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Garimpeira da beleza
Te achei na beira de você me achar
Me agarra na cintura
Me segura e jura que não vai soltar

Música: Eu que não sei quase nada do mar

Composição: Ana Carolina de Souza / Jorge Luiz Sant'anna Vercillo

     Fiquei estática por alguns segundos. Primeiro para ter condições de processar cada pedacinho do meu corpo que encostava no dela, segundo para dar espaço para que ela se afastasse, caso quisesse. Ela soltou a mão que ainda segurava a minha e a levou para meu quadril, me puxando. Me posicionei na frente dela e a pressionei contra o carro no momento em que abri a boca e aprofundei o beijo. Quase tive uma síncope quando senti nossas línguas se tocarem. Enquanto as mãos dela pressionavam minha cintura levei minhas duas mãos até a cabeça dela, deixando uma em sua mandíbula e a outra subi pelo pescoço dela até infiltrá-la dentre seus cabelos. Chupei seu lábio superior e em seguida encontrei a língua dela com a minha novamente. Ela chupou minha língua e continuamos nesse ritmo por alguns minutos. Puxei seu cabelo com um pouco mais de intensidade e o ato parece ter a trazido de volta para realidade, fazendo-a dar-se conta do que estava acontecendo. Ela usou as mãos que estavam em meu quadril para me afastar abruptamente.

- Waverly!? Eu sou casada!

- Nicole eu... desculpa, eu achei. Eu entendi tudo errado. Desculpa. Eu. Não vai acontecer novamente.

     Ela me olhava completamente perdida. A ouvi respirar alto.

- Só.. só fica longe, tá legal? - Ela diz se afastando ainda mais, em busca de uma distância segura. Ela olhou ao redor e virou, indo em direção ao bar e me deixando ali.

     Sinceramente? Era melhor que ela tivesse me dado logo um tapa. Eu posso até ter lido os sinais de forma errada, mas não a obriguei a corresponder ao meu beijo. Essa destruição repentina do sonho de segundos que eu tava vivendo me irritou.

- Eu passei diversos dos meus dias imaginando quem seria a Nicole de hoje. - Falei um pouco mais alto para que ela escutasse. - Uma covarde nunca passou pela minha cabeça.

     Ela parou de andar quando falei a palavra covarde e a vi cerrando os punhos.

- Talvez eu tenha aprendido com você.

     Ela atirou essas palavras sem olhar para trás e conseguiu me acertar em cheio.

- O que você queria que eu tivesse feito?

- Me escutado, no mínimo. - Dessa vez ela virou para me olhar e falou enquanto se aproximava. - Eu posso até ser covarde, mas nunca, NUNCA, deixei quem amo pra trás, sem notícias por 10 anos. DEZ anos Waverly.

- Você casou, Nicole.

- Você me deixou, Waverly.

- Eu teria voltado, mas você nunca sequer me ligou. - Digo exaltada.

- Você me mandou te esquecer! - Ela disse, suficientemente perto de forma que pude enxergar lágrimas se formando.

- Você é idiota!

- Não, Waverly, VOCÊ é idiota!

     Ela disse e eu chego ao meu limite. Agarro a gola de sua camisa com uma das minhas mãos e a puxo para perto, a beijando em seguida. As mãos dela vão imediatamente para minha cintura, onde ela segura com força, me empurrando contra o carro em que eu a pressionava minutos atrás. Sinto as mãos dela subirem e descerem de forma nada delicada pela lateral do meu corpo, entre meu quadril e um pouco abaixo do meu ombro, na lateral dos meus seios. Aperto o bíceps dela com uma das minhas mãos e com a outra subo arranhando toda extensão do braço dela até os cabelos, onde agarro com certa força. Eu decidi que daria o melhor beijo que ela já experienciou em toda a vida, queria que ela terminasse o beijo com o celular na mão, discando o número do advogado para dar entrada nos papeis de divórcio.

Metade de mimOnde histórias criam vida. Descubra agora