Por Catharine
— Seu desgraçado! — gritei sentindo o gosto de sangue em minha boca.
— Isso é pra você ficar caladinha!
Um homem horripilante sussurrou após me dar um tapa no rosto. O obedeci imediatamente e parei de pedir socorro.
Eu não podia vê-lo. Estava vendada desde que me pegaram na rua em frente ao meu condomínio. Eles colocaram algo para eu cheirar. Quando acordei, estava em um chão frio, que cheirava a mofo. Minhas mãos estavam amarradas e volta e meia eu escutava passos ao meu redor. Eram mais de um, com certeza. Talvez dois ou três homens. Sei disso porque ouvi algum deles sussurrar para amarrarem minhas pernas. O outro, entretanto, respondeu que não era necessário. Eu estava em pânico.
— O que vocês querem?! — gritei certa vez, mas não me responderam. — É dinheiro? Eu tenho. Se vocês me soltarem...
— Cala boca, sua vadia! — um deles esbravejou. Comecei a tremer de medo.
Estava à mercê daquelas pessoas desconhecidas. Não havia nada que eu pudesse fazer para mudar aquilo.
O tempo foi passando e meu corpo começou a sentir uma forte dor pela posição em que eu fui colocada, que não mudou. Eu não sabia mais o que pensar. Minhas lágrimas já haviam secado.
Lembrei do papai e de Eivy. O que eles estavam pensando naquele momento? Será que perceberam meu desaparecimento?
Claro que sim! A àquela altura, Aleff e papai já haviam notado. Com certeza eles perceberam que havia algo de errado.
Isso era o que minha mente não parava de pensar. Quando recebi a mensagem no celular, estranhei por ser um número diferente do que estava salvo em meus contatos, mas a mensagem dizia: "Oi, aqui é o Aleff, meu outro número deu problema, me encontra aqui na frente da portaria, estou te esperando!".
Eu simplesmente acreditei e fui. Por falta de atenção, entrei em maus lençóis.
Houve um momento em que pude ouvir um deles fazendo uma ligação, dizendo para não chamarem a polícia, senão iriam me matar. Comecei a rezar e chorar bem alto. Péssima ideia. Eles me mandaram calar a boca e, logo em seguida, senti mãos em meu pescoço me sufocando brevemente.
— Cala a merda dessa boca, senão eu quebro esses teus dentes! — uma voz fria disse.
Alguns minutos ou horas depois, era difícil saber, ouvi passos se aproximando de mim. Me encolhi, temerosa, mas pra minha surpresa, nenhum deles fez ou falou nada. Quando começaram a se afastar, ouvi o que parecia ser uma discussão entre eles.
— Viu só? Foi só um tapinha. A mina tá bem, relaxa.
— Mas ela poderia ter se ferido, cara. Você sabe que não se pode bater de frente com esse tipo de gente — outro homem com a voz um pouco menos grossa falou.
— Gente rica, você quer dizer né? Isso é besteira. A gente tá com ela, pô. Eles não vão poder fazer nada. Só precisamos ser inteligentes e sumir por um tempo, depois que nos pagarem.
— Calem a boca vocês dois! E eu não quero que toquem em mais um fio de cabelo dela, ou eu mesma entrego vocês à polícia. — dessa vez uma mulher vociferou.
Espera?!
— Helena? — perguntei querendo não acreditar.
Um longo silêncio se instalou no ambiente.
— Helena, é você?
— Droga! — ela sussurra. Seus passos se afastarem com pressa.
— Helena! Por que você tá fazendo isso?
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A Minha Vez, Catharine - livro 1 completo
RomanceCatharine é uma escritora de romances eróticos, mas não possuí quase nenhuma experiência sexual. Após perder a virgindade com seu namorado de faculdade, ela criou um bloqueio que a impede de ter relações íntimas. As coisas começam a mudar quando o...