Eu não sei se eu estava muito dura na sala de aula, ou se eu estava com dor, não me mexi um segundo para não fazer barulho, a professora falava, se apresentou para os poucos alunos que tinham entrado agora, mas não perguntou nome de nenhum, eu estava com o meu caderno aberto e não tinha escrito nada, além do meu nome. E em todo o canto da folha, a diretora tinha falado sobre os celulares, mas a professora nem tinha pedido e metade da sala estavam se comunicando pelo celular, a girafa do meu lado tinha pego um aparelho fino e retangular, colocando os fones de ouvido nas orelhas, o som começou a tocar quando ele apertou um botão.
Não me lembrava que sala de aula era tão entediante, nossa! Coloquei meu braço direito reto na mesa e apoiei meu corpo nele, como se fosse deitar, como eu era canhota, comecei a escrever anotando o que a professora passava, mas era tão chato, suspirei, meu primeiro dia de aula e essa chatice, a girafa do meu lado se remexeu, mas nem quis olhar, anotei mais algumas coisas e senti meu celular vibrando no meu bolso, tirei ele, ainda sem sair da posição que eu estava.
“Sua presença é tão chata quanto a aula, não acha?
Ma.”
Me levanto, assustando a girafa, olho ao redor, mas como eu tinha dito, metade da sala está mexendo no celular, meu olhar para em cada um, analisando, suspiro, será que é da escola esse ou essa Ma? Porque me odeia tanto? Olho para meu caderno, sinto novamente meu celular vibrar e pego, mas fico meio receosa de olhar, suspiro e prendo a respiração.
“Oi! Hoje eu fiz panquecas, queimaram um pouco, acredita?!
Iris"
Suspiro aliviada, relaxo os braços, coloco os dois braços cruzados em cima da mesa, sorte que as mesas são grandes, mas são uma do lado da outra, temos um lugar do lado para pendurar as mochilas e em baixo para guardar coisas, apoio minha cabeça no braço, olhando minhas pernas, está um dia muito quente, eles até deixam as janelas abertas, e para minha sorte o lugar que estou sentada é ao lado da janela, porém é na última fileira, eu não sou cega, mas no fundo é muito difícil de enxergar, deitei novamente minha cabeça agora ficou virada para o outro lado, fechei os olhos, não sei quanto tempo fiquei assim, mas o vento batia forte nos meus cabelos, abri os olhos, a sala estava quieta, olhei para a girafa, ele estava anotando algo, tão concentrado, olhou para mim por um breve momento, voltou a olhar para seu caderno.
- Ah! - ele voltou a me olhar e tinha dado um berro, eu continuei no mesmo lugar do mesmo jeito, vai que sei lá, tinha um bicho na minha cara, minha cara, coloquei a mão no meu rosto, e meu cabelo não estava nos meus olhos. - Porque seu olho é cada um de uma cor? É lente? - Ele chegou mais perto de mim, a sala inteira me olhou, me levantei e abaxei a cabeça, acho que meu rosto estava muito vermelho, senti as bochechas queimarem. Ele já tinha visto, porque fazer uma cena? Ele tinha visto, não tinha?
- Ohhh, deixa eu ver? - A menina da frente disse, ja virada, olhei ao redor e todos da sala me olhavam, cochichavam.
- Eca, vai que ela é um alien! - Uma outra menina disse.
- E se for um monstro? - Ouvi outro garoto falando.
- Será que ela vai nos matar? - Outra pessoa falava, a cada vez que falavam, sentia meu coração apertar, meu Deus, eu sabia que se alguém me visse, iriam me achar estranha, feia, um monstro, acho que até a Iris pensou isso, na verdade eu tenho certeza, ela deve estar me mandando mensagens erradas! Ouvia mais alunos falarem coisas sem saber, não me atrevi a levantar a cabeça, mas senti uma pessoa colocando a mão no meu queixo e levantando a cabeça.
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A Nova vida de Sam
Любовные романыApós um acidente de carro Sammy ficou em coma por dois anos. Ao acordar, agora com quase 17 anos, Sammy está diferente: seu corpo está mais desenvolvido, seus cabelos maiores, seu olho direito mudou de cor e a única memória de seu período de coma é...