A caixa de Bis

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Aquela noite tive um sonho estranho. Dentro de uma grande sala haviam diversas pessoas, que de início não reconheci, mas fui percebendo que algumas eram pessoas do meu dia a dia. Uma sensação estranha me invadiu, sentia falta de alguém. Corri pela sala procurando aquele alguém que me fazia tanta falta. Procurei desesperadamente o rosto que me trouxesse paz até que encontrei o Pedro, fui até ele e o abracei.

Eu – Cadê ele, Pedro?

Seu olhar era de tristeza. Eu não sabia o nome da pessoa, mas era aquele que o meu coração amava. Eu questionei novamente o Pedro sem conseguir resposta alguma, ele só me abraçava. A falta daquela pessoa me trazia tristeza, me fazia sentir sozinho, sem ar. Acordei durante a noite assustado com aquele pesadelo. Com meu movimento na cama acordei o Ricardo.

Ricardo – O que foi, amor?

Eu – Tive um pesadelo.

Ricardo – Quer me contar?

Eu – Não, não tem importância.

Ele me puxou para deitar em seu peito e descansar, só que descansar foi o que eu não consegui fazer. Os carinhos e beijos do Ricardo não foram capazes de me acalmar. Vi o dia amanhecer sem “pregar” o olho um minuto sequer. Logo o relógio despertou, era 7:00h da manhã. O Ricardo se mexeu na cama sem abrir os olhos.

Eu – Acorda, Ricardo.

Ricardo – Hum!

Eu – Temos que levantar se quisermos chegar cedo no hotel.

Ricardo – Mais cinco minutos.

Eu – Seus minutos são horas, Ricardo. Vou tomar um banho, não quero te ver na cama quando sair.

Ricardo – Uhum!

Durante o banho consegui relaxar um pouco da tensão que aquele sono havia causado. O banho para mim era um momento relaxante e de reflexão. Tomei diversas decisões debaixo da água morna do chuveiro. Após me secar e fazer toda minha higiene matinal, tive uma surpresa quando saí do banheiro, o Ricardo estava sentado na cama e ao seu lado havia uma linda bandeja com o café da manhã.

Eu – Você estava fingindo dormir.

Ricardo – Eu? Você me ofendeu agora.

Eu – Seu fingido. Adorei a surpresa.

Ricardo – Hoje será o ínicio de uma semana perfeita, quero que inicie perfeitamente também.

Sentei ao seu lado e beijei seu rosto.

Eu – Com você já é perfeito.

Nos servimos daquele café delicioso e depois nos arrumamos para pegar a estrada. O hotel ficava a três horas da cidade, era uma viagem longa até. Colocamos tudo no carro e fechamos a casa. Antes de sairmos da cidade passamos no apartamento do Pedro para deixar a chave da nossa casa, ele iria ficar lá para cuidar do Donatello durante a nossa ausência. O dia estava ensolarado e com o clima agradável. O Ricardo dirigia tranquilamente pela rodovia ao som do Legião Urbana. Eu me encostei no porta do carro e me deixei levar pelas poesias cantadas do Renato Russo. Aos poucos senti meus olhos ficarem pesados até não conseguir mais ficar acordado. Ao fundo ouvi o Ricardo me chamando, mas eu já não tinha mais controle sobre meu corpo. De leve senti o seu afago no meu rosto e em seguida caí no sono. Era próximo da hora do almoço quando senti a mão do Ricardo me balançar levemente.

Ricardo – Acorda, amor.

Cocei os meus olhos e vi na minha frente o seu sorriso, como era lindo aquele sorriso.

Eu – Chegamos?

Ricardo – Ainda não. Parei para abastecer. Quer que eu compre algo pra você?

O amor nos escolheuOnde histórias criam vida. Descubra agora