Os dias passaram e logo chegou o final de ano. O Pedro insistiu que passássemos em seu apartamento e nós aceitamos. O clima entre eles ainda estava tenso, mas era uma questão de tempo até tudo voltar ao normal. Os dias ao lado do Ricardo eram surreais, eu estava vivendo um sonho. Era próximo das nove da noite quando chegamos no apartamento do Pedro. O Ricardo estava um pouco constrangido, mas eu segurei sua mão e sorri.
Eu – Fica tranquilo, amor.
Ricardo – Não consigo evitar.
Eu – Aquilo já passou, agora vamos nos importar com o presente.
Toquei a campainha e o Pedro nos recebeu com um lindo sorriso.
Pedro – Lucaaa, meu amigo!
Eu – Amigo! Feliz ano novo, meu amor.
O abraço não havia mudado, ainda sentia segurança em seus braços. Ele olhou por cima do meu ombro e viu o Ricardo parado mais atrás.
Pedro – Boa noite, Ricardo!
Ricardo – Boa noite, Pedro!
Eles uniram as mãos dando início um acordo de paz.
Luca – Será só nós?
Pedro – Virão mais alguns amigos, mas os mais importantes já chegaram.
Luca – Esse ano só tenho agradecer, pois tenho os amores da minha vida ao meu lado.
Pedro – Fiquem a vontade. Vou ver se está tudo pronto com a ceia.
Ele foi para cozinha me deixando sozinho com o Ricardo.
Eu – Viu como o seu medo não tinha fundamento.
Ricardo – Menos mal. Sei que vocês se gostam muito. Eu não gostaria de atrapalhar isso.
Eu – Vamos até a sacada.
Pegamos uma taça de champanhe e fomos até a sacada apreciar a vista da cidade.
Eu – Estou muito feliz, realmente me sinto feliz.
Ricardo – Claro! Está feliz por que está comigo.
Eu – Não me lembro de você ser tão humilde assim. Acho que vou te devolver.
Ricardo – Agora não adianta, não pode fazer devolução. Você será meu para sempre.
Brindamos e nos beijamos. Logo chegaram os demais convidados do Pedro. O Ricardo era extremamente comunicativo, o que facilitou o seu entrosamento. Eu o deixei conversando e fui atrás do Pedro na sacada.
Eu – Está tudo maravilhoso. Você deve fazer mais reuniões assim.
Pedro – Adoro ter a casa cheia com os meus amigos, principalmente com você aqui.
Eu – Oh meu amigo! Que sorte eu tive de te encontrar.
Pedro – Eu é que tive sorte.
Ele me abraçou e assim ficamos por um tempo.
Pedro – Vi sinceridade nos olhos dele.
Eu – De quem?
Pedro - Acorda, Luca. Estou falando do Ricardo.
Eu – Ele estava constrangido por vir.
Pedro – Diga a ele que sempre será bem-vindo a minha casa. Aquilo que aconteceu ficou no passado.
Eu – Fico muito feliz em ouvir isso. As duas pessoas mais importantes da minha vida fazendo as pazes.
Pedro – Ele te fazendo feliz é o que importa.