Obrigado por me ouvir

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A noite o Pedro me ligou e contou como havia sido o encontro com o Paulo. A princípio agiram como se nada tivesse acontecido, quando deram conta já estavam na cama. Eu ria alto com a narração do acontecido. Eles entraram num acordo de não tocar no assunto por enquanto, iriam aproveitar o momento. Depois que desliguei o telefone fui atrás do Ricardo, o encontrei assistindo futebol na sala. Sentei ao seu lado e coloquei suas pernas sobre o meu colo, iniciei uma leve massagem em seus pés.

Ricardo - Que delícia, amor. 

Eu - Você deve estar cansado. 

Ricardo - Até que não. 

Eu - Não estou falando do cansaço de hoje, falo pelo que passamos. 

Ricardo - Falou bem, passamos, isso já não faz parte das nossas vidas.

Eu - Eu sei, Rick. Só que não consigo deixar de pensar no sacrifício que fez por mim. 

Ele desligou a TV e voltou a atenção para mim. 

Ricardo - Quando se ama nada que é feito é um sacrifício. Não vou mentir e dizer que foi fácil, não foi mesmo. Para mim foi algo natural cuidar de você. 

Eu - Você não existe. 

Ricardo - Existo e te amo loucamente. Faço tudo de novo se for preciso. 

Eu - Vou ser eternamente grato. 

Ricardo – Pague me amando por toda vida. 

Eu - Eu me apaixono cada dia mais por você, Ricardo. 

Com o semblante emocionado ele me puxou para o seu colo e com os olhos fixos nos meus me beijou. Após aquele beijo apaixonado o acompanhei no futebol, mesmo não curtindo muito o esporte. Estava sendo maravilhoso ficar ali nos braços do Ricardo, mas mesmo assim ainda tinha algo que me incomodava. 

Eu - Amor, como está nossa situação financeira? 

Ricardo - Não muito boa, temos dinheiro só para passar esse mês. 

Eu - Vou voltar a trabalhar então. Meu emprego ainda está garantido na empresa do seu pai. 

Ricardo - De jeito nenhum. 

Eu - Por que não?

Ricardo - Você ainda não tem liberação para voltar a trabalhar. 

Eu - Mas nós precisamos, amor. 

Ricardo - Vou dar o meu jeito. Sempre fui o provedor desta casa. 

Eu - Oi? 

Ricardo - É minha obrigação te sustentar, amor. 

Eu - Se está pensando que vou ficar em casa e largar minha vida profissional para alimentar seu ego, você está redondamente enganado. 

Ricardo - Sou o macho alfa desta casa e você tem que me obedecer. Vai ficar em casa cuidando dos nossos filhos. 

Eu - Você bebeu, Ricardo?

Ele caiu na gargalhada e eu me mantive sério. 

Ricardo - Mas é marrento mesmo. 

Eu - Não sou marrento. 

Ricardo - É sim! 

Levantei do seu colo e fui para o quarto, logo ele apareceu e ficou me olhando.

Ricardo - Falando sério agora. Você ainda não pode passar por situações de stress, Luca. Não se preocupe com dinheiro. No começo da semana vou atrás de emprego. 

O amor nos escolheuOnde histórias criam vida. Descubra agora