As horas passaram sem eu perceber quando olhei para o relógio já passava da meia-noite.
Eu - Pedroooo!
Pedro - O quê?
Ele estava deitado no chão com as pernas em cima do sofá.
Eu - Tenho que voltar pra casa.
Pedro - Não nesse estado.
Estávamos completamente bêbados.
Eu - Não posso deixar o Paulo sozinho com as crianças.
Pedro - Deixa quieto, amigo. Avisei ele que você só vai voltar amanhã.
Eu - Não posso fazer isso com ele.
Tentei levantar, mas logo caí de volta no sofá por causa da tontura.
Eu - Por que todo está girando?
Pedro - Isso é o resultado de quatro garrafas de vinho.
Eu - Não acredito que você fez isso comigo.
Pedro - Te forcei a beber?
Eu - Cala boca!
Caímos na gargalhada por longos minutos.
Eu - Fazia muito tempo que não bebia assim.
Pedro - O que mais deixou de fazer ultimamente?
Eu - Sexo!
Pedro - Como assim?
Eu - O Ricardo viaja quase toda semana e eu sempre estou cansado, não temos tempo.
Pedro - Isso não pode acontecer, Luca. Vocês tem que ter um momento juntos, transar até o dia amanhecer, virar dias transando sem sair do quarto.
Eu - Só você mesmo, Pedro. Estou com saudade do Ricardo.
O choro foi inevitável ao lembrar da falta que ele me fazia.
Eu - Nunca imaginei a gente nessa situação, sempre fomos tão contra a rotina. Adorava quando ele me surpreendia, ás vezes com coisas bem simples como um bombom ou quando chegava com aquele tesão e transávamos onde ele me encontrava. Agora mal nos beijamos.
Pedro - Para de chorar agora. Não tenho paciência com bêbado chorão.
Eu - Cala a boca! Você que me trouxe e agora vai ter que aguentar.
Pedro - Então vou buscar outra garrafa.
E lá se foram mais duas garrafas de vinho regando meu lamento, que entrou madrugada a dentro.
Acordei com o cheiro de café e quando abri os olhos o Pedro estava sentado ao meu lado segurando uma xícara. Senti os efeitos da bebedeira quando sentei e a dor monumental se abateu sobre minha cabeça.