25 - Ameaças, as outras.

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[NVS] Capitulo 25 - Ameaças, as outras.

Fiquei a noite toda acordada, sei que não faz bem, mas não consegui mesmo dormir, sabe quando você fecha os olhos, tenta, tenta e não funciona? Pois é, eu tentei e não deu, são cinco da manhã e posso sentir o cheiro de manteiga no pão na frigideira que minha mãe está fazendo, normalmente o cheiro me agrada demais, que eu fico até com vontade de levantar, correr pra cozinha e beliscar um pedaço, mas hoje não, em plena segunda-feira e me sinto como se um trator subiu em cima de mim, estou de baixo dos dois cobertores grossos e quentinhos, ouço passos do tamanco da minha mãe, ela aparece na porta me olhando e franzi a testa confusa, claro, eu as cinco da manhã acordada, ou é um milagre e podemos já jogar na loteria, ou estou doente.

- Está doente? - Minha mãe diz entrando no meu quarto, não falei? Ela vem até perto da minha cama e se senta na ponta.

- Não sei. - Olho para ela com um sorriso, ela coloca sua mão fina na minha testa e abre os olhos assustada.

- Nossa querida, você está pelando, tire um cobertor, vou pegar o termometro. - Ela diz já ficando em pé.

- Mas está frio! - Protesto, acho que morrerei congelada se ela tirar um cobertor.

- Anda, Sam. - E a vejo sumir pela porta, obedeço tirando um cobertor, já sinto um frio danado, que crueldade tirar meu cobertor. Minha mãe volta com uma caixinha acrilica, ela tira o aparelhinho, clicando em um botão e me entrega. - Em baixo do braço, tira esse cobertor, Sam.

- Não, está frio, mãe. - Olho para ela com cara de quem vai chorar, é só pra ela não tirar mesmo, está muito frio, como ela consegue ficar com aquela camiseta lisa? Pego o termometro e coloco em baixo do meu braço.

- Quando apitar me avise, quer um pão? - Ela vai até a porta e me olha.

- Não, só quero meu cobertor. - Faço bico.

- Esse não está no menu! - E ela sai novamente, não é incomodo ter esse treco em baixo do braço, então quando dá o tempo eu até tinha esquecido, chamei minha mãe, que voltou com os cabelos presos em um coque. - Nossa, você está com 39 de febre. - Ela segura o termometro e mexe nele pra frente e pra trás, rapidamente, como se esfriasse, não sei para que servia, mas tudo bem. - Vou deixar uma água aqui. - Ela voltou para a cozinha, meus olhos arderam, acho que o sono começou a me pegar.

O bom de estar doente: não ir para a escola, olhei para minha janela, ela estava fechada, mas já tinha aqueles rebeldes e malcriados raios de sol querendo entrar pelos pequenos filetes de buraco que tinha na janela.

- Aqui… - Minha mãe voltou, com um pequeno pote com um pano branco e um copo de água, deixando o copo no meu criado-mudo. - Beba quando sentir sede. - Enquanto ela dizia, coloca o pano no pequeno pote, torceu e colocou na minha testa, senti o gelado da água, que provavelmente estava em temperatura normal. - Você vai ficar bem sozinha?

- Vou sim mãe, eu não consegui dormir, vou dormir o dia todo. - Mostrei um sorriso para ela, mas logo franzi a testa, ai, sorrir estava até doendo! Que absurdo, a pessoa não pode passar a madrugada toda chorando? Que já fica com febre?

- Vou deixar anotado aqui o número do trabalho e o do seu pai, se precisar ligue, tá bom? - Ela sorriu, colocando de novo o pano no pote, torcendo e colocou na minha cabeça.

- Tudo bem. - Mas eu nem a vi mais, acabei dormindo, acho que ela até tirou o pote de perto.

Quando abri os olhos estava tudo escuro, minha casa estava escura, olhei ao redor e não tinha mais sol tentando entrar no meu quarto, me levantei devagar e fui até a minha porta, mas não tinha ninguém em casa, olhei para trás, e meu relógio mostrava que já eram 18:26, acho que minha frebre baixou, coloquei as mãos nas bochechas, e acho que não estava mais quente. Ouvi risadas e a porta sendo aberta, vi minha mãe entrar com sacolas nas mãos e em seguida Lucy e meu pai, sorri para eles e sai da porta, indo pro corredor.

A Nova vida de SamOnde histórias criam vida. Descubra agora