Believer - 𝑽𝒐𝒏𝒅𝒚

CAPÍTULO 41 - THE PRISION

Pensar que talvez eu não veja aqueles olhos
Torna tão difícil não chorar
E como dizemos nossos longos adeus
(Run)

Tradução: A prisão

Christopher

Não adiantou eu ter voltado para procurar Dulce, eu não a encontrei. O lugar estava infestado de mortos vivos, nem consegui chegar perto do celeiro, mas fiquei de longe com um binóculo, olhando um por um, para ver se Dulce havia virado um deles, mas não. Isso me deu um pouco de esperança, que ela havia fugido para a floresta, estava escondida esperando por nós. Fizemos buscas aos arredores por quase cinco dias mas não a encontramos, então mesmo a contra gosto voltamos para a estrada, eu tinha que ir para Atlanta encontrar as minhas filhas, talvez ela tinha ido para lá, já que sabia que esse era nosso destino.
Até chegamos a Atlanta, e encontramos o tal abrigo do governo, mas havia se tornado apenas mais um lugar tomado, e isso me fez perder as poucas esperanças que tinha de achar minhas filhas. Elas podem estar mortas ou em qualquer lugar, assim como Dulce. Ou seja fui burra, duas vezes, por ter deixado minhas filhas virem para o abrigo e por não ter protegido Dulce. E então os dias se tornaram semanas que viraram meses, acredito que passaram três meses desde que deixamos a fazenda. Vivíamos de casa em casa, procurando algo para comer, beber e passar a noite, principalmente no inverno. Nos primeiros dias eu chorei, nos seguintes fiquei com raiva e agora apenas me resignei que esse é meu destino, não ter quem eu amo perto de mim.
Eram as primeiras horas do dia, entramos em um mato alto, em que Alfonso e Daryl foram na frente cortando-os com um facão, até que nos deparamos com o que deveria ser uma prisão. O plano foi limpar o máximo possível para termos onde ficar, se a parte de fora estava daquele jeito,já imaginava lá dentro. Eu quebrei a corrente que estava no portão com meu machado, em seguida já corri para dentro para matar um, sendo seguido por Poncho e Daryl com sua besta. Enquanto ficamos de um lado, Glenn, Andrea e Maite cuidavam do outro lado. Tara e Hurshel estavam armados e estavam a postos para proteger Anahi, Santiago e Beth que ainda não tinha a habilidade de matar os walkers com facilidade. Assim que conseguimos limpar um dos lados da parte de fora, entramos todos e montamos um acampamento. A noite fizemos uma fogueira, Daryl havia ido a caça e trouxe um bicho que seria nosso jantar. Eu estava afastado do grupo, minha cabeça estava longe, quando de repente ouvi uma voz doce cantar, era Beth. A garota cantava uma música suave, que logo fez Maggie se juntar a cantoria. Para todos parecia um momento de alívio, mas pra mim era apenas mais um dia de dor, longe de quem amo e não consigo ver nada bom nisso. E amargurado, eu decidi me aproximar e acabar com isso.
- Acho melhor todos irem dormir, amanhã acordaremos cedo. Temos trabalho a fazer - eu disse frio

Já havíamos combinado que no dia seguinte, seria hora de limpar a parte de dentro da penitenciária, procurar por um lugar para se instalar e ver se há algo de comida, água ou remédios.

{...}

Andrea

De dor e culpa eu entendo. Todos os dias eu penso que quem deveria estar aqui era Dulce e não eu. Ela merecia estar aqui, ela queria estar aqui. Ela tem uma família e um homem que ama, porque eu sei que é isso que Chris sente, todos os dias eu vejo isso quando olho pra ele. A única pessoa que entende o que eu estou sentindo é Daryl e isso nos aproximou. Nunca fomos tão próximos antes, mas agora todos os dias conversamos, ele contou um pouco da sua história e eu da minha e isso me fez entender o jeito dele, de ficar mais afastado, e as vezes protetor com Maite. Eles sofreram muito e agora, não é muito diferente, apesar de que Maite parece ter encontrado seu lugar...ao lado de Tara. Nossa culpa acabou estreitando nosso laço de amizade, e isso é a única coisa boa que tenho no momento.
No dia seguinte, acordamos assim que o sol raio, era hora de colocar o trabalho em dia. Não foi fácil, eram muitos mortos dentro do prédio, e a princípio só iria entrar os homens, mas é claro que eu bati o pé e disse que iria ajudar. Conseguimos acabar com uma grande parte e colocar todos para dentro, até chegar em um setor de celas, que estavam vazias. O lugar não era o melhor de todos, mas era melhor que ficar lá fora. Alfonso realmente acredita que aqui pode ser o nosso lar pelos próximos dias e talvez por meses. Eu escolhi a cela que iria ficar, a princípio não dividiria com ninguém. O único que não quis uma cama para deitar foi Daryl, ele disse que não era um pássaro para ficar enjaulado. Agora precisávamos saber se havia comida por aqui então Christopher, Hurshel, Alfonso, e Glenn foram procurar a cozinha do local.
Eu estava deitada na cama da minha cela, o colchão era duro mas melhor que ficar na cabana, quando ouvi um grito de Christopher, mandando abrir o portão que dava acesso a ala que estamos. Me levantei às pressas para ver o que estava acontecendo e a cena que eu vi me embrulhou o estômago, Hurshel estava com a perna cortada até quase o joelho, pelo que entendi ele foi mordido, agora precisávamos dar um jeito de parar a hemorragia se não ele morreria. O médico aqui é ele, mas ainda bem que ele havia dando algumas aulas para eu e Maggie, então foi a nossa vez de ajudar.

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