XXXIII

184 16 5
                                    

Lucifer ainda estava a dormir quando Chloe acordou. Beijou-lhe a bochecha, mas ele não acordou. Ele era sempre o primeiro a acordar, mas devia estar muito cansado. A única opção foi esgueirar-se da cama com sucesso sem o incomodar. Posso tentar fazer o pequeno-almoço. Ainda havia água, conseguiu atear uma chama com alguma dificuldade e colocou a água a aquecer para os dois. Ela tinha visto o café do Lucifer e as ervas para o seu chá, só não se lembrava de onde...

Lucifer inconscientemente acordou ao sentir o lugar ao seu lado frio. Quando olhou ela estava de volta dos armários, claramente à procura de alguma coisa. Lucifer levantou-se em silêncio e abraçou-a por trás. "Bom dia, luz do sol!"

"Lucifer! Bom dia." Ela diz com um sorriso. Ela não estava à espera. A água começou a ferver e ele tirou-a do lume. "Não consigo encontrar o chá e o café." Diz ela.

Estavam na prateleira mais alta. "Aqui e o açúcar." Colocou na bancada. Adicionou as quantidades em cada copo com a água quente. "Há bolo de laranja em cima da mesa se quiseres."

"Foste tu que o fizeste?" Ela pergunta.

"Não, isso pedi ontem." Ele não tinha muita habilidade para fazer doces. "Tens aqui, ainda está muito quente." Dá-lhe a caneca e sentam-se à mesa para comer.

"O que vamos fazer hoje?" Ela pergunta.

"Eu lembro-me de te prometer um passeio por esta praia. Se o vento for bom tenho o papagaio de papel. Podemos ficar apenas sentados a observar e relaxar."

"Por mim parece perfeito, eu queria muito vir a esta praia."

*

"Aqui tem conchas lindas! Olha!" Ela entrega-lhe outra. Ele ia adicionando ao balde de conchas para ela. Era delicioso vê-la tão feliz.

"Já tens imensas tens a certeza que precisas de mais?"

"Eu vou colocá-las na cabana." Ela olha para o balde. "Acho que deve ser mais do que suficiente." Ela sorri. "Acho que perdi a noção."

"Eu diria que sim." Dão as mãos e continuam a andar à beira-mar.

Ela sorri. "A praia é um sítio muito sossegado, eu gosto do cheiro do mar e de estar aqui contigo." Ela diz tímida.

Lucifer deixa o balde onde a água não chega e volta para ela. "Eu acho que está na hora de dar um mergulho."

"Vais à água?" Ela pergunta.

"Sim e tu também vens!"

"Eu?" Lucifer agarrou-a e colocou-a no ombro. "NÃO! LUCIFER! NÃO TE ATREVAS."

"Vai ser divertido."

"Não... por favor! Eu faço qualquer coisa."

"Não vai resultar!" A água já lhe dava por cima do joelho.

"NÃO! Eu vou ficar molhada."

"É esse o objetivo."

"Eu não vou falar mais contigo por dias." Ela ameaça.

"Ameaças?" Ele continua a avançar. Ela começa a bater-lhe nas costas. "Obrigada pela massagem."

"Volta para trás por favor! Eu peço-te por tudo o que é mais sagrado, não me faças isso."

"Está bem, podes ser tu a voltar."

"Não, não!" Ela agarra-se a ele como pode.

A água já lhe chagava na cintura. "A água está tão boa, tens a certeza que não queres?"

"Lucifer! Eu não sei nadar, se eu me afogar a culpa é tua!"

Ele ri. "Aqui ainda podes andar não é fundo." Lucifer molha a minha mão e toca no pé e no tornozelo dela.

"Está gelada! NÃO!" Ela tenta afastar o pé.

"Acho que está na hora. Tu és mais pesada do que eu pensava."

"NÃO!" Ela gritou ainda mais alto quando ele a atirou à água.

Ela emerge furiosa e Lucifer não podia deixar de rir. "IDIOTA! OLHA O QUE FIZESTE!" Lucifer nunca a tinha visto tão chateada. "NÃO TE RIAS!" Ela atira-lhe água para a cara. Ela continua a reclamar enquanto caminha para sair da água.

Lucifer agarra-a pela cintura. "Hey, não fiques chateada."

"Eu não estou chateada... estou feliz da vida!" Ela diz irónica.

"Vem." Lucifer tenta que ela avance para a zona mais funda.

"És louco?"

"Sou louco por ti." Ela olhou para ele sem dizer nada. Já tinha a atenção dela. "Eu vou mergulhar também." Ele atira-se para a parte mais funda.

Lucifer nadou por baixo de água e voltou para trás sem ela perceber. Ele podia ouvi-la chamar mesmo por baixo de água. Ela começou a caminhar lentamente para a parte mais funda. Tenho de respirar outra vez. Toquei no pé dela e ela afastou-se rápido. "Sou apenas eu, calma."

"Calma? Foi um susto de morte Lucifer." Ela bateu-lhe no ombro com força.

"Isso doeu!"

"Não quero saber... não o faças de novo."

"Eu não faço." Ele abraça-a. "Está a tremer. Tens frio?"

"Claro que tenho frio, a água está gelada."

Ele ajuda-a a caminhar pela água. Com um vestido longo não era nada fácil. Uma onda bateu-lhes por trás e ela quase caiu. Quando já estavam fora de água ela volta a reclamar. "O meu vestido está arruinado e pesado."

"Eu posso te dar todos os vestidos que quiseres para o substituir."

"Não foi divertido e um vestido não é o apropriado para andar no mar... Uma mulher nem devia andar no mar." Diz ela.

"Podes tirar o vestido se quiseres." Ela olhou-o séria. "Eu não vou reclamar." Lucifer provoca-a.

"Eu ainda não percebi porque estou a discutir contigo." Ela começa a percorrer a praia para a cabana.

"Chloe?" Ela nem olhou. Pegou no balde das conchas e correu atrás dela. "Espera." Lucifer agarrou-a pelo braço, puxou-a e beijou-a. O mesmo beijo quente que tinham trocado no dia em que estava a cortar lenha. Ela foi respondendo até estar completamente envolvida, largou o balde e deu a sua total atenção ao beijo.

Eu estou chateada... Não! Não sei! Ele agarrou-a mais perto. O calor nela voltou nesse instante, Chloe queria sentir a pele dele e não uma camisa molhada. Desapertou os primeiros botões e deleitou-se com a sensação da pele exposta. Eu quero saber qual é o limite... até onde posso ir com ele sem acabarmos na cama. "Chloe." Ele diz num sussurro. "Temos de parar." Chloe não lhe deu importância e atraiu-o novamente para outro beijo.

Ele agarrou as mãos dela para parar. Havia uma tensão na troca de olhares... ela sabia que ele queria avançar, mas não podia.

"Vamos para a cabana." Disse-lhe sugestiva.  

PirataOnde histórias criam vida. Descubra agora