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awakening | part one

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awakening | part one

Médicos de várias especialidades e várias enfermeiras entram no meu quarto o tempo inteiro, mal consigo respirar direito. Exames e mais exames são feitos para diagnosticar qualquer sequela invisível que possa ter ficado no meu corpo depois da queda.

Confesso que não aguento mais, só queria aproveitar os meus amigos, a minha mãe... Só queria ficar por alguns minutos sozinha com o Tom. Mal trocamos três palavras, seus olhos parecem tão perdidos que ele mal consegue fixar seu olhar no meu por mais de três segundos.

Não sei o que os médicos esperam encontrar ainda e apesar de não estar mais suportando nada disso, sei que tudo isso é para que eu fique melhor, para que não possa ser surpreendida depois. Minha cabeça ainda dói o tempo inteiro, os médicos me avisaram que provavelmente terei que lidar com essa dor de cabeça pelo resto da vida...

Eu também sei que passei por uma cirurgia, mas as explicações do meu quadro não são tão fáceis de entender e algumas vezes me deixam ainda mais confusa. Não vejo a hora de estar em casa, mal vejo a hora de estar deitada na cama com a cabeça sobre o peito de Tom enquanto as risadas ecoam pela sala porque todos estão assistindo Brooklyn Nine-Nine e conversando extremamente alto.

Eu sei que o futuro é tão incerto depois de tudo que aconteceu, sei que provavelmente a nossa vida nunca mais será a mesma depois do Joe e com certeza, nunca mais nos sentiremos seguros, mas tento alimentar em mim a fé de que tudo vai continuar exatamente igual. Talvez eu esteja sendo esperançosa demais, ou idiota. É... Provavelmente idiota porque no fundo do meu peito, por mais difícil que seja de admitir, meu coração me alerta incessantemente que nada nunca mais vai ser igual. Que as sequelas daquele dia serão frequentes na nossa rotina, serão frequentes na nossa vida.

Que as marcas após Joe serão como uma tatuagem, gravada na nossa alma para sempre.

Por mais que os médicos insistam que eu preciso descansar, confesso que a minha mente não parou de girar nem por um segundo. Suposições, ideias, medo, insegurança tudo isso me consome totalmente.

Fico sentada na minha cama, esperando a enfermeira colher mais um pouco do meu sangue, acho que é a quinta vez só hoje.

- Só vou encher mais um potinho e já te deixo em paz... – A enfermeira fala com um sorriso gentil no rosto. – Imagino que você não veja a hora de ir para casa, hein?

- Você não imagina... – Respondo forçando um sorriso. Meus olhos procuram Tom que está em pé logo atrás da porta falando com algum médico. Não consigo parar de olha-lo... Apesar de estar conversando tranquilamente, sei que existe uma inquietude anormal nele. Ele não consegue parar de mexer os pés enquanto conversa e suas mãos se esfregam uma na outra o tempo inteiro.

- Ele ama muito você... – A enfermeira comenta acompanhando a direção dos meus olhos, percebo que devo ter admirado o Tom por muito tempo para ela tocar no assunto. – Não saiu do seu lado nem por um segundo... Nós até tentamos faze-lo ir para casa dormir um pouco, mas era impossível convence-lo. – Ela encara Tom com um sorriso de admiração no rosto. – Ele dizia que queria estar aqui quando você acordasse.

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