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Não revisado...


Observo a lareira acesa, as chamas dançavam em uma dança hipnotizante, nunca fui muito fã de fogo, porém não podia negar que ela era bela. Hoje era um dia de chuva eu quase me arriscava a dizer que o céu estava desabando, porém seria muito simples ao descrever  tamanha fúria.

Nunca fui fã de tempestades, mas o tempo me ajudou a suportar, eu quase poderia dizer que o barulho me agradava até certo ponto, mesmo não querendo ela sempre me trazia memórias desagradáveis. Aprendi que com um copo de chocolate quente tudo se tornava suportável, era quase uma chocolatra e qual quer pessoa que passasse mais de duas horas comigo descobriria sobre o meu breve vício, o que poderia dizer era a melhor coisa já inventada, claro que depois do chuveiro elétrico, o celular e sutiã, mesmo que minha relação com o sutiã  seja de amor e ódio.

Imposivel não soltar um pequeno gemido ao sentir a textura do chocolate quente em contato com minha língua, era absolutamente perfeito, me aconchego mais em minhas cobertas puxando um livro que repousava ao meu lado no carpete branco fofinho.
Se estivesse em meu tempo e alguém me visse sentada no chão em frente a lareira, com certeza estaria em sérios problemas, para o ver de muitas pessoas um princesa não poderia está em tal posição, isso iria totalmente contra a etiqueta da família real.

Minha atenção e puxada para um de meus livros favoritos Orgulho e preconceito, eu amava Elizabeth e digo com todas as letras que ela estava certíssima em negar o casamento com Sr Darcy, ele precisava de seu choque de realidade. Suspiro ao notar que o chocolate havia acabado, teria que buscar mais na cozinha e só em pensar em levantar tirou totalmente meu ânimo, devo trazer uma garrafa térmica cheia de chocolate quente para evitar isso da próxima vez.

Minha caminhada até a cozinha foi interrompida por passos pesados e cheiro de sangue, uma coisa que tinha adquirido com o tempo foi os sentidos sensíveis, não era como os de um vampiro porém dava pro gasto. Solto palavrões em vários idiomas quando me dou conta de quem era o cheiro, mudo meu caminho seguindo em direção a sacada.

— O que aconteceu com você?! — me seguro para não gritar com o híbrido sentando em baixo da chuva, tinha certeza que ele estava em Nova Orleans  até algumas horas atrás.

— Bruxas... — É tudo o que ele fala, suspiro derrotada sabendo que irei me molhar por causa de uma mula chama Klaus Mikaelson.

— Eu te odeio — Falo me abaixando passando um braço pelo seu corpo o puxando comigo, estava totalmente encharcada, sentia o tecido se meu pijama quentinho grudar em minha pele como cola, o choque térmico do quente com o frio não foi agradável.

— Quem não. — ele fala baixo seria impossível escutar se não estivesse colada nele, nesse momento me dou conta que ele está mal, o Klaus que eu conheci esses meses nunca falaria sem sarcasmo ou deboche  mesmo estando ferido.

Sabia que tínhamos deixado um rastro de água por onde passávamos, sobraria para mim limpar, a faxineira só vinha uma vez por mês, odiava ter alguém na minha casa por muito tempo, isso incluía uma faxineira todos os dias. Solto Klaus em frente a lareira antes de correr quase caindo até meu quarto atrás de toalhas, cobertas e muda de roupa seca.

Jogo minha roupa molhada na pia, iria colocá-la para lavar em breve, opito por colocar um casaco moletom preto maior que o meu corpo e meias longas junto a um conjunto de roupa íntima.
Equilíbrio a toalha e coberta e lenço umedecido nas mãos antes de descer as escadas com o máximo de cuidado possível, não  queria quebrar um osso.

Klaus não se moveu um dedo e isso era preocupante, o seu normal já estaria com um copo de bebida em mãos enquanto andava pela sala, esse era mesmos o híbrido abusado?

— Tire a roupa, ela está encharcada — mando deixando tudo o que trouxe no chão, ele não se moveu ou até mesmo soltou uma de sua piadas. — Você está me deixando assustada! — falo tentando não surtar com a versão calada do híbrido.

Espero alguns segundos mas ele não fez nada, já sem paciência me coloco de joelhos ao seu lado puxando seu sobretudo, logo a camiseta preta ele não disse se quer uma palavra, suspiro cogitando deixar ele com as pesar faltante ele não ficaria doente mesmo...
Me bato mentalmente por não conseguir ignorar o bendito Híbrido.

Ando em direção a cozinha caçando uma tesoura, chocolate quente e sangue, porém o sangue estava faltando fazia dois meses que o híbrido tinha ido para Nova Orleans, não tinha sangue aqui.  Poderia ser o meu porém teria que me concentrar bastante para conseguir deixar meu sangue normal, usava isso uma vez que me machucava em público, como na vez que um homem me deu uma facada em um evento de arrecadação em 1984, ter uma mulher a frente do evento não o agradou.

Seguro uma faca me concentrando em meu sangue, a ardência me incomodou no início, suspiro feliz ao ver o copo cheio. Pego tudo o que precisava andando em passos cauteloso até a lareira meus braços estavam cheio, sorrio satisfeita ao sentir o corte se cicatrizar.

Me abaixo mais uma vez ao lado do híbrido largando tudo no chão mais  uma vez, corto sua calça e roupa íntima  não seria a primeira vez que o veria sem nada, ele não se incomodava em esconder sua nudez uma  vez que se transformava em lobo. Quando totalmente sem nada uso a toalha para secar seu corpo e cabelo húmido, usando o lenço umedecido para limpar o sangue de sua pele e cabelos, jogando o edredom em sua figura uma vez que terminada.

—  Aqui bêbada vai te fazer bem — falo baixo entregando meu sangue, fico aliviada ao ver que ele agarrou o copo. — Está melhor agora? — pergunto me sentado ao seu lado com cuidado.

— ... — ele não me responde, somente um aceno de cabeça.

Demora para entender o que ele tinha, eu achava que Klaus não estava querendo conversar, porém entendi que ele estava se afogando a muito tempo, contendo seus problemas mais do que poderia lidar, ele me lembrava a minha versão mais jovem e o quanto eu precisava de alguém para simplesmente me ouvir gritar, guardava tanto as minhas lágrimas que estava me afogando nelas...

Me coloco de joelhos puxando o loiro para meus braços o abraçado com força, ele tentou se separar mais era visível que ele não queria, Klaus poderia me afastar sem usar sequer sua força, mas ele não queria.
Passo uma de minhas mãos sobre seua cabelos em um cafuné enquanto a outra estava em suas contas ele só precisava chorar, colocar tudo para fora sem se sentir está desmontando fraqueza.

E ele fez, não existia ruídos a não ser a lareira ao nosso lado e a grande tempestade do lado de fora, não poderia dizer se ele chorava já que a grande tormenta quase me deixava surda, porém seus ombros tremiam e eu sabia que não era de frio, suas mãos agarraram meu casaco com força como se fosse o pilar para não se afogar, quando me cansei me deitei no carpete puxando ele comigo, em nem um momento ele tirou seu rosto de minha barriga talvez vergonha de me olhar nos olhos.

Durante o resto da noite minhas mãos vagaram sobre seus cabelos em uma forma de cafuné, talvez em algum mormente eu tenha cantado uma antiga canção de ninar ao qual tinha me lembrando em muito tempo, não poderia afirmar com todas as letras, a única coisa que enxergava era minha versão mais jovem e o quanto ansiava por ter alguém ao meu lado quando ainda não entendia nada, alguém para  erguer a mão me tirando de meu próprio afogamento.

— Vai ficar tudo bem... — sussurro tão baixo que tinha minhas dúvidas se ele poderia escutar. — Estou aqui agora... — O abraço mais ao meu corpo o puxando para cima — Não está mais sozinho Lobo mau — Beijo sua testa tirando os fios que caim sobre sua frente. 

Nunca mais...

Mais que Humana × K.MOnde histórias criam vida. Descubra agora