Capítulo 18: Intenção

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Alerta gatilho: crise de ansiedade/ataque de pânico na última parte/terceira.


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Ela não podia acreditar.

Hermione estava sentada na beira da banheira dos monitores, completamente vestida, mas com os pés balançando na água morna. Era a única polegada de calor que encapsulava seu corpo. O resto dela parecia entorpecido.

Essa foi a melhor maneira de descrever isso — a dormência. No fundo, Hermione sabia que havia algo acontecendo com Malfoy. Foi apenas um mergulho sem fundo do nada — uma névoa negra que simplesmente existia para não fazer nada além de engoli-la inteira. Não serviu para nenhum propósito real — nada menos que dizer "eu estava certa", e de repente ela sabia como era estar constantemente superada na classe.

Ela se sentiu doente. Tão doente, ela teve que lutar contra a bile que subiu em sua garganta apenas para provar que ela estava errada, para provar que ela tinha algo a perder, e ela odiava isso.

Foi o mesmo pressentimento que a deixou saber quando algo estava prestes a ficar horrivelmente, terrivelmente errado. Foi a mesma sensação que lhe disse para usar um espelho antes de espiar por aquela esquina no segundo ano. A mesma sensação que a atingiu como um soco no estômago quando Lupin começou a se transformar no terceiro ano.

Isso nunca a havia enganado, e ela ficou um pouco desanimada ao notar que ainda não tinha falhado com ela.

Quando ela viu a tinta em seu braço, foi doloroso e horripilante, mas todos os sentimentos que a invadiram estavam encharcados de completa decepção.

Ela cravou as palmas das mãos contra os olhos, tentando forçar sua mente, assim como seu corpo, a ficarem dormentes. Não estava funcionando — nunca funcionou. Hermione podia sentir as emoções borbulhando, tentando chegar a um ponto crucial que não estava lá.

Sem pensar, ela respirou fundo e mergulhou direto na água quente da banheira dos monitores, submergindo-se completamente. Fechando os olhos com força, Hermione soltou um grito tão forte quanto pôde. Ela gritou até que seus pulmões queimarem, estavam implorando por ar, e se ela fosse honesta consigo mesma, ela contemplou deixar-se cair inconsciente ali mesmo. Afundar como um peso morto no fundo e ficar lá em êxtase ignorante.

Mas, infelizmente, ela era Hermione Granger, e ela não estava disposta a desistir de uma briga — especialmente consigo mesma. Além disso, ela ainda tinha coisas para gritar com Malfoy, perguntas que ela precisava fazer a ele.

Então ela disparou para a superfície, engolindo o ar em ofegos pesados ​​e grossos. E então ela submergiu e fez isso de novo.

E de novo.

E de novo.

Na quinta submersão, ela sentiu que tinha tudo para fora, pelo menos por enquanto. Saindo da banheira, ela teve uma súbita vontade de ir falar com Draco; colocar tudo na linha.

Sem se preocupar em se secar, ela atravessou os corredores escuros, encharcada, e se dirigiu para a sala de aula vazia que ela sabia que ele gostava de estudar. Ele voou para dentro da sala como um borrão vermelho, dourado e marrom.

Ele se assustou, pulando em seu assento ao vê-la, incapaz de mascarar seu choque.

— Granger? — ele perguntou, sobrancelhas se encontrando no centro de sua testa. — O que você está fazendo aqui? E por que você está todo molhada?

Ignorando sua pergunta, ela disse: — Eu só quero saber uma coisa — Seu peito arfava, sobrecarregado com a pergunta que ela estava com medo de fazer, mas com mais medo de receber a resposta errada. — Você ainda quer isso?

Contingente | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora