11_ Evan sofreu um acidente.

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ELLA ENDERSON

Ok, talvez estivesse querendo de mais, só que eu queria um descanso. Eu não gostava quando minha mãe fazia o dia das meninas no shopping com direito a SPA e tals porque ela me fazia usar um monte de roupas e  carregar muitas sacolas. Só que agora, pensando bem... é, acho que quero relaxar.

Eu lembrei que Sean me propôs irmos ao cinema, só que isso seria a noite ainda e eu teria que pedir a minha mãe — nem sei se ela iria deixar.

Vi um carro parando para mim, segurei minha patinete e reconheci ser o carro do Alan, motorista do meu pai. No banco de trás, meu pai me deu sinal para entrar no carro e entrei assim que um segurança abriu para mim. Isso que dar ser filha de gente influente.

— oi pai — sorri. O meu pai não é tão velho, mas ser importante e ter o cargo que tem, o fez criar autoridade não só na sua profissão como fora dela, isso que eu quero falar, com o jeito com que se veste, compra, viaja.. enfim. — não achei que fosse vê-lo tão cedo.

— eu falei com a sua mãe que passaríamos a tarde juntos. Você não vai sair com suas amigas agora a tarde, vai? — questionou com a sombrancelha erguida. Não era um tom de deboche, mas uma pergunta de " juro que não vou empatar você! Até uso maquiagem se quiser."

— Não pai, não irei. — sorri. — onde iremos?

— não sei, estou querendo visitar o centro de acolhimento a crianças com câncer e idosos com Alzheimer. Acho que isso não será uma boa opção para ir...

— eu adoraria, pai. — sorri confiante. Meu pai é um dos políticos que ajuda as ONG's estadunidense e dá a vida por elas, e isso inclui crianças, idosos e animais,  além de mulheres que sofrem abusos ou violências domésticas. — mas iremos sem levar nada?

— eu pensei em falar com o seu padrasto para doar algumas coisas da empresa dele, alguns produtos de beleza e etc, mas isso é algo a se conversar com tempo e numa reunião organizada. — assenti. — Alan?

—  senhor?!

— será que estamos perto de algum departamento, loja de conveniência,  shopping ou farmácia?

— não senhor, o shopping mais perto daqui é o mais caro, fica em Manhattan.

— pronto. — Olha para mim. — filha?!

— hm?!

— está com tempo livre?! Iremos para Manhattan. — Bom, o meu pai queria comprar produtos os quais encontraremos em qualquer lugar, eu acho..

— pai, acho que tenho uma ideia. — contei a minha ideia e ele gostou.

Fiz uma ligação para Ava e Lily, pedi que conseguissem roupas e brinquedos, ou produtos de higienes. Elas não iriam consegui a tempo, então pedi a lily que deixasse guardado na casa dela, e falei com papai que o próximo encontro, eu e as minhas amigas iremos nessas determinadas ONGs.

— falei com minha mãe, ela disse que autoriza passarmos na sua loja em Manhattan para levarmos alguns itens de higiene e limpeza de sua marca. Ela acabou de responder a minha mensagem e falou que comunicou a gerente. — papai sorriu.

Ele sabe o coração dócil da minha mãe. Infelizmente eu não concordo com as atitudes dos dois, mas como pais, eles são os melhores!

Até o meu padrasto é uma pessoa mil!

Minha madrasta nem tanto.

— isso é bom.

Horas passaram, conseguimos chegar na empresa da minha mãe e pegamos alguns produtos que correspondia a nada mais que 50 sacolas com brindes e mimos diversos. Para as crianças, minha mãe mandou kits infantis e alguns doces e maquiagens para as meninas. Para os meninos, vários dinossauros,  carrinhos e massinhas para modelagem.

Quando chegamos na ONG das mulheres, elas amaram os produtos e algumas falaram que conhecia a minha mãe dos desfiles. Uma dessas mulheres disseram que tinha o sonho de ser modelo um dia, porém foi jogado ao lixo pelo ex, que espancou-a tanto que deformou seu rosto e ela não encontrou mais a sua dignidade nem amor próprio. Eu a encorajei a contar sua história ao mundo e o meu pai garantiu todo o suporte. Cá entre nós, meu pai disse que vai tentar falar com a minha mãe para colocar a moça entre as modelos da marca. Ela nos disse que seu nome é Jasmine.

Na ONG dos idosos, eles não lembravam de nada e tinha alguns que foram ignorantes, enquanto outros foram super queridos. Enfim, nós também conversamos e nos divertimos. Eu então, principalmente com a senhora Maria,  uma idosa que fora abandonada pelos dois filhos mais velhos, porque ela se recusou a voltar para Cuba. Ela nos disse que só lembra de ter sido jogada do carro de seu filho mais velho no chão, e ter ficado na rua sofrendo humilhações, frio, calor e tendo que sobreviver as lambidas dos cães. Quando perguntamos seu nome, ela não lembrou e quando tentamos recordá-la através da memória que acabara de nos contar, ela disse que não sabia e que parou ali porque é uma miserável.

Eu fiquei puta da vida, não com ela, mas os filhos dela. Porque eles a abandonaram? A história dela procede ? O meu pai garantiu que vai investigar a fundo.

Já na ONG das crianças, eu via como vários anjos. Seus sorrisos eram de esperanças. Encontrei Izabel, uma das menininhas,  ela era de Angola e estava em tratamento. Me apresentei e dei a ela um dos  kits que a minha mãe doou, a garota chorou e me abraçou. Era como se eu tivesse sentindo uma paz imensa, era reconfortante.

Enfim, fizemos uma boa ação. Meu pai deixou para cada ONG alguns milhões, tirou fotos com a direção desses lugares e voltamos para Nova York.

Meu pai deixou um de seus cartões comigo — eu tinha uma coleção de nove cartões já, e eu não usei quase nada desses limites, porque tudo minha mãe me deu com o dinheiro dela. — e prometeu que teríamos outro encontro.

Já em casa, pós banho, Sean me enviou mensagem sobre o cinema. Pedi que ele viesse até minha casa, ele não entendeu de primeira mas falou que estava vindo.

Enquanto isso entrei no grupo de WhatsApp com as minhas amigas para falar com elas a respeito da minha tarde e da saída com Sean, que eu provavelmente farei, quando Lily escreve:

Lily: amigas, Evan sofreu um acidente.

▪︎▪︎▪︎
Continua...

Oiê, apareci.
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