O Fim

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Gabriel On

Nós dormimos agarrados cercados de um enorme edredom fofinho. Eu acordo com a luz do sol entrando pela janela e me levanto pra fechar as cortinas. Manuela se remexe na cama meio desconfortável por conta da barriga. Eu olho pro berço portátil e não encontro Clara. Saio do quarto vestindo uma blusa e admiro o mar da imensa janela no corredor. Quando piso na escada meu coração para ao ver o irmão de Bernardo dando mamadeira pra Clara no sofá. Érika está amarrada com um lenço na boca me olhando desesperada. Eu fico sem reação.

- Não vá gritar ou vai acordar seu bebê- Maurício fala sem olhar pra mim - Desce logo, acho que precisamos ter um longa conversa - diz e eu desço observando se a mais alguém. Só a esse filha da puta.

- Larga a minha filha seu verme nojento - me aproximo rápido e ele mira uma arma em mim enquanto continua a segurar minha filha em seu braço esquerdo

- Nós temos que acertar nossas contas Gabriel! Afinal, você matou meu irmão - Ele me olha de um jeito macabro - Senta - Ele range os dentes

- Ele sequestrou minha mulher porra - Falo baixo e ao mesmo tempo desesperado sentando na poltrona em sua frente. Manuella não pode acordar.

- Eu sei! - Ele encara Clara - Me de bons motivos pra não atirar nessa cabecinha pequena - diz enquanto o desespero toma conta da minha alma

- Me mata! Por favor, fui eu que matei seu irmão, ela não tem nada a ver com isso - engulo seco - Ela e minha mulher não tem nada haver com isso merda! - Me exalto um pouco

- Cala a boca seu miserável - Ele fala alto e fecho os olhos. Ela vai acordar. Manuela tem o sono leve.

- Por favor, me mata! Me mata, acaba com essa vingança de uma vez - Peço quando meu coração dispara

- Gabriel! - Manuella chama no andar de cima e sinto meus olhos lacrimejarem

- Ora ora, acho que teremos mais uma convidada pro nosso papo - Maurício diz e logo escuto barulhos de passos

- Amor! - Ela chama novamente. Sinto seu olhar e escutou sua respiração desregulada

- Caralho, não me lembro de você grávida no cativeiro - Maurício diz olhando sua barriga e eu me levanto pra ir até ela - Não não, sentado aí - Fala apontando com a arma em minha direção

- Larga a minha filha - Manuela rosna parecendo uma onça

- Ou o que? Hm? Você não vai fazer nada sua vagabunda - Fala e eu tenho bolar um plano, merda

- Por favor Maurício! Elas não tem nada a ver com isso, me mata porra! Anda - Grito e ele se levanta deixando Clara meio jogada no sofá. Logo ela começa a chorar atraindo o choro de Manuela também.

- Vamos lá, não seja covarde que nem o seu irmão, ME MATA - Berro fazendo Manuela se encolher

- Gabriel - Ela chora desesperada olhando pra Clara enquanto sua mão está firme sobre nosso bebê em sua barriga

- Cala a boca puta, devia ter te matado quando tive a chance - Ele mira a arma pra Manuela e por impulso eu pulo sobre ele. Caímos sobre a mesa de centro que se quebra em mil pedaços. Um disparo invade meus ouvidos me deixando meio surto. Eu subo em cima dele disparando socos em sua cara. Empurro a arma pra longe enquanto minha mulher pega Clara e ajuda Érika a se levantar. As duas correm pra cozinha quando levo um soco na cara do desgraçado.

- Eu vou matar você - Ele rosna enquanto rolamos no chão

Sou pego em um golpe e logo estou por baixo sendo sufocado. Tento tirar forças do além mais não consigo. Talvez esse seja o ponto final na minha história. Estou perdendo a consciência vendo o sorriso do desgraçado quando vejo seu sorriso se desmanchar e sangue começar a sair da sua boca. Ele cai ao meu lado e consigo enxergar Manuela em choque com uma faca ensanguentada na mão. Eu tomo um fôlego imenso e cambaleio pra tentar me levantar. O grito de minha mulher me faz perder o chão.

A nova moradora do morro Onde histórias criam vida. Descubra agora