07 - História compartilhada

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A terça-feira estava bonita, olhei para o céu sorrindo, coloquei as mãos na frente dos meus olhos, senti uma pedrinha na minha cabeça, olhei para o lado e um grupo de meninos estavam tacando pedrinhas em mim, coloquei as mãos na frente, para poder me defender. Alex apareceu na minha frente, e eu ouvi as pedrinhas baterem nas costas dele e cairem na grama, ele me olhou com um olhar irritado, mas eu sabia que não era exatamente para mim, tanto que ele virou a cabeça, olhando aquele grupo de garotos, fez aquela expressão engraçada com a boca, levantando a boca de um lado e o nariz também.

- Aish! Ei, vocês! - Os garotos começaram a correr, ele ia correr atrás também, mas segurei no braço dele, eu sabia que se ele me deixasse, seria uma luta até chegar na porta da escola, algumas meninas puxariam meus cabelos, tentariam colocar cola na minha cadeira, sempre quando Alex ia ao banheiro, ou sabe Deus onde, faziam esses tipos de coisas, ele olhou para mim, ainda de costas. - Eles tacaram pedra em mim? - Me olhou com aquele olhar todo irritadinho, comecei a rir colocando a mão na boca. - Ei! Nanica! - Ele me deu um cascudo leve na cabeça.

Alex tinha um jeito engraçado, ele era todo marrento, brigão, irritava-se com tudo, batia nos outros alunos que o irritava, fazia caras e bocas, mas era muito gentil quando queria e com quem queria, mas nunca admitia, uma vez uma garota caiu na escada, ele arregalou aqueles olhos impossíveis de serem arregalados e foi ajudar a menina, mas quando encheu de gente para olhar, ele começou a gritar que bateria em todo mundo, deixou a menina lá sentada e foi correndo atrás dos alunos que riam.

- Porquê você sempre fica parada no caminho das pessoas? - Ele se abaixou, ficando com os joelhos flexionados, colocou os cotovelos nos joelhos, me agachei também, mas meus joelhos ficaram juntos um do outro, abracei minha perna, estavamos um de frente para o outro.

- Porquê você sempre reclama que eu fico no caminho? - Olhei para ele, até ele agachado era maior que eu agachada, poderiamos pelo menos ter o mesmo tamanho.

- Por que você sempre está no caminho. - Ele levantou uma sobrancelha, como se a minha pergunta fosse obvia demais, ele colocou o dedo indicador na minha testa. - Você é bem folgada pro seu tamanho. - E me empurrou com o dedo, eu cai para trás, batendo minha bunda no chão, percebi ele segurando a risada, deixando a boca de lado, olhei para ele com a cara mais brava que eu podia, olhei ao redor e vi uma vareta com algumas folhas, peguei e ameacei bater. - Isso dói, não faz isso. - Ele esticou a mão para se defender.

- É pra você aprender a ser legal! - Dei uma varetada de leve na mão dele.

- Ah, é? Você vai ver! - Ele se levantou, eu arregalei os olhos e me levantei correndo. - Você sabe que duas pernas minhas são dez passos seu, né?

Parei de correr e olhei para ele, ele segurava a risada, taquei a vareta nele, fazendo minha cara de brava de mentirinha.

- Ah, vem aqui! - Ele correu atrás de mim, eu sai correndo rindo, não me preocupei da escola olhar pra gente, e acho que nem ele, apesar que ele nunca ligava, só quando irritavam ele. - Sammy cuidado!

Parei de correr na hora, oi? Ele me chamou de Sammy? Ele trombou comigo, me virou para eu não cair no chão, mas ele estava me segurando e ele caiu e nisso eu também cai, e pior, cai em cima dele, de costas para ele, olhei para onde ele disse para eu tomar cuidado, e um menino passava com um balde e uma vassoura, e mais dois meninos também, comecei a rir, segurando minha barriga e a outra mão na boca, estavamos em cima da grama.

- Ô nanica! Pará de rir e sai de cima de mim! - Ele me rolou para o lado, mas eu não me aguentava, a cara que os meninos faziam quando caimos, foi de surpresa, medo de apanharem dele, susto por a gente ter caido. Alex estava deitado agora do meu lado, olhando para cima, com uma mão atrás da cabeça, fazendo como travesseiro. - Você é muito boba, sabia?

A Nova vida de SamOnde histórias criam vida. Descubra agora