01. run

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Safira Point Of View

Alpine, 08 de novembro de 1896

Sabia que já era de manhã, tentei verificar por um antigo relógio de bolso que havia, mas naquela altura já estava tão velho que nem mais certeza tinha, acredito que carregava comigo apenas pelo sentimentalismo de herança.
Me levantei e caminhei até o pequeno lavabo ao lado de meu dormitório, ainda tinha um pouco de água, o suficiente para conseguir lavar meu rosto. Consegui me encarar por um momento, eu andava tão inquieta esses dias, acredito que era apenas minhas inseguranças tomando formas. As vezes questionava minhas atitudes, nem sempre fazer o necessário é fazer o certo, e o errado nem sempre é maldade.
Sei que não deveria ter me unido com esse grupo de caubóis selvagens, mas era isso ou vender a minha liberdade em um casamento arranjado.

Desci as escadas e cheguei até o hall da casa, não sei qual era a procedência dessa fazenda, se eles haviam tomado matando os antigos donos ou se já estava abandonada, mas de qualquer maneira o que estava feito já foi. Passei pelos homens aqui, estavam sentados fumando e jogando truco, não haviam tantos, no máximo uns cinco, mas conseguia sentir o olhar deles queimando sobre mim, me incomodava, mas afinal não poderiam fazer nada.
Peguei uma xícara e coloquei a cafeína, estava forte, um pouco a mais do ponto que gosto. Caminhei até a porta, que dividia a cozinha e a varanda, parei por um instante, segurando a xícara com as minhas duas mãos. Senti a leve brisa do campo enquanto fechava meus olhos e aproveitava o cheiro de café que inundava minhas narinas. Talvez hoje fosse melhor que ontem.
Mas por um instante, toda a calmaria foi embora, fiquei atordoada com os sons de tiros, mesmo depois de dois anos vivenciando isso ainda não havia me acostumado. Precisava raciocinar logo, eu tinha coragem o bastante para enfrentar quem estava nos assaltando, mas mesmo estando com minha arma, as balas estavam contadas e se eu corresse para a floresta, provavelmente me veriam atravessando os campos. Então, por impulso, segui furtivamente pela varanda que dava até para a entrada.

Os tiros haviam cessado.

Tentei dar uma olhada pela janela e apenas via uma figura vasculhando a casa, entre os corpos deitados no chão.
Fui pela porta e apontei a arma para o ser que estava virado para mim, apenas engatilhei e o barulho foi o suficiente para quem seja ter notado a minha presença. Ele colocou as mãos para cima e virou-se lentamente.

- A arma! - Gritei enquanto apontava mais ainda - Coloca no chão.

- Bem selvagem em? - Ele soltou um riso, como deboche, enquanto abaixava seu dorso lentamente largando da arma.

Antes que pudesse continuar, senti algo forte na cabeça, como se fosse uma pancada, cai no chão como instantâneo e a visão já estava bem turva. No fim, consegui ver umas três sombras olhando para mim.

- Espera... Essa não é aquela Blake? - Foi a última que ouvi até me acertarem na testa com o cano da escopeta, e como consequência eu apagar por completamente.

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Oii gente!
Agradeço pela atenção e por terem lido até aqui e não esqueçam de votar <3

All kisses,
Kharol

Wild East • h.sWhere stories live. Discover now