A Nova vida de Sam

28 - Dois drinks

[NVS] Capitulo 28 - Dois drinks

Hoje é dia 23 de junho, nem parece que passou mais de uma semana da festa junina, e somente hoje que podemos visitar a Jenny no hospital, está quase a sala dela inteira aqui, como eu sou a única que conhece ela que não é da sala, eu estou aqui, a Iris não quis vir, na verdade não foi que ela não quis, ela estava com medo, ela foi denunciada, após a festa, os policiais interrogaram todos que estavam na festa, e algumas meninas acusaram Iris de ser a pessoa que ameavam elas, não tinha somente aquelas meninas que foram na diretoria, tinha muita gente, até meninos, reparei em um monte de meninas que já me fizeram mal, elas conversavam com os policiais, dizendo que foram ameaçadas também, então tudo que elas faziam comigo era porque foram ameaçadas por “Ma”, quem tinha tanto poder assim na escola?

Entramos no hospital, dentro do quarto de Jenny, eu estava com um boque de flores, assim como alguns outros alunos, alguns tinham ursinhos, doces, Jenny estava deitada na cama, com o rosto enfaixado e o corpo também, os olhos dela olharam para a gente quando entramos, demos as flores para ela, colocando em volta da sala, entregamos bilhetes de melhoras, a professora também foi junto, e quando estava na hora de sair, Jenny me chamou.

- Sam, por favor, fique um pouco. - Ouvi a voz baixa e cansada dela. Olhei para a enfermeira e ela concordou, os alunos sairam e ficou somente eu, a enfermeira e os pais de Jenny. - Eu sinto muito por tudo, Sammy.

- Não, Jenny, não se esforce. - Coloquei minha mão devagar na cama dela.

- Não, eu quero dizer, eu não sei o que eu estava pensando em acusar a Iris. - Ela falava devagar, mas fiquei paciente ouvindo. - Mas todos achamos que quem nos ameaça se dizendo “Ma”, seja Maauren, é a única pessoa… - Ela olha para os pais e volta a me olhar e fala um pouco mais baixo. - A única pessoa que tem um nome tão forte na escola, onde todo mundo teme.

- “Ma”? - Olhei para ela, então Jenny também era ameaçada por “Ma”. - “Ma” finge ser muitas pessoas Jenny, já fingiu ser Iris, já fingiu ser Alex, e muitas outras pessoas.

- Você não pensa que pode ser um deles mesmo? - Olho para ela assustada.

- Claro que não! Eles são meus amigos, nunca fariam mal pra mim. - Olho para a mãe e o pai dela, que nos observam. - Olha Jenny, eu confesso… - Olho para ela, que ainda mantem os olhos em mim. - Eu já pensei isso deles, mas… - Chego mais perto dela abaixando a cabeça. - Mas porque “Ma” me fazia acreditar nisso, fazia parecer que eram eles. Um dia… - Respirei fundo. - Um dia Jenny, “Ma” me fez acreditar que eu não tinha mais ninguém, que eu estava sozinha, que ninguém gostava de mim, e eu tentei fazer a pior coisa que alguém pode fazer… - Eu falava com calma, mas meu coração batia acelerado, terminei de falar sussurrando. -  Eu tentei me matar.

- Oh… - Ela colocou as mãos enfaixadas no rosto. - Eu sinto muito, Sammy…

- E foram esses amigos que me ajudaram… bom… o Alex não sabe… - Olhei para baixo sem graça. - E se souber acho que ele mesmo me mataria. - Levanto as duas sobrancelhas e mostro um sorriso. - Não se preocupe, Jenny, eu vou ficar bem, e a Iris também, sabemos que não é ela, mas vamos descobrir.

- Obrigada, Sam, espero que sim. Boa sorte hoje na reunião. - Eu dou um sorriso e balanço a cabeça, me despeço dela e saio do hospital, minha mãe está lá em baixo, tomando um café, ela me leva até a escola, estacionando o carro junto, bem, ela hoje tem que ficar, vai na reunião, provavelmente ouvir como eu sou desastrada. Minha mãe caminha para dentro da escola, indo para as escadas onde tem as salas de aulas, minha mãe, assim como eu, prefere fazer as coisas bem cedo, chegamos na escola tão cedo quanto qualquer outra pessoa. Vejo a mãe de Iris chegar com o carro, estacionando todo torto, Keira sai do carro e passa por mim, sem nem me ver, e vai em direção a Mayara, elas se abraçam comprimentando, dão uma risada e passam por Marcos, mas ele também não olha para elas.