AZRIEL
Digamos que o pequeno, indefeso e inocente Pólux, só quer fazer uma visitinha a Corte Estival para tomar um banho de mar.
Eu sou o mestre-espião da Corte Noturna, não sou babá de um projeto de illyriano.
– Vaiiii tio Az! Pufavôzinho! – olhei para onde o pequeno se encontrava, grudado em minhas pernas, as abraçando como se isso fosse me fazer aceitar seu pedido.
– Não – eu não estava a fim de ter todo um trabalho, pra esse anão sentir a água gelada no corpo.
Se ele quiser, eu mesmo posso pedir a Cassian afundá-lo em um dos diversos rios da Corte Noturna.
Já estava pronto para sair do quarto quando vejo ele cutucando minhas pernas freneticamente.
O olhei, o mesmo estava com um bico maior do que o mundo e os olhinhos marejados.
Maldito seja Rhysand por essa criança ser tão dramática.
– Vou ter que pedir autorização dos seus pais, de Tarquin, esperar você se arrumar, atravessar e ainda ficar olhando você brincar na água até se cansar e te levar para casa novamente.
Achei que o pequeno teria dó do tamanho trabalho que eu teria. Mas ele apenas concordou com a cabeça, enquanto ainda me encarava.
Soltei um suspiro derrotado, e disse para ele trocar de roupa.
Em troca recebi um brilhante sorriso.
O bico?
As lágrimas?
Só a Mãe sabe onde foram parar.
Saio do quarto rumo ao ateliê de Feyre, não sabia onde Rhys estava, e também, Feyre é tão Grã-Senhora quanto Rhysand é Grão-Senhor, então eu poderia pedir autorização somente à ela, sem consultar Rhys. Afinal, não queria invadir uma corte, muito menos com a cria dos dois sem eles saberem.
Bati na porta e rapidamente escutei um 'entre' abafado.
O ateliê ficava no segundo andar da casa, dois corredores de distância do quarto de Pólux, eu sabia que Feyre poderia ter ouvido nossa conversa. Mas quando ela está no meio de suas tintas, parece que o mundo a sua volta some. É só ela e sua arte.
Eu sei que ela usa a pintura como válvula de escape, mas, também sei que ela faz isso porque gosta, e não só para se distrair, como também, para se sentir bem.
Posso dizer a mesma coisa dos meninos, Órion ganhou o próprio ateliê nessa casa. Feyre disse que era bom que cada artista tivesse seu próprio espaço, tanto criativo quanto pessoal. Nyx também pinta bem, mas não é algo que ele costuma fazer. Ainda mais com as idas aos acampamentos illyrianos, e os deveres que ele tem como futuro Grão-Senhor fazem o garoto não ter muito tempo.
Seus pais já falaram para ele manerar, mas meu sobrinho é teimoso demais. Muito mesmo...
Pólux, sempre estava a frente das outras crianças que tinham aula com sua mãe junto com ele. Mas como ele ainda é muito pequeno, e não tem a responsabilidade de cuidar de tintas, pincéis e telas sem estragá-las. Rhys e Feyre decidiram dar um espaço para ele somente daqui alguns anos.
Mas isso não o impede de invadir o ateliê do irmão e fazer sua própria arte nas paredes.
Feyre estava do mesmo jeito de sempre, sentada em um banquinho alto de frente ao cavalete. Na sua mão esquerda, estava a paleta com diversas cores de tintas escuras, se misturando e formando uma nova cor, na mão direita Feyre segurava o pincel, dando leves pinceladas na sua mais nova obra, ainda não concluída.
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Corte de Sombras e Descobertas
Fiksi PenggemarE se Amarantha tivesse tido uma filha com Rhysand sem ele saber? A menina cresceu acreditando que os pais a abandonaram, e teve que sofrer a vida toda. Começou a morar nas Terra Mortais, já que não podia voltar a Prythian, por ser a filha da pessoa...