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Agitação e estresse, era assim como foi a entrevista com a imprensa eles tiveram a audácia de cogitar minha inocência, como se não tivesse poder e criatividade o suficiente para criar tal joias. Acho difícil existir alguém que conheça tanto sobre joias quanto eu, uma criadora de joias ambulante, criei minhas empresas do zero e vem um filhinho de papai que nunca teve dificuldade na vida se achando a última bolacha do pacote.

Tive que me segurar para não joga meu microfone na cara do filho da Put* Antônio me pagaria caro por isso, faria questão de levar ao chão as empresas Empire.

— Para onde senhora? — meu motorista me pergunta polidamente, vim dirigindo porém precisava de alguma para levar meu carro quando entrasse no jatinho.

— Ao jatinho — Respondo, tentando ao máximo não socar a primeira coisa que visse pela frente, acho que colocarei a cara de António em um alvo e atirar flechas em sua cara. Só em pensar nisso me deixa mais calma em minha mente imaginava várias senas de tortura.

Sei que sair do país depois do que ocorreu hoje seria como admitir derrota, porém estava dando tempo, daria uma semana para eles admitir o erro ao vivo em rede Nacional, isso séria doce, tão doce que me deu vontade de comer pão doce.

— Quil poderia parar na  pastry shop 23? Ou estamos em uma rota complicada? — pergunto, a pastry shop 23 era uma área de difícil acesso, se já estivermos em uma área mais a frente seria impossível ir.

— Não senhora, estamos duas quadras antes. — me responde mudando a faixa, sorrio feliz já podia imagina o gosto.

Quil foi compra o que pedi, poderia ir porém estava muito cheio, seria uma verdadeira confusão se o fizesse. Meu motorista faz uma chamada de vídeo perguntando qual eu queria, analiso a imagem com cuidado escolhendo tudo o que me chamou a atenção, não demora para ele sair da pastry shop com várias caixas em tons de rosa, verde e azul pastel.

— Obrigado Quil, a caixa azul é sua, me lembro que você comentou algo sobre suas filhas gosta deles — falo abrindo uma caixa rosa com o logo da loja, sendo agraciada com várias donalds fofinhos e cheirosos.

— Obrigado senhora Black — fala sorrindo feliz. — as meninas irão amar

Quil era um lobo o conheci quando estava em uma viajem, na verdade conheci sua filha mais velha, ela era uma gracinha tinha três anos na época. Estava perdida é a ajudei, acabei descobrindo que estava fugindo junto ao seu pai de uma provável caça, na época um híbrido estava caçando lobos e Quil tinha medo de algo acontecer com a pequena Ariel, irônico não? Já podemos até imaginar quem é o temido Híbrido.

Agora Ariel já é uma adulta casada e com filhos, Quil tem mais duas filhas uma de dez Amy e outra de três Eloise, conheço todas porém Eloise é minha pequena paixão, olhos castanhos claros, cabelos castanhos encaracolados parece uma boneca de tão fofa.

O tráfego não foi lento, cheguei que nem me dei conta, poderia enviar uma mensagem para Nik o avisando porém ele com certeza está ocupado, deixaria para fazer isso quando ele me ligasse o que sempre ocorre durante o período da manhã ou madrugada a diferença de horário do Brasil para Nova Orleans eram somente de duas horas se não estou enganada. 

Usei o tempo que tinha para arrancar o vestido apertado colocando uma camiseta que roubei do Híbrido, ele não notaria. Me aconchego na cama, não  era tão confortável quanto a minha porém era aceitável, meus planos era acordar somente quando chegar e assim o fiz. Agradeço a minha burguesa interior por compra um jatinho particular.

|Brasil, São Paulo 15h20|

Calor, não era tanto porém ainda fazia um certo calor confortável, nada muito diferente não saberia diferenciar mesmo. Fico satisfeita com a casa escolhida ela era totalmente de vidro me lembrava um pouco de meu apartamento.

Queria explorar, juro que queria porém estava com tanto sono que simplesmente me joguei na cama dormindo logo em seguida, sendo acordada com o barulho de meu telefone.

— Que merda... — Resmungo atendendo sem olhar quem era o infeliz, eram poucas as pessoas que tinham meu número.

É assim que atende seu noivo sunshine? Estou curioso como vai ser quando estivermos casado — O sotaque britânico de Niklaus se faz presente, sua risada me fez arrepiar quase como se ele estivesse aqui.

— Que horas são? — pergunto, as cortinas não me permitia saber.

Oito e meia Love — Fala. — Ainda está dormindo?, achei que estivesse resolvendo o poblema da empresa.

— Eu já resolvi, só é questão de tempo até ter o resultado — Resmungo olhando as horas no celular, me suspendendo por ele dar o horário do Brasil e não o de Nova Orleans — como você sabe?!

Achou mesmo que sairei do país sem eu saber? — eu quase podia imaginar seu sorriso debochado. — Estou te dando o tempo que deseja... Cristal eu sou um híbrido tenho super audição notei primeiro que você.

— Por que não me disse? — O filho da mãe sempre soube, fui idiota por não cogitar essa ideia, se Amanda conseguiu ouvir por que ele também não.

Queria saber como você reagiria, pensei que você me contaria quando chegasse porém você resolveu tirar férias — Sua voz pingava sarcasmo e deboche ele estava chateado. 

— Não era como se quisesse contar, só quero um tempo para mim mesma antes de assumir isso em voz alta. — esclareço olhando para minhas mãos, eu era covarde de mais para enfrentar isso de frente. — Sou covarde Nik...

Você sabe que não é, eu sei que você não é my light — Me tranquiliza. — Estou esperando sua chegada Love.  — foi tudo o que disse antes de desligar.

Sim, eu sou covarde, não consigo nem dizer uma simples palavras em voz alta, tenho medo que uma vez que diga meus sentimentos me derrubem, passei quinhentos anos amaldiçoado meu sangue, não quero o mesmo para ninguém, acho que no final eu só tenho medo dele ou dela me odiar.

Demorei quinhentos anos para me aceitar, entendi depois de muito tempo que muitas pessoas morreriam para ter a habilidade que tenho, mas eu não entendia isso, aprendi que todos os pros tem os contras. Tinha a merda da habilidade de criar joias com meu sangue e lágrimas, eu era fodidamente rica e dinheiro nunca seria minha preocupação, porém tive isso a um troco ele foi tão doloroso...

Me permito chorar, eu choro tanto que me sinto perder a consciência de tão cansado estive, não me importei com o choque que minha pele proporcionava pelo contato com as joias geladas em minha cama, não me importei com o barulho irritante que elas faziam ao cair da cama e rolar pelo chão do quarto, eu só queria liberar tudo o que estava sentindo, pelo medo futuro por algo que não sabia o que aconteceria, poderia eu amaldiçoar algo que ainda nem aconteceu?

Céus eu o amava sem nem mesmo o conhecer, meu medo não era por mim era por quem ainda estava por vir. Meu sangue, alguém com o meu sangue e maldição estava chegado e eu o amava tanto que doia.

Mais que Humana × K.MOnde histórias criam vida. Descubra agora