Entrei em casa rindo sozinha, tudo no nosso relacionamento era tão natural, estava implícito que nunca mais dormiríamos separados. Tomei um banho rápido e vesti um jeans desbotado e uma camiseta, arrumei a mesa com direito a acender as grossas velas que eu havia comprado, liguei a lareira a gás e o som, na mesma hora Here Whithout You, do 3 Doors Down começou a tocar e fui para a cozinha esquentar a comida.
Matt entrou com roupas na mão que colocou no encosto do sofá, estava com calça de abrigo e camiseta, e se aproximou sorrindo colocando as mãos na minha cintura e perguntou enquanto roçava os lábios pelo meu pescoço:
- O que a senhora está aprontando aqui?
- Tecnicamente ainda é feriado e teremos nossa comemoração particular – respondi enterrando minha mão em seus cabelos e procurando seus lábios.
Colocamos a comida na mesa e nos sentamos um ao lado do outro, comendo e rindo enquanto Matt contava histórias de sua infância. Tiramos a mesa juntos e depois da louça colocada na máquina, fomos para o quarto onde fizemos amor por um longo tempo e dormimos quando a madrugada já ia alta, Ele me abraçava como se tivesse medo que eu
fosse apenas um sonho e eu, por minha vez, gostava de observá-lo antes de pegar no sono e logo ao despertar, sempre agradecendo o fato de tê-lo ali. Amá-lo era fácil como respirar, não havia joguinhos, éramos francos e transparentes um com o outro, eu amava o modo como me sentia ao seu lado. Em pouco tempo ele havia conquistado minha confiança e com seu jeito franco, me entreguei ao que sentia por ele sem reservas.
Os dias passaram muito rápidos, eu estava em época de provas e não me empenhava como deveria, apesar de me sair bem, estudar não era mais minha prioridade. As aulas iriam até o dia 22 de Dezembro e depois deveríamos ter um pequeno recesso de 10 dias até a volta às aulas. Eu tirei o mesmo tempo de férias no The Toasted Frog, o bom de trabalhar por dia era poder ter certa liberdade de horário.
No segundo dia de aula precisei da ajuda de Thomas para as compras de Natal, afinal eu tinha três semanas para a árdua tarefa de comprar presentes para Matt e sua família. Começamos pelo mais fácil, comprei camisetas polo para cada um dos cunhados em uma grande loja de departamentos no shopping, para as meninas um conjunto onde elas mesmas poderiam criar os seus quebra-cabeças. Para as irmãs de Matt comprei delicadas tornozeleiras banhadas a ouro com diferentes pingentes. Como estávamos cansados depois de tanta volta, resolvemos apenas comer um hambúrguer e deixar o mais difícil para outro dia.
Matt andava meio estranho depois que voltamos de Bismarck, ele continuava carinhoso e atencioso, mas estava mais fechado, retraído.
- Matt tem alguma coisa errada? - perguntei um dia quando meus nervos já estavam à flor da pele.
- Não baby, está tudo bem
- Promete que se tiver alguma coisa errada vai me falar?
- Cath, confia em mim, está tudo bem – disse olhando nos meus olhos.
Eu não tinha motivos para desconfiar de nada, apenas medo de que Matt não me amasse, mas eu confiava nele, então resolvi deixar pra lá.
