O Filho da Luz

Parte 17: Segredos?

— Eu não sei exatamente. Lembro de sentir algo estranho dentro de mim depois da morte do Ren, eu não lembro de nada depois dele morrer, só de acordar em casa.

— Talvez você tenha criado esse demônio com a culpa que sofreu com a morte dele? Até porque, alguns demônios surgem através de energias negativas. Isso explicaria a sua personalidade após aquele acontecimento.

— É um pensamento lógico, mas eu vou ter a certeza. Aguardem um pouco.

— Certo...?

— "Ei, você está aí?"

— "Estou, o que é?"

— "Eu e meus pais gostaríamos de saber de onde você veio, ou como surgiu. Se você conseguir me explicar, isso já mataria algumas das minhas suposições."

— "Certo. Eu sou um demônio criado pela Demon World, magia de Zalahar. Ele disse que eu nasci a partir de sentimentos negativos e positivos da guerra, o que me torna um demônio único. Eu saí em uma jornada em busca de um novo corpo, já que o meu antigo não suportava o meu poder. Eu fui raptado por seu avô, e ele me chamou para entrar no seu corpo."

— "O meu... avô?"

— "Sim. Ele queria que você se tornasse o assassino perfeito, e teria meu poder para alcançar isso. Mas, eu não quero isso. Eu absorvi seus sentimentos positivos, assim como algumas das suas motivações quando criança... isso me corrompeu."

— "Então era isso a história de herói? Isso também explica o porque de eu não me sentir bem"

— "Eu não consegui absorver seus sentimentos positivos quando você está do lado da garota elfa. Vocês possuem um tipo de conexão, as quais eu não posso nem tirar os sentimentos criados por essa conexão."

— "Entendo."

— Eh... Kyle? — indaga Ane.

— Bem, a história é meio grande. Então me ouçam.

          Kyle começa a contar tudo o que o demônio disse em sua cabeça. Ele deixa Ane chocada e Kane completamente em fúria. 

— Você... possui um demônio criado pelo Zalahar?! — pergunta Ane, chocada e chacoalhando Kyle pelos ombros.

— O seu avô... — diz fechando os punhos e erguendo uma gigantesca pressão mágica, fazendo Kyle sentir medo de seu pai.

— Tudo bem, Kyle. Nós podemos presumir que esse demônio esteja do nosso lado, mas não confie 100% nele. — fala Ane.

— Certo, mãe.

          Os pais de Kyle se acalmam um pouco, e fazem um carinho na cabeça do garoto, buscando acalmá-lo sobre os assuntos. Quando Ane sai pela porta, sente uma enorme dor em suas mãos, ao ponto de fazê-la gritar de dor.

— O que houve, amor?! 

— As minhas mãos... doem de mais!

— Mãe, se acalma, vamos chamar o Yas! — Kyle sai correndo do quarto para chamar Yas.

— Tá tudo bem, tá tud- — Kane olha as mãos se Ane, e para de falar.

— O que? Não, não, NÃO AGORA. POR FAVOR! — diz Ane, vendo suas mãos.

— Cheguei, rapaziada! O que houve? — exclama o professor.

          Ane fica com unhas verdes e grandes, em forma de garra. O cabelo dela aos poucos se torna branco, e aos poucos a audição de Ane vai sumindo. Yas faz surgir a Doutora Stone, e avalia o estado de Ane.