Prólogo

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Lágrimas... o que posso dizer sobre essa simples palavra, sabia que ela era substantivo feminino, que continha oito letras, um modo de expressar emoções sendo elas feliz, triste ou raivosa, algo comum para humanos mas não para mim.

Quando se tem um dom que torna possível transformar suas lágrimas em diamantes ou pérolas, elas não se tornam mais sua lágrimas, e sim a incapacidade de mostrar emoções em público. Aprendi isso da pior maneira que se possa imaginar, o que é ruim quando se é uma criança e chorar era algo natural.

Quando pequena eu odiava isso, odiava não poder mostrar emoções, não poderia rir, os olhos enchiam de lágrimas, estava fora de cogitação sorrir, não poderia bocejar, gritar ou me irritar, tinha a grande tendência a chorar quando me irritava. Minha versão infantil não entendia que teria que agir como uma boneca sem emoções, ela chorava por tudo.

Não mais... Minha versão adulta compredia que a males que se pode utilizar, no meu caso eu era a merda de meu próprio banco ambulante. Uma das mulher mais poderosas e influente que você poderia ter o prazer de conhecer.

Quando pequena descobrir que não poderia me machucar, claro que isso era algo que minha mãe falaria mesmo se não tivesse tal dom, ela sempre gritava "uma dama não pode ter cicatrizes, isso vai arruinar o casamento" algo natural na época em que nasci.

Meu primeiro ferimento aconteceu quando tinha cinco anos, meus planos de subir em uma árvore não saiu como planejado, tendo como resultado um braço quebrado e muitas joias de brinde, foi um choque para as empregadas que me encontraram sangrando no meio do bosque. Depois disso fui proibida de sair e todas as empregadas que presenciaram a sena foram mortas no dia seguinte. Teria uma guerra se descobrissem que a princesa d'Rubina poderia criar joias do nada.

Os piores anos de minha vida, não era mais a minha vida e sim a independência do reino, meu pai usava meu talento para bens próprios. Nunca fiquei tão aliviada ao ver a destruição de seu reinado meu irmão fez um bom trabalho arrancando a cabeça se nosso pai.

Com o tempo descobrir que não podia envelhecer, eu era como uma joia, mantendo sua aparecia mesmo com o passar dos anos, ou os danos causados. Mesmo que não querendo.

Fraca, era assim que me sentia durante quinhentos anos, odiava minha vida mas era covarde de mais para acabar com ela com minhas próprias mãos. Não tive escolha a não ser viver esperando o dia em que poderia em fim acabar com tudo.

O mais irônico de tudo isso era o fato que nunca tive meu período, o que me deixava aliviada... Não conseguia imaginar uma imagem bonita ao ter joias saindo desse lado...
[...]

Analiso o bar em que me encontrava, não sabia o que tinha na cabeça ao parar em um bar a beira da estrada. Suspiro derrotada entrando na merda do bar caçando com os olhos um lugar vago logo encontrando em um canto no final do estabelecimento e ao lado do balcão.

Ando em passos calmos até meu destino ouvindo o ofegar dos bêbados no local, era sempre assim quando alguém me olhava com o passar dos anos isso se tornou algo normal, não demora para um atendente parar ao meu lado me olhando nervosamente.

- O que vai querer Senhora? - Fala enxugando a mão nas calças de lavagem escura, ele aparentava ter dezenove anos, olhos e cabelos escuros algumas sardas espalhadas pelo rosto.

- Um Whisky - respondo calmante não me importando com os olhares que eram dirigidos a minha mesa.

- Um segundo - fala embolado quase correndo em direção ao balcão. Tinha esse efeito nas pessoas, ao mesmo tempo que as fascinava as incomodava pela minha aparência peculiar, palavras de um velho amigo.

Não demora para o conteúdo ser depositado em minha frente, bebo enpaquito minha atenção e puxada para o loiro que se senta em minha frente, o analiso com calma, ele exalava perigo, porém era bonito o que te fazia passar por cima do aviso e simplesmente querer explorar todos os seus segredos.

Loiro sujo, olhos azuis ou verdes não tinha certeza, um sorriso irônico brincava em seus lábios, ele era bonito e sabia disso, usando isso a seu favor. As vezes era bom ter passado tanto tempo sem poder demostrar emoções, era uma habilidade bem usada em momentos como esse.

- O que deseja? - falo baixo porém alto o suficiente para ele ouvir claramente, minha voz não demonstrava emoções, vazia e cortante.

- Estou intrigado, o que uma bela dama faz sozinha em um local como esse? - Fala mostrando seu sotaque britânico.

- e uma bela dama não poderia sentar em um bar e apreciar sua bebida sozinha? - Questiono o encarnado fixamente, meus instintos gritavam para eu sair o mais rápido possível de perto dele.

- Claro que pode Love, mas se torna melhor quando se disfruta em companhia - se inclina sobre a mesa me olhado fixamente, ele me olhava como uma presa já pronta pro abate.

- Que pena, já estou de saída - Me levando deixando o dinheiro em baixo de meu copo, se tem uma coisa que aprendi em séculos de vida era nunca ignorar meus instintos.

Sigo em direção a saída, eu só precisava chegar ao meu carro, uma vez dentro eu me sentiria tranquila mesmo sabendo que ele poderia causar um acidente se quisesse, passo minha mão sobre minha perna sentindo minha arma ali, ela seria muito bem usada.

Me sentia sendo observada sabia que era ele, estava quese no carro quando me sinto ser prensada no mesmo, nunca vi um vampiro tão rápido. Puxo minha arma atirando em seu peito o vendo arregalar os olhos, agradeço a ela ser silenciosa ele nem mesmo notou até o último minuto.

Me viro tentando entrar no carro, ele ficaria desacordado por alguns minutos, tempo o suficiente para sair, era isso que achava, o filho da mãe me agarrou jogando minha arma no chão, ele estava com raiva suas veias estavam visíveis mas elas eram diferentes das que eu conhecia.

Sinto suas presas em meu pescoço, tive que me segurar para não gritar, no meio minuto que seus dentes então em contato com minha pele começa a se engasgar. Foi impossível não rir vendo o loirinho cuspir joias, elas eram pequenas, alguns rubis, jades, ametistas entre outras. Poderia abrir a porta do carro e sair mas não fiz sua mão ainda estava em meu pulso.

- Mais que merda! - Ele grita me olhado sem acreditar no que estava vendo. - Sua bruxa!

- Oh, aceito qual quer palavra de desaforo menos Bruxa, aquelas baratas - falo passando para ele um lencinho. - Pode me largar agora?

- Por que faria isso?

- Porque descobriu que não pode beber meu sangue? - O questiono como se isso fosse óbvio.

- Você não tem amor a sua vida - Devolve me olhado mortalmente, acho que ele não está acostumado que falem assim com ele, só o que me faltava cruzar a linha com um vampiro tirado.

- Ter eu tenho, mas se você não sabe eu sou humana e você acabou que deslocar meu pulso - aponto para onde seus dedos se encontravam.

- Humana que pode criar joias com o sangue... - Não espero ele continuar, passo minha mão livre por baixo de meu vestido segurando o que queria, giro a adaga em meus dedos logo enfiando a lâmina em seu coração, ele me olha em choque antes de cair no chão inconsciente, era notório que ele estava resistindo contra a adaga.

Bom.. era só o que me faltava, perdi uma arma e uma adaga para um vampiro que tinha certeza que me causará problemas, acho que seria melhor sair do país, estava querendo ir para Roma mesmo.
Talvez deveria ir atrás de uma nova adaga, ela era realmente útil, me ajudou muito ao longo dos anos...

Roma aí vou eu!

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