Cap 3 - Hematoma

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- Eu tenho certeza que eu estou começando a enlouquecer Moyo - Sakura anotava algo em sua interminável pilha de papéis.- Já estamos dando prosseguimento em todas as ações, mas nada parece finalizado... – A moça colocou as mãos, imapciente, em sua cintura.

- Ah, Sakura,é só impressão sua. Estamos concluindo tudo passo a passo e dentro do cronograma; você que está ficando extremamente neurótica, muita calma, prima. – A moça se colocou atrás de Sakura, começando a massageá-la. Olha quanta tensão... – Tomoyo reparou para onde os olhos de Sakura se voltavam. - Ele está a alguns passos, você pode ir até lá e ir dizer um oi, sabia?

- Sem motivo, assim? – Ela foi pega no flagra em sua onda de pensamentos. - Digo, o quê? Do que você está falando? – Tentando escapar das garras da prima sabe-tudo, Sakura topou fortemente com o joelho na borda de uma mesa próxima.

Nessa tarde Sakura havia optado por um vestido de verão azul marinho ,de alças, indo até exatamente abaixo do joelho. O cabelo semi - preso num rabo-de-cavalo displicente e sandálias baixas com tiras de couro marrom.

- Se distraiu com ele e ganhou um roxo de pelo menos uma semana - Tomoyo tinha ar risonho, olhando a obra no joelho da prima. – Vou mandar ele controlar o dano aqui. – Tomoyo levantou a mão, chamando a atenção do chinês, que agora se dirigia à dupla, com um largo sorriso.

- Tomoyo, eu te mato! – Sakura disse entredentes, olhando ríspida para a prima, esfregando seu joelho. – O que foi que te fiz, hein, menina?

-Você vai me agradecer . - Tomoyo amarrou seus longos cabelos, sorrindo para o recém-chegado. Ela também havia se rendido ao calor e usava um tomara-que-caia branco estampado em azul claro. – Podemos usar seus conhecimentos com todo tipo de ferimento possível de anos em treinamento em inúmeras artes marciais? – Tomoyo apontou o joelho da prima.

O chinês se abaixou para o diagnóstico.

- Ah, entendi. – Ele pediu permissão para Sakura com o olhar, ela assentiu minimamente com a cabeça; delicadamente ele levou o indicador até a lateral de um dos joelhos da moça. – Uma clássica topada com o canto ...Dessa mesa aqui? – Ele apontou o móvel.

Ambas menearam um sim.

- Uma lastimável semana de inchaço, porém... – Ele alisou levemente a lesão. – Nada grave; diria que deu sorte. Essa aqui tem potencial de rasgar pessoas. – Ele se apoiou na referida mesa e se levantou.

- Conhecimento de causa? – Sakura o encarou, curiosa.

- Perfeitamente. – Ele levantou um cotovelo e exibiu a cicatriz. – Dez pontos e uma bronca por treinar saltos em meio à móveis. – Mas já houve coisa pior.

O celular de Tomoyo tocou.

- Já volto. - Tomoyo saiu do alcance do casal.

- Bom, eu posso ajudar você a reduzir pela metade o tempo de recuperação, caso queira. – Ele esperou a resposta dela, movendo os olhos da mancha roxa para as esmeraldas nipônicas em confusão.

- Não posso negar essa gentileza milagrosa. – Ela sorriu encabulada. – Desenvolveu uma fórmula ao longo dos anos de treinamento, ou algo assim?

Eles começaram a caminhar, lado a lado, rumo aos corredores que levavam aos quartos.

- Quase, porém parei de tentar quando encontrei algo pronto na farmácia. – Ele sorriu, levando uma das mãos para o bolso de seu shorts cáqui. Chacoalhou de leve a camisa esverdeada que usava, devido ao calor.

- E por quanto tempo você treinou artes marciais? – A japonesa se sentia aliviada por ter algum traquejo social, vencendo minimamente sua timidez perante o rapaz.

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