Capítulo nove

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Terminei a segunda questão quando meu celular tocou uma antiga música de Evanescence, que anunciava que eu tinha uma nova mensagem de texto. Era Matt perguntando se eu estava bem, respondi que sim e pedi desculpas por ter saído tão abruptamente do carro. Assim que enviei a resposta, outra mensagem chegou. “Foi algo que eu fiz?” Meu coração ficou apertado, ele não merecia isso, ele não tinha que ser punido pelo crime de outro.

Sem aguentar mais, joguei uma manta por cima do pijama, bati a porta e corri em direção aos arbustos que dividiam as propriedades, procurando a pequena brecha por onde atravessávamos. Subi as escadas correndo e toquei a campainha me esforçando para recuperar o fôlego. Matt abriu a porta apenas com uma calça de moletom, estava descalço e sem camisa, seus olhos estavam tristes e sombrios. Eu fui tão impulsiva que nem tinha pensado no que fazer quando o visse e por um momento apenas nos olhamos. Então ele abriu os braços e eu simplesmente corri para dentro do seu abraço.

Abracei Matt e ficamos nós dois dentro da minha manta, o corpo dele era tão quente, tão protetor, eu sempre me sentia segura ao seu lado. Ele fechou a porta e me puxou pela mão até seu quarto. A única luz era a do abajur e a voz suave de Josh Groban pairava no ar. Ele tirou a manta das minhas costas, me abraçou e começamos a dançar, sua pele pegava fogo sob meus dedos. Eu não queria que aquele momento terminasse nunca, ele começou a beijar meu pescoço, suas mãos deslizaram pela frente do meu pijama, onde desabotoou os botões, quando nossos corpos nus se encontraram quase perdi o fôlego. Em seguida, lentamente Matt tirou a calça do meu pijama e depois a sua, e lá estávamos nós dançando James Blunt só de roupa íntima. Ele agarrou meus cabelos e puxou para trás, obrigando-me a olhar para cima e encontrar seus olhos, sua boca desceu sobre a minha implacável, ao mesmo tempo doce e exigente. Soltou os ganchos do meu sutiã e a sensação de ter os seios esmagados contra seu peito duro era avassaladora. Desci minhas mãos desde seu pescoço, passando por seu peito musculoso, seu abdômen cheio de pequenos gomos. Apenas duas finas peças de roupa nos cobriam e minhas mãos não cansavam de explorar a pele firme, quente e musculosa de Matt. Suas mãos também não me deixavam por um minuto sequer, enquanto a sequência de músicas românticas tocava, ele me puxou ainda mais perto e quando senti o volume do desejo dele, não consegui reprimir um gemido abafado pelos seus beijos incessantes.

Finalmente, Matt me pegou colo e me levou para cama e por um milésimo de segundo deixei o medo me dominar, como se sentisse minha hesitação ele sussurrou em meu ouvido:

- Eu posso parar se você quiser baby.

E eu sabia que era verdade, que se eu quisesse parar naquele momento, ele respeitaria minha decisão e sabendo disso, todas as minhas reservas foram por água abaixo, nem precisei dizer nada, segurei seu rosto com as mãos e puxei sua boca de encontro a minha.

Abri os olhos e da janela vinha uma claridade embaçada. Matt estava com a cabeça no meu peito, um braço descansava ao lado do corpo e a outra mão pousava possessivamente em meu seio esquerdo. Meu corpo estava dolorido e saciado, passei os braços em volta do seu corpo e adormeci novamente. Acordei com Matt sussurrando meu nome e passando as mãos pelos meus cabelos, quando abri os olhos ele disse:

- Venha ver uma coisa baby. Ele envolveu meu corpo nu com minha manta e me puxou pela mão até a sala. Um pequeno sofá ficava em frente a uma imensa janela de vidro e pude ver a tempestade de neve que cobria a paisagem de branco. Sentei no sofá, enquanto Matt se afastava em direção a cozinha, voltando a seguir com duas canecas enormes de chocolate quente e marshmallow. Matt sentou-se ao meu lado e passou um braço em volta do meu corpo e ficamos em silêncio, olhando a tempestade que caia silenciosa incessante. Depois que terminei meu chocolate, coloquei minha xícara na mesa de centro e deitei minha cabeça no seu peito , ele me abraçou e suspirou.

- Matt? - Perguntei

- Hum?

- Isso é tão gostoso.

- Isso o que baby?

- Tudo. Nós dois, o silêncio, a neve.

- Cath? Se eu falar uma coisa, promete não se assustar?

- Não Matt. Prometo que não vou – minha voz trêmula de medo.

- Eu estou apaixonado por você.

Levantei minha cabeça e olhei para ele. Pude ver em seus olhos a ansiedade e respondi:

- Não vou me assustar porque também estou apaixonada por você baby.

Não sei se foi a declaração ou o apelido carinhoso que eu usava pela primeira vez, o fato é que Matt abriu o sorriso mais lindo que eu vira desde então, me pegou no colo me girando até ambos cairmos na gargalhada e me levou para o quarto novamente.

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