Capítulo 1: No qual ele trama

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Draco Malfoy estava nervoso.

A sensação desconhecida o atingiu como uma tonelada de tijolos, uma vez que ele localizou o que exatamente era. Claro, isso se devia inteiramente ao fato de que ele raramente se sentia assim. Este território desconhecido o deixou desconfortável — ele percebeu que não tinha certeza de como navegá-lo. Ele podia sentir o gosto da insegurança vazando no sangue que vinha do constante roer de sua bochecha. Ele não conseguia descobrir o que havia de tão terrivelmente errado para que sua vida chegasse a esse ponto.

Ele sabia que precisava se concentrar, se centrar. Ele fechou os olhos, respirando, deixando-se afundar lentamente em sua meditação. Parecia um tanto trivial, mas isso o ajudou imensamente com sua Oclumência. Isso era algo que Severo insistiu que era imperativo que ele dominasse, com o Lorde das Trevas morando em sua casa e tudo.

O tom de seus pensamentos era amargo para combinar com o sabor que revestiu levemente sua língua enquanto ele continuava a abordar sua bochecha. Mais do que tudo, Draco ansiava por ter controle de volta, mas a espiral constante em que ele estava preso nunca pareceu ceder. Ele diminuiu o movimento do lado direito e mudou para começar do lado esquerdo. Ele suspirou internamente ao sentir o início de um novo mau hábito se formando. Certo, ele pensou sarcasticamente, como se precisasse de outro daqueles.

Todo mundo tinha seu próprio tipo de ritual quando se tratava de Oclumência. Para Draco, ele se imaginou deitado de costas em um campo vazio, enquanto olhava para o céu noturno perfeitamente sem nuvens. Ele ficava lá enquanto nomeava tantas constelações quanto podia e enterrava suas memórias nas conexões entre as estrelas que se formavam acima dele. Ele descobriu que havia algo simbólico sobre como sua mente processava isso — afinal, ele recebeu o nome de uma constelação. Círculo completo e tudo isso.

A desvantagem ocasional, se é que se podia chamar assim, era que era uma tarefa fácil demais para se envolver — e foi por isso que ele deu um pulo quando sentiu uma mão afastar levemente seu cabelo de seu rosto. Os olhos de Draco se abriram para ver sua mãe olhando para ele, olhos arregalados e preocupados. Ela não tinha parado de se preocupar com ele desde seu quarto ano, e isso transparecia nas novas rugas em seu rosto.

— Peço desculpa por assustar você, mas realmente devemos ir. Eu tentei bater. — disse Narcisa, olhando para o filho. Ele parecia cansado e sabia disso. Draco odiava que ela se preocupasse tanto, mas sabia que a preocupação dela era incondicional, é só tinha piorado com seus últimos hóspedes indesejáveis. Ela fez um bom trabalho em esconder isso - ela era uma boa atriz.

Ele acenou com a cabeça. Franzindo os lábios.

— Como ele está? — ele disse. Ela soube imediatamente o que ele queria dizer.

— Ele está... como sempre. — disse ela. Seus olhos a delataram enquanto se afastavam dos dele.

— Você vai ficar bem quando eu for embora? — ele calmamente perguntou a ela. Seus olhos voam para encontrar os dele mais uma vez. Se o azul bebê dela lembrava uma nevasca imperturbável, os cinzas rodopiantes dele era um aguaceiro torrencial. Ele sempre odiou essa parte - sua mãe sempre foi previsivelmente seu ponto fraco. Ela deu um sorriso irônico e levantou a mão para segurar seu rosto suavemente me seu polegar acariciando sua bochecha afetuosamente de uma maneira que só uma mãe pode fazer. — Não fico sempre?

Ela odiava vê-lo assim. Ela desejava mais do que qualquer coisa, que ela pudesse tirar isso dele, para aliviar a carga em seus ombros. Isso nunca deveria acontecer — ela deveria ter previsto isso. Ele era tão jovem. Seu coração doeu pelo que ela sabia que logo aconteceria inevitavelmente. Por mais que amasse o filho, ela sabia que isso não terminaria da maneira que ele esperava. Ele simplesmente não se conhecia tão bem quanto ele pensava.

Contingente | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora