"Eu preciso que você me escute... Eu preciso que você ao menos tente me entender..." - Seus olhos fitam os meus desesperados, como se procurassem em um algum lugar distante um pouco de perdão. "Eu fiz isso porque amo você... Por favor... Só me escut...
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Quero sair dessa gaiola em chamas. Quero encontrar a chave e fugir. Porque estou pensando demais... Overthinking | Zoe Wees.
Tento afastar da minha mente a agoniante sensação de estar sendo ignorada. Meu dia consistiu em tentar ligar para o Tom e ter a maioria das chamadas rejeitas. Ou talvez todas. Eu sabia que ele tinha lido o bilhete do Ethan. Eu tinha certeza por mais que eu quisesse ignorar com todas as forças a minha completa consciência disso. Eu sabia que não deveria ter escondido o bilhete, eu sabia que deveria ter contado no momento em que segurei o papel em minhas mãos pela primeira vez.
Francamente, não sei porque não fiz isso. Não era como algo que eu queria desesperadamente esconder. Não. Definitivamente não era. Acho que no fundo sei os motivos que me fizeram esconder o cartão, eu queria me vingar do Thomas, queria que ele tivesse a sensação de que eu também estava escondendo algo. Uma atitude completamente infantil e desesperada. Algo que eu naturalmente não faria, mas estava cansada desses segredos que ele insiste em não trazer à tona.
Tudo mudou depois da nossa conversa. Eu estava reaprendendo a confiar e esperar o tempo necessário para que ele se sinta confortável em desabafar comigo e me contar esse segredo, independente do que ele seja. E agora, agora que ele leu esse cartão tenho a sensação de que estamos regredindo.
Não consegui me concentrar no estúdio. Minha mente queria desesperadamente sentir seu corpo junto do meu, precisava de sinais que me mostrassem que estava tudo bem. Que nós estamos bem. Assim que chego em casa me tranco no quarto para esperá-lo. Coloco os fones de ouvido e escuto alguma música aleatória da nossa playlist. Sei que preciso esperá-lo, mas meu coração não parece contente com a situação porque suplica para que eu vá atrás dele. É como se todo o meu corpo estivesse precisando urgentemente da sua presença aqui. Ligo mais uma vez, mas ele rejeita a chamada e eu decido esperar.
Abro a galeria do meu celular e meus dedos passeiam pelas nossas fotos antes do Joe. É como se o nosso sorriso tivesse dois estágios diferentes. O sorriso puro antes de conhecermos a maldade do mundo através das mãos do Joe e o sorriso nervoso e angustiado de quem agora não se sente mais seguro como antes. Acho uma foto que tirei do Thomas quando estávamos esperando o trem sair em direção a Liverpool. Que saudade de estar tranquila apenas analisando seus lindos olhos castanhos e a imensidão desse sorriso.
Pego o computador e pesquiso algumas passagens para viajarmos. Começo a pensar que seria uma boa ideia sairmos por alguns dias e ficarmos completamente sozinhos. Meus olhos passeiam pela tela do computador quando ouço uma batida na porta do quarto. Sinto meu coração acelerar com a possiblidade de Thomas estar chegando agora, mas não é ele quem meus olhos enxergam quando a porta se abre.
─ Posso entrar? – A voz sai tímida pela boca de Brianna e ela força um sorriso. Faço que sim com a cabeça e ela caminha até a cama sentando-se ao meu lado. ─ Eu acho que te devo desculpas.
