alguma energia e isto ajuda a manter-me forte." Céus... os músculos dele estavam perfeitos, ele não tinha de ter mais nada... estava mais do que perfeito. Chloe sente-se aquecer novamente.

Ela apenas concordou e continuou a agitar o leque. "Estás bem?" Ele pergunta-lhe.

"É o calor... não estou habituada."

"Nesse caso é melhor voltares, está mais fresco lá dentro."

"Sim, talvez seja melhor." Ele pisca o olho e dá-lhe um dos seus sorrisos de menino travesso. Eu vivo para estas pequenas provocações que trocamos todos os dias. Chloe sorri de volta. Lucifer vira-se para apanhar mais lenha para cortar. "O que é isso nas tuas costas?"

Ele voltou-se novamente para ela. "Não é nada."

"Não é nada?" Chloe aproximou-se.

Ele mordeu o lábio. "Isto era o que o meu pai me fazia... eu sei que não é bonito, mas não tem importância. Normalmente esqueço-me que tenho estas cicatrizes."

Chloe não sabia o que dizer. Ele tinha a costas cobertas com grandes arranhões profundos, feitos por um cinto ou até mesmo um chicote. "Eu lamento imenso o que aconteceu."

"Não tens de lamentar nada."

"Ele fazia isso muitas vezes?"

"Tinha dias piores do que outros... às vezes bebia e era pior."

Ela não podia imaginar a dor que deve ter sido aguentar aquilo. Chloe aproximou-se mais dele, penteou o cabelo da sua testa suada e inclinou-se para o beijar na bochecha bastante perto dos seus lábios. Ele saberá que eu quero um beijo real. Então ele voltou e beijou-a. Uma brisa fresca passou no momento certo e ela podia sentir a mão dele reconfortante na cintura.

A mão dela na nuca de Lucifer não permitindo que se afastasse ou parasse. O cheiro a colónia e suor era quase erótico e fazia-a querer mais. Chloe queria ser tomada por ele, deixar-se levar e deixá-lo fazer o que quisesse. Não é apropriado para uma dama, mas quem se importa? Lucifer estava tão convidativo. Incentivando a começar um beijo que não queria acabar.

Lucifer deixou-se levar. Chloe é a felicidade, ela representa tudo aquilo que sempre quis. Eu quero-a tanto! A existência de violência não justificava os seus atos, mas ele não conseguia viver mais naquele sufoco. Podia ser doente por ter como único desejo a morte do pai, mas quando se livrou dele apenas lamentou não o fazer mais cedo. Que espécie de filho eu era? Que tipo de pessoa eu sou? Ele nunca se arrependeu e sentia-se aliviado. Era a única forma de acabar com a dor... matando ou matando-se. A vida dele era um completo inferno e foi a única forma de terminar e seguir em frente. Tentar ser feliz como podia e agora a felicidade só faz sentido com ela.

Ela aproxima-se ainda mais, necessitada de contacto físico. Ele apenas atendeu ao seu desejo fazendo-a andar para trás até a encostar a uma das árvores. Beijou-a com mais desejo. "Tu és mais do que perfeita." Diz-lhe ao ouvido antes de beijar e mordiscar a pele suave do seu pescoço. Ela gemeu baixinho, mas foi suficientemente para Lucifer ouvir, querer ouvir de novo e mais alto!

"Lucifer!" Ela deixou escapar deixando-o satisfeito. Ele voltou para os lábios que ainda estavam rosados pelo beijo anterior.

Lucifer estava muito louco por ela. As mãos só exploravam por onde podiam e ela parecia querer mais. Não... eu não posso o meu membro já vibra por ela. Ele terminou com um beijo mais gentil antes de se afastar dela. Ela respirou pesadamente tal como ele. Não o deixou, as suas mãos pequenas em volta do seu pescoço não vacilaram. "Não quero que isto vá longe demais, Chloe."

"E se eu quiser?" Ela diz.

Era tão tentador, mas ele não queria fazer isso com ela. "Não tu não queres... eu vou fazer isto da maneira correta. Não quero que te arrependas mais tarde."

Ela apenas parou. "E se eu quiser ficar?" Ela pergunta.

Nada o deixaria mais feliz, Lucifer queria tanto isso. "Se tu ficares, eu prometo fazer-te a mulher mais feliz do mundo." Ela sorri e aproxima-se mais. "Isso quer dizes que queres ficar?" Pergunta-lhe.

Ela sorri. "Eu quero ficar contigo Lucifer. Eu estou tão apaixonada por ti." Lucifer nunca pensou ouvi-la dizer que estava apaixonada, não em tão pouco tempo. Isso apanhou-o de surpresa, parecia um sonho. Eles namoram, mas parecia sempre superficial.

"Estás a falar a sério?"

"Eu estou a falar muito a sério! Eu amo-te Lucifer."

Ele não podia esconder a felicidade quando a levantou no ar enquanto a beijava. Ela não parou de rir enquanto rodopiava com ela. "Eu não posso acreditar!"

"Coloca-me no chão!" Ela diz a rir.

"Tu não imaginas o quão importante és para mim."

"Posso imaginar, deve estar próximo do quão importante tu és para mim Lucifer."

Lucifer parecia um louco a descobrir o amor pela primeira vez. "Eu tenho de continuar a cortar."

"Claro, eu posso ficar aqui?"

"Podes, só não fiques muito perto."

Chloe afastou-se um pouco do local e sentou-se num banco de pedra que já lá estava. A troca de olhares era sempre acompanhada por sorrisos tolos... vê-lo cortar lenha passou a ser o seu passatempo favorito... ele ficava muito atraente quando o fazia. Chloe mordeu o lábio para se controlar.

Ela não se arrepende do que disse. Ama-o há bastante tempo, mas não tinha a coragem necessária para lhe dizer. Isso irá mudar muito a nossa relação? Ela nunca mais tem de tentar esconder o que sente por ele... e escolher ficar para sempre era algo que já assombrava os seus pensamentos há alguns dias. Ficar aqui nesse paraíso tropical com ele, ser amada... e sem responsabilidades da realeza era um sonho que se podia tornar realidade só por dizer sim. Por aceitar o que quer e não o dever que nasceu para cumprir.

Ela estava preparada para assumir. Chloe tocou o colar que ele lhe deu com o pendente de coração. Por breves instantes parecia mais brilhante e com mais significado do que nunca. Suspirou... isso foi secretamente o que ela sempre esperou.

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