Capítulo 7 - CASTIGATION

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Oh, uma noites destas, por volta da meia noite
O mundo inteiro vai se recolher e chacoalhar
Os santos vão tremer e chorar de dor
(One uf us)

Tradução: Castigo

Christopher

Primeiro não estava nos meus planos ficar encurralado pelos walkers e nem imaginava que receberia ajuda e encontraria outros sobreviventes. Segundo, não imaginava que seria capaz de me juntar a eles, mas nessa situação o melhor seria primeiro ficar a salvo e depois daria um jeito para voltar ao meu único objetivo: encontrar minhas filhas.
Quando aquele cara foi pego e comido pelos zumbis, nunca imaginei ver uma cena tão horripilante como essa, ele agonizava enquanto eles saboreavam sua carne. Eu ouvi e vi Dulce gritar querendo ajudá-lo, mas seu irmão teve o mesmo pensamento que eu, que já não tinha jeito.
Mas então entramos no carro e eu estava disposto a ir com eles, mas então, lá estávamos nós, parados, porque o veículo não funcionava e mais walkers estavam vindo. Não, eu não vou ficar ali parado, esperando que aconteça comigo o que ouve ou o tal Josh e quem quiser que me siga.
Eu abri a porta do carro mas antes eu disse.
- Não temos tempo. Vamos sair daqui e ir para algum lugar seguro

Eu não fiquei ali esperando a resposta de ninguém, apenas sai de dentro do carro e comecei a andar o mais rápido possível. Mas quando olhei para trás vi que eles estavam me seguindo. Eu não fazia a mínima ideia para onde estava indo, então de repente vi Glenn correr e passar na minha frente, fazendo sinal com a mão de que deveria segui-lo. Entramos em uma rua, que quase não tinha walkers. Os que tinha conseguimos dominar. Glenn então nos levou até uma casa, era um sobrado grande. A porta estava trancada mas nada que dois homens não conseguisse arrombar, e foi o que eu e ele fizemos. Entramos todos o mais rápido possível e fechamos a porta com o sofá que arrastamos até ela. Era visível o cansaço em todos nós, por isso decidimos descansar ali, logo iria anoitecer e seria pior para tentar a sorte lá fora. O melhor seria todos descansar e o mais cedo possível procuramos um novo carro.

{...}

Dulce Maria

Eu ainda estava em choque pela cena de Josh sendo atacado pelos mortos vivos ou zumbis como Christopher chama. Ele era um cara legal, tinha uma namorada esperando por ele e que iria sofrer quando soubesse o que houve. Porque estamos passando por isso, o que fizemos para Deus nos castigar. Sim, é isso o que eu penso, a humanidade está sofrendo a irá do Senhor, é a única explicação que tenho para isso. Porque eu sou da área da saúde e nunca vi algo igual antes, não faço a mínima ideia que vírus pode ser esse e de onde ele veio, estamos no escuro, perdidos.
Eu estava com raiva, principalmente de Alfonso por não ter me deixado ajudá-lo, no meu mais íntimo, eu acho que ainda existia uma esperança a qual ninguém lhe deu. Então sem querer falar com ninguém, eu subi as escadas para o andar de cima, encontrei o banheiro e me tranquei ali. Na torneira havia água ainda, lavei meu rosto e então no chão e comecei a chorar. Um choro de medo, angústia, raiva, um misto de sentimentos que eu precisava colocar para fora. Então ouvi batidas.
- Me deixa sozinha - eu disse com raiva
- Dul...você está bem? Não quer água ou comer alguma coisa? - ouvi a voz de Andrea - Alfonso está preocupado com você
- Estou bem. Só quero ficar sozinha - disse seca

Então acho que ela entendeu, porque ouvi passos para longe da porta. Acho que fiquei quase uma hora ali trancada, largada no chão gelado do banheiro, pensando em como era minha vida antes. Não era um conto de fadas, muito menos perfeita, eu tinha uma merda de namorado que não servia para nada, mas tinha meu próprio apartamento, meu emprego a onde eu gostava de ajudar a cuidar das pessoas. Com certeza qualquer dia ruim no trabalho era melhor que isso. O que temos agora? Nada. Apenas medo e a incerteza do que no dia seguinte nos espera. Já nem sei mais se acredito que alguém vai vir nos ajudar, acho que ficamos aqui a mercê do destino, ninguém mais se importa. O governo, militares, ninguém...talvez nem Deus.
Quando enfim eu abri a porta, me surpreendi com Christopher sentado no chão do lado de fora.
- O que está fazendo aqui? - perguntei confusa
- Eu poderia dizer que eu estava esperando para usar o banheiro - ele disse com um leve riso - mas também para saber se está bem
- Já sei...meu irmão também te mandou aqui? Ele nunca tem coragem de vir ele mesmo - bufei
- Olha eu não conheço vocês direito, nem sei como é a relação de vocês. Mas garanto que ele não me mandou aqui. Na verdade ele está lá embaixo deitado
- Típico de Alfonso Herrera - bufei novamente - desculpe, você já pode usar - disse dando passagem para que ele entrasse
- Obrigado...mas não respondeu minha pergunta. Está tudo bem? - ele olhou pra mim
- Se você estiver perguntando se estou bem fisicamente, então a resposta é sim - respondi - mas se for psicologicamente então a resposta é: e quem é que está? - suspirei - mas obrigado por perguntar

Ele balançou a cabeça como se entendesse o que eu queria dizer e não insistiu, apenas fechou a porta entre nos e eu sai dali. Afinal, quem é que pode estar bem, quando o resto do mundo está um caos.

Believer - 𝑽𝒐𝒏𝒅𝒚Onde histórias criam vida. Descubra agora