Cheguei em casa e fui direto para o chuveiro. Fiquei pelo menos uma hora lá repassando o que tinha acontecido. Não chorei, apenas fiquei ensaiando em minha mente como eu deveria ter reagido. Faço muito isso quando acho que não me saí bem em alguma coisa. Minha cabeça estava estourando de dor.
Que situação mais ridícula eu passei.
Não me lembrava de ter me sentido tão humilhada na vida, principalmente com plateia. Ter sido exposta na frente do Aleff foi muito constrangedor.
Saí do banho faminta. Vesti um moletom cinza surrado que tinha há uns anos. Como não achei a calça que fazia par com a camisa, fiquei só de calcinha mesmo. Amarrei o cabelo em um coque e tomei um remédio para ver se melhorava aquela sensação horrorosa e pulsante na cabeça. Senti meu estômago roncar e desci até a cozinha para preparar um sanduíche.
Já eram quase oito da noite. Não havia comido nada na festa, só mesmo o champanhe. Talvez fosse esse o motivo da dor de cabeça ou a junção disso com minha raiva.
Enquanto terminava de cortar alguns tomates para montar meu sanduíche, recebi pela quinta vez a ligação de Eivy. Sentei em uma das cadeiras da mesa fria da sala de jantar e coloquei a chamada em viva voz.
— Oi — Atendi após morder o sanduíche.
— Oi?! Catharine Albuquerque Sikera! Onde é que você tá? E por que saiu daquele jeito? Quero saber. Agora, minha filha!
Eivy sendo Eivy...
Contei tudo o que aconteceu desde o início e suas reações variavam entre "Nossa, ele não fez isso!" e "O que?!".
— Hummm, então está explicado o porquê do bonitão estar tão mal humorado. Ele praticamente escorraçou o Igor da festa.
Meu coração deu um pulo em alerta.
— Sério? E o que mais aconteceu depois que eu saí?
— Aleff foi atrás de você, mas como não te achou,voltou cuspindo fogo pelas ventas. Pensei que ele iria socar a cara do Igor. Mas aí seu pai se intrometeu e acalmou os ânimos.
— Ai... — choramingo —, o meu pai. Será que ele sabe o que houve? Ai que vergonha, amiga! Você precisava ver o jeito que aquele idiota falou comigo. Me senti uma vadia.
— Relaxa, Cat. Ninguém vai pensar isso de você, nem mesmo o bonitão.
— Duvido muito, viu? Tinha que ver a cara dele na hora. — Dei outra mordida no sanduíche ao lembrar do rosto dele me encarando.
— Depois vocês conversam e se entendem amiga. É só você esclarecer tudo.
— Eu? Você acha mesmo que eu vou esclarecer tudo pra ele? E o que vou dizer? 'Ah! Oi, Aleff! Tudo bem? Então, quando eu tinha vinte anos, fui transar com meu namorado idiota. Achei que seria tudo lindo, mas aí ele literalmente me lascou e eu fiquei lá com cara de bunda vendo ele sentindo prazer enquanto a otária aqui morria de dor. E tem mais: Eu nem sei o que é sentir prazer em uma foda porque fiquei trau-ma-ti-za-da e nunca, nunca mais quis ficar com ninguém! Então, sou isso mesmo que você está pensando! Uma frígida que escreve livros eróticos! Olha só... você estava certo! Parabéns!'
— Uau! — ouvi uma voz masculina atrás de mim. Congelei imediatamente.
Senhor, pela primeira vez, ouça sua filha aqui embaixo.
Não seja quem estou pensando...
— Eu não penso isso de você.
Era ele.
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A Minha Vez, Catharine - livro 1 completo
Любовные романыCatharine é uma escritora de romances eróticos, mas não possuí quase nenhuma experiência sexual. Após perder a virgindade com seu namorado de faculdade, ela criou um bloqueio que a impede de ter relações íntimas. As coisas começam a mudar quando o...