🌌•II•🌌

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Já fazia um dia que eu estava voando, parava em alguns pontos para descansar e logo retornava aos céus, estava bem perto da Corte na qual me instalaria nesses dois dias que ficarei em Prytian.

Suspiro enquanto vejo as luzes cada vez mais próximas, aproveito então os últimos minutos da brisa noturna acariciando meu rosto.

Depois de tantos anos, eu estava aqui novamente. Saí de Prytian quando tinha apenas doze. Era uma criança ainda. E agora eu retornava, cento e oitenta e oito anos depois. Eu achava que poderia me dar esse "presente" de aniversário.

Depois de um curto período de tempo, pousei em uma floresta na Corte Diurna não querendo chamar atenção. Provavelmente ficarei em uma estalagem rodeada de bêbados, que seu eu perguntasse não iam conseguir soletrar nem a palavra 'idiotas'.

Sinto um arrepio interno passar por mim, vou odiar passar meu aniversário nessas condições, mas pelo menos eu estaria em Prytian.

Na Corte Diurna.

Tão perto e ao mesmo tempo tão longe de onde eu deveria ter passado todos esses anos.

Me permiti uma distração, o que resultou em uma emboscada. Foi muito rápido quando um armadilha puxou meus pés me fazendo ficar de cabeça para baixo, presa em malditas cordas.

Droga.

Vou tentando me soltar, mas o aperto era tão forte que eu sentia minha pele se abrindo com o constante atrito do que logo percebo ser uma armadilha enfeitiçada. Ótimo.

Não demora muito e vejo um macho atravessar e parar bem na minha frente.

Ele é muito bonito, chega a ser um eufemismo falar isso, ele se assemelhava mais com um deus. Olhos amarelados e cabelo castanho escuro, com talvez um palmo abaixo do ombro.

Estava usando uma túnica branca com detalhes dourados, com uma cobra feita de ouro rodeando seu braço esquerdo, isso tudo dava um ar majestoso á ele, ele era poderoso, tenho que admitir, o cheiro de seu poder estava ocupando minhas narinas.

Ele chegou mais perto, caminhando calmamente, como um felino atrás da sua presa.

O único problema é que eu não sou a presa.

Quando ele já estava em uma distância agradável, com seu rosto uns três palmos de distância do meu, pude ver sua expressão confusa, enquanto olhava a mim e minhas sombras. Ele deu um arquejo surpreso. E então eu percebi o quanto eu estava fodida.

Ele me reconheceu, e lá se vai meu plano. Eu devia ter nascido com outra cor de olhos! Eu os amo e acho um charme á parte, mas só me meto em problemas por causa deles.

Em um movimento rápido aproveitando sua distração, dei um solavanco com a corda que prendia meu corpo e dei uma cabeçada naquele macho incrivelmente sexy, porém, provavelmente me traria muitos problemas.

Fui ágil quando ele cambaleou para trás com um misto de surpresa e indignação.

Poderiam me dar uma ajudinha?

É claro, podemos matá-lo também.

Não será necessário, poderia me soltar se não estivesse em uma situação um pouco embaraçosa.

Tudo bem então.

Em dois segundos eu fui solta, e para não cair de cara no chão, atravessei para trás do macho.

Ele se virou para me encontrar e ajeitou o pés com uma pose de ataque.

Qualquer feérico que não fosse incrivelmente detalhista não teria percebido, mas eu faço parte do grupo detalhista, e como uma pessoa inteligente e sábia, vi que aquele macho estava com uma puta vantagem em cima de mim, já que eu estava totalmente cansada e perdida por não conhecer esse território tão bem. Então, levantei as mãos em sinal de paz e lancei um olhar calmo pra ele.

Corte de Sombras e DescobertasOnde histórias criam vida. Descubra agora